Rio
de Janeiro, 09/07/2012 – O ministro da Defesa, Celso Amorim, elogiou hoje (09)
o trabalho realizado pelo Exército Brasileiro na pacificação dos complexos da Penha
e do Alemão, na zona norte da capital fluminense. “Esse trabalho encheu de
alegria toda a população brasileira, que pôde assistir um exemplo de dedicação,
de devoção à causa pública”, afirmou. Para Amorim, a experiência vivida naquela
região demonstrou a “extraordinária capacidade” da Força Terrestre de juntar
dois importantes atributos: firmeza na defesa da ordem e diálogo com a
comunidade. O reconhecimento público do trabalho realizado pelo Exército
ocorreu durante a cerimônia que marcou a entrega definitiva da segurança do
complexo às polícias militar e civil do estado do Rio. O evento ocorreu no
local onde funcionava uma antiga fábrica de refrigerantes. Operada pelo tráfico
até novembro de 2010, a área foi retomada pelas forças de segurança, transformou-se
na base do Exército e agora passa a ser a sede da recém-implantada Unidade de
Polícia Pacificadora (UPP), além de símbolo da presença do Estado na
comunidade. Na companhia do governador do Rio, Sergio Cabral; do comandante do
Exército, general, Enzo Peri; do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças
Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi,
e de vários oficiais e autoridades federais e estaduais, Amorim também
ressaltou a competência e o profissionalismo dos militares que participaram das
ações no Alemão e Penha. Para ele, esse papel foi bem exercido, mesmo se
considerado o fato de que a atuação do Exército se deu fora daquilo que é a
atividade principal de uma Força Armada: a defesa da pátria em face de ameaças
externas. O ministro citou nominalmente os cinco generais que comandaram, em
períodos distintos, as tropas durante os 19 meses em que o Exército ocupou o
Alemão. Ele também agradeceu o comandante Militar do Leste (CML), general
Adriano Pereira Junior, a quem coube o comando-geral das atividades. Adriano
também foi elogiado por sua atuação na Conferência das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20. Na conferência, a coordenação da
segurança ficou a cargo do Ministério da Defesa. Ao final de sua manifestação,
Amorim chamou a atenção para a importância da implementação de outras ações
distintas da área segurança que, segundo ele, poderão dar sustentabilidade
econômica e permitir a inclusão social dos moradores do complexo. “A pergunta
que a população faz é: e depois?”, sublinhou. “É preciso que haja uma atividade
econômica permanente que permita a essas pessoas vencerem a situação de pobreza
e marginalização que, em grande medida, foi responsável pelo crescimento da
criminalidade”. O governador Sergio Cabral também destacou a importância do
Exército na pacificação daquelas comunidades. Na cerimônia, o governador
fluminense presenteou o ministro Amorim e o general Adriano, do CML. Histórico e números da Operação Arcanjo - A
operação do Complexo do Alemão se deu em 26 de novembro de 2010, dois dias após
o governador Cabral ter encaminhado ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva solicitando o emprego das tropas militares. Na ocasião, o presidente Lula
deu o aval e a solicitação recebeu apoio do então ministro Nelson Jobim. No ano
passado, a presidenta Dilma Rousseff decidiu pela permanência das tropas até a
cerimônia transcorrida hoje (09). A ocupação da localidade teve por missão
“colaborar com a manutenção da ordem pública do estado do Rio, pacificar a
região compreendida pelas comunidades dos Complexos da Penha e do Alemão,
conduzindo operações tipo polícia, operações psicológicas e atividades de
inteligência e comunicação social”. Denominada “Operação Arcanjo”, a atuação de
tropas do Exército contou com a participação de 8.764 militares no período de
dezembro de 2010 a junho deste ano, sendo que o efetivo médio empregado foi de
1,3 mil militares. O quadro com os números da operação indicam que no período
aconteceram 63.489 patrulhas a pé e 48.142 motorizadas ou mecanizadas. O
balanço do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) informa também que
aconteceram 606 reconhecimentos em vias de acesso às comunidades e montados
4.172 postos de bloqueio. No período ocorreram 18 operações de busca e
apreensão, 14 isolamentos de área e 32 voos de reconhecimento do lugar. Durante
a operação, os militares apreenderam também 42 armas, 2.015 munições de
diversos calibres, 79 carregadores e 13 granadas. No período foram apreendidos
250 quilos de entorpecentes, 134 tabletes de drogas, 4.458 sacolés, 25.245
papelotes e 1.913 trouxinhas. Os militares encontraram também R$ 160 mil em
reais e dólares. Os resultados da Arcanjo apontam também a apreensão de 302
automóveis, 131 máquinas caça-níquel, 197 motos e 102 eletroeletrônicos
diversos. No período, 733 prisões ou detenções foram realizadas. A substituição
das tropas do Exército pela Polícia Militar teve início no dia 27 de março
deste ano com a chegada de 750 PMs. Na mesma época começou a instalação de duas
Unidas de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades da Fazendinha e Itararé. De
acordo com o balanço, até o final do mês passado, mais seis UPPs estavam
programadas para as localidades de Grota, Baiana, Nova Brasília, Vila Cruzeiro,
Adeus e Alemão, permitindo, assim, a substituição total das tropas do Exército
e transmissão do controle ao governo estadual.
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