A
Polícia Judiciária Civil concluiu as investigações do assassinato da juíza
Glauciane Chaves de Melo, 42 anos, ocorrido no dia 7 de maio deste ano, dentro
do Fórum da Comarca de Alto Taquari (479 km ao Norte). O inquérito policial foi
encaminhado ao Fórum da comarca no final da tarde de quarta-feira (12.06). O
ex-marido da juíza, Evanderly de Oliveira Lima, 43, natural da cidade de
Contagem, Minas Gerais, foi preso na segunda-feira (10.06), durante operação
que mobilizou policiais civis e militares da cidade e região. Ele foi
localizado em uma região de mata, na zona rural da cidade de Alto Taquari. O
autor dos dois disparos que atingiram a magistrada na região da nuca foi
indiciado por homicídio duplamente qualificado, motivo torpe, com recursos que
dificulte ou torne impossível à defesa da vítima. O delegado responsável pelo
caso, João Ferreira Borges Filho, acredita que o ex-marido premeditou a morte
da magistrada, pois, mesmo negando, a investigação confirmou que arma usada no
crime, um revólver calibre 38, foi adquirida depois da separação do casal. “No
meu entendimento houve premeditação. Isso é um agravante no processo”, frisa o
delegado. No inquérito, o delegado ouviu 10 pessoas, entre funcionários do
Fórum, policiais que efetuaram a prisão, amigos próximos à juíza e uma pessoa
que teria sido procurada pelo suspeito para comprar a arma. Evanderly de
Oliveira Lima foi interrogado logo após ser preso e se reservou no direito de
permanecer calado e somente falar em juízo. Mas durante a reconstituição de
local de crime, feita a pedido do Ministério Público, o suspeito acabou
revelando alguns detalhes do crime ao delegado Arnaldo Agostinho Sottani,
responsável pelo trabalho acompanhado da perícia técnica. O preso contou que
nos três dias que esteve foragido, se escondeu na mata, utilizando-se de roupa
camuflada, e capim seco para se encobrir durante o dia e andando à noite para
não ser localizado pelos policiais que faziam o cerco. Durante a
reconstituição, o suspeito disse informalmente ao delegado Arnaldo Agostinho
Sottani, que na manhã de sexta-feira (07.06)
foi até o Fórum para conversar com a magistrada, pois não concordava com
a separação e que desejava retomar o casamento. Conforme o delegado, mesmo não
confessando formalmente durante interrogatório, o preso acabou relatando na
reconstituição de local de crime, que já estava saindo do gabinete quando a
juíza veio atrás e aí sacou a arma e efetuou dois disparos que atingiram a nuca
da magistrada. “A partir daí ele diz não se lembrar de mais nada”, disse
Sottani. “A que tudo indica ele sacou a arma e a juíza foi se esconder atrás da
mesa”, completou o delegado, que informou ainda que o corpo da magistrada foi
encontrado próximo a mesa de trabalho. “Mas isso será melhor explicado ela
perícia”, complementou. Ao delegado, o preso relatou que pensou em se entregar,
mas teve medo de morrer por conta do cerco policial. Ele disse também que está
arrependido e não se lembra de muitos detalhes do crime. Conforme Sottani, o
acusado foi autuado em flagrante por homícidio qualificado, motivo torpe, sem
direito de defesa da vítima. "A perseguição seguiu do momento do fato até
agora", esclareceu Arnaldo Sottani. Ao sair do Fórum, o preso falou que
jogou a arma no canteiro, local onde o revólver calibre 38 foi encontrado pela
polícia. De acordo com o delegado, Evanderli de Oliveira Lima foi Bombeiro
Militar em Minas Gerais, tem curso de socorrista e treinamento de sobrevivência
na mata, por isso tinha condições de permanecer escondido por todos esses dias. Evanderly de Oliveira Lima está recolhido no
anexo II, da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. - Ascom
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