terça-feira, 11 de junho de 2013

CHUVAS PREJUDICAM A MOAGEM, USINAS PRIORIZAM PRODUÇÃO DE ETANOL E VENDAS DO BIOCOMBUSTÍVEL CRESCEM NA SEGUNDA QUINZENA DE MAIO

O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil totalizou 34,77 milhões de toneladas na segunda quinzena de maio, queda de 13,24% em relação a quinzena anterior (40,07 milhões de toneladas) e de 2,84% no comparativo com o mesmo período da safra passada (35,78 milhões de toneladas). Segundo o diretor Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “essa retração na moagem ocorreu devido as chuvas que atingiram as principais regiões produtoras no final da quinzena, dificultando a operacionalização da colheita”. Os primeiros dias de junho também foram prejudicados pela chuva, o que deve repercutir na moagem da próxima quinzena, acrescentou o executivo. No acumulado desde o início da atual safra até primeiro de junho, a moagem alcançou 116,11 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Esse volume é superior aquele verificado em 2012 (70,80 milhões de toneladas), mas 13,47% inferior ao observado em igual período da safra 2010/2011 (134,18 milhões de toneladas), quando as unidades localizadas no Centro-Sul processaram 556,95 milhões de toneladas ao final da safra. Na segunda quinzena de maio, oito unidades produtoras iniciaram a safra, totalizando ao final da quinzena 268 unidades industriais operando no Centro-Sul do País. Produção de açúcar e de etanol - Na segunda quinzena de maio, houve uma redução significativa na proporção de cana direcionada para a produção de açúcar. O executivo da UNICA esclarece que “apesar da limitação imposta por compromissos antigos de entrega de açúcar, o diferencial de preço entre etanol e açúcar fez com que as unidades produtoras priorizassem a produção do biocombustível”. De fato, na segunda quinzena de maio 41,78% da cana processada pelas unidades produtoras foi direcionada à produção de açúcar. Essa proporção é menor que os 43,66% observados na quinzena passada e significativamente inferior aos 48,31% verificados na mesma data da safra 2012/2013. Com isso, a produção de açúcar na segunda quinzena de maio alcançou 1,84 milhão de toneladas, queda de 11,17% em relação a primeira quinzena do mês (2,07 milhões de toneladas) e retração de 6,18% no comparativo com o mesmo período de 2012, quando foram produzidas 1,96 milhão de toneladas. A produção de etanol, por sua vez, totalizou 1,57 bilhão de litros na segunda metade de maio, sendo 889,19 milhões de litros de etanol hidratado e 684,64 milhões de litros de etanol anidro. No acumulado desde o início da safra até primeiro de junho, a produção de açúcar alcançou 5,61 milhões de toneladas e a de etanol 4,82 bilhões de litros, com 3,08 bilhões de etanol hidratado e 1,75 bilhão de anidro. Qualidade da matéria-prima - A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar processada atingiu 132,81 kg por tonelada nos últimos 15 dias de maio, valor 11,64% superior aos 118,97 kg verificados em 2012. No acumulado desde o início da safra 2013/2014 até primeiro de junho, o teor de ATR por tonelada de matéria-prima alcançou 121,45 kg por tonelada, 5,83% acima dos 114,76 kg verificados em igual período do ano anterior. Vendas de etanol - As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somaram 2,08 bilhões de litros em maio, alta de 27,85% relativamente ao volume vendido em abril deste ano (1,63 bilhão de litros) e crescimento de 25,47% no comparativo com maio de 2012, quando foram comercializado 1,66 bilhão de litros. Do volume total comercializado em maio, 253,41 milhões de litros destinaram-se às exportações e 1,83 bilhão de litros ao mercado doméstico. No mercado doméstico, o volume comercializado de etanol anidro alcançou 769,69 milhões de litros, considerável alta de 38,64% em relação ao valor observado em abril deste ano. Cabe mencionar que esse crescimento se deve, entre outros fatores, ao aumento de 20 para 25% no nível de mistura de etanol anidro na gasolina a partir de maio. O volume de etanol hidratado vendido no mercado interno, por sua vez, alcançou 1,06 bilhão de litros em maio deste ano, crescimento de 5,58% em relação as vendas de abril (1,00 bilhão de litros) e de 7,91% no comparativo com maio de 2012 (979,27 milhões de litros). O crescimento nas vendas de etanol hidratado no mercado doméstico fica mais evidente quando avaliamos o volume comercializado pelas unidades produtoras nos últimos quinze dias de maio. Nesse período, as vendas do produto internamente alcançaram 560,48 milhões de litros, com alta de 12,95% na comparação com os primeiros quinze dias do mês e crescimento de 5,60% sobre o volume vendido em maio da safra passada. Dados levantados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última semana apontam que o etanol hidratado já é economicamente competitivo em relação a gasolina nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás. Para o diretor da UNICA, “a vantagem de abastecer com etanol já é evidente em muitas regiões do País”. No município de São Paulo, por exemplo, mais de 94% dos postos pesquisados pela ANP na última semana apresentaram preço de etanol hidratado abaixo de 70% do preço da gasolina, o que deve estimular o consumo do biocombustível, acrescentou o executivo. - Ascom

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