Pesquisa será apresentada durante evento sobre
palmito pupunha que acontece em 11 e 12 de junho, em Pariquera-Açu
A
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), por meio do Polo
Regional Vale do Ribeira, realiza em 11 e 12 de junho de 2013, o “Curso sobre
Sistema de Produção de Pupunheira para Palmito”, na cidade de Pariquera-Açu,
interior de São Paulo. Durante o evento, os pesquisadores da APTA vão
apresentar uma pesquisa inédita sobre a eficiência do fertilizante fosfito no
controle da podridão da base do estipe em pupunheiras. A doença pode provocar a
morte da pupunheira e reduzir a produtividade em até 50%. A pesquisa da APTA
comprovou que o uso do fosfito de potássio na cultura reduz em até 30% a
incidência da doença. A podridão da base do estipe da pupunheira é causada por
dois fungos de solo e uma bactéria, chamados Fusarium spp, Phytophthora sp e
Erwinia sp, respectivamente. A doença incide em plantas jovens e adultas de
pupunheira e é frequente em viveiros e em plantios com até um ano de idade.
“São sintomas característicos da doença as murchas e amarelecimento da folha bandeira,
seguido do amarelecimento e a seca das demais folhas, provocando a morte da
planta”, afirma Eduardo Jun Fuzitani, pesquisador da APTA, da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Segundo Fuzitani, existem
áreas com mais de 50% de morte das touceiras de pupunha, causadas pela doença.
“Em viveiros da Bahia mais de 70% das plantas foram infectadas e mortas. As
plantas doentes encontravam-se distribuídas esparsamente nos plantios. A
podridão é ainda comum na Costa Rica, principalmente em áreas mal drenadas”,
explica o pesquisador da APTA. A pesquisa da APTA testou como modo preventivo a
aplicação do fosfito de potássio, um fertilizante comercializado na formulação
líquida e que atua como fonte nutricional para as plantas. Originalmente, o
fosfito é aplicado no controle de doenças do abacaxi e dos citros. “Devido à
falta de informação sobre o controle da podridão da base do estipe,
desconhecia-se o efeito da aplicação dos fosfitos nesse patosistema pupunha x
P. palmivora. O nosso trabalho teve o objetivo de avaliar a eficiência desse
fertilizante no controle das doenças nas mudas”, afirma Fuzitani. O resultado é
a redução de 30% na severidade da doença na planta. Isso porque os fosfitos
agem inibindo o crescimento micelial e a esporulação de patógenos. “Eles
induzem a planta hospedeira a produzir fitoalexinas, que agem no processo de
defesa da planta contra a invasão do patógeno”, explica Fuzitani. Além disso, com a aplicação do fosfito foi
retardado o desenvolvimento da doença. “Esse tempo a mais vai depender muito do
manejo que o produtor terá após a utilização do produto, como a realização de
drenagens, adubação equilibrada, análise de solo e dispensa de herbicidas”,
afirma o pesquisador. Por ser considerado um nutriente, o fosfito tem ainda
função de fornecer fósforo e potássio à planta. Ainda não existem variedades de
palmito pupunha resistentes a doenças, mas a APTA estuda o desenvolvimento de
novos materiais, por meio do melhoramento genético. As pesquisas, porém, devem
levar alguns anos. Palmito pupunha - O palmito pupunha é uma excelente
alternativa para os produtores rurais da região do Vale do Ribeira e tem
crescido em outras regiões do Estado e também na Bahia. Estima-se que existam
quatro mil hectares cultivados com palmito pupunha no Vale do Ribeira e a
produção está em franca expansão. O
histórico de produção de palmito pupunha tem suas raízes na região, com a
utilização da palmeira juçara, porém, o corte indiscriminado desta planta
nativa levou à quase extinção da espécie, fazendo com que o palmito migrasse
para a região Norte do Brasil, também sustentada na extração predatória. Na
década de 1990, começou a surgir no mercado a produção de palmito a partir de
plantas cultivadas, em especial a pupunheira, sendo a principal palmeira
cultivada atualmente. “No atual panorama de produção de palmito, o Vale do
Ribeira volta a ter expressão, exatamente com o crescimento da participação das
palmeiras da extração ilegal de palmito, além da geração de empregos na
região”, explica o pesquisador da APTA, Erval Rafael Damatto Junior. Os
aspectos que se destacam para o bom desenvolvimento da cultura na região são o
clima propício, a quantidade adequada de chuvas e a existência de solos já
abertos, ociosos ou com culturas de áreas degradadas, não havendo a necessidade
de desmatamento para o plantio, com excelente aptidão para o desenvolvimento da
cultura. “Além disso, a região do Vale do Ribeira tem localização geográfica
privilegiada, entre os dois maiores centros consumidores de palmito em
conserva, São Paulo e Curitiba”, afirma o pesquisador da APTA. Segundo Damatto
Junior, como a região tem tradição de produção de palmito em conserva, já
existem indústrias tradicionais no ramo em processo de expansão. Além disso, o
palmito e seus frutos são ricos em carboidratos, proteínas, cálcio, fósforo,
ferro e vitaminas A, B1 e C. O fruto da pupunha é bastante consumido na região
amazônica, utilizado como farinha, bolos, biscoitos e pães. Evento - O “Curso
sobre Sistema de Produção de Pupunheira para Palmito” será realizado pela APTA
em 11 e 12 de junho, na cidade de Pariquera-Açu. O objetivo do evento é
capacitar produtores para a produção do palmito pupunha com o uso de
tecnologias e com forma de cultivo sustentável. Durante o evento, serão
divulgadas novas informações sobre a cultura e novas técnicas de produção. O
público alvo do evento são produtores rurais, engenheiros agrônomos, técnicos
agrícolas, estudantes e demais interessados no assunto. Serão proferidas
palestras ministradas por pesquisadores dos Polos Regionais da APTA, do
Instituto Agronômico (IAC-APTA), de Campinas, do Instituto de Tecnologia de
Alimentos (ITAL-APTA), da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI),
da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) e da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). - Attuale
Serviço
Curso sobre Sistema de Produção de Pupunheira para
Palmito
Data: 11 e 12 de junho de 2013
Horário: das 8h às 17h
Local: Polo Regional Vale do Ribeira APTA
Endereço: Rodovia BR 116, km 460, Pariquera-Açu
Informações: 13 – 3856-1656 ou
Iolanda@apta.sp.gov.br
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