Brasília
(DF) – O Ministério do Turismo aposta na iniciativa de reunir os principais
atores ligados ao turismo como forma de subsidiar a construção de uma nova
Política de Qualificação e Certificação Profissional do Turismo. “Ideias
inovadoras para transformar a nossa realidade” foi o tema da segunda rodada de
debates realizada nessa terça-feira (24) com empresários do setor, técnicos da
pasta, acadêmicos e especialistas em qualificação profissional. Entre os
principais desafios estão qualificar a mão de obra de profissionais com baixa
escolaridade, aumentar o número de profissionais capacitados para atender o
setor, envolver os empresários no processo de formação de profissionais e
desenvolver a participação do turismo na economia brasileira. O secretário executivo do MTur, Valdir Simão,
acredita que o desafio maior é conseguir manter os profissionais no setor
turístico. “Percebemos que a rotatividade de funcionários é muito alta em
função de outros segmentos da economia oferecerem salários mais atrativos.
Outro ponto que merece atenção é a certificação, em busca da melhoria da
qualidade do serviço para o turista”, defende. Para Wanda Engel,
superintendente-executiva do Instituto Unibanco, é necessário contribuir para a
escolarização básica e investir para que a juventude do país seja melhor. “O
turismo é como a porta de entrada para o mercado de trabalho de muitos jovens.
A ideia é fazer dessa porta de entrada uma influência e melhorar a educação
básica, desenvolvendo uma forma de introdução no mundo do trabalho que garanta
a sua continuidade na escola. Precisamos fortalecer esse laço entre educação e
trabalho”, explica. A assessora especial do MTur, Suzana Dieckmann, responsável
pelo programa do ministério de qualificação profissional para a Copa do Mundo
da FIFA 2014, o Pronatec Copa, explica que para cada desafio deve ser elaborada
uma estratégia. “Trabalhamos o turismo de várias formas: como ferramenta de
inclusão social até como ferramenta de superespecialização profissional. É a
questão do empresário sentir a necessidade da valorização do próprio
profissional. Precisamos definir o teor da qualificação, se seriam cursos
curtos ou cursos mais técnicos e para quem vamos oferecê-los.” O presidente do
Conselho de Administração da CVC, Guilherme Paulus, afirma que o entrave para o
crescimento do país é a educação. “Temos que nos unir e fazer um trabalho de
base com os jovens para realmente pensarmos no futuro do país. Não pra agora,
mas pra 2030”, diz. Todos os participantes concordam que o baixo nível de
educação no país e a falta de certificação são fatores que contribuem para a
deficiência da qualidade do serviço oferecido ao turista. O consultor Cláudio
Moura Castro defende que as certificações sejam ligadas às políticas do
ministério. “O MTur poderia premiar aquelas instituições que têm mais
funcionários qualificados, como, por exemplo, nas estrelas de hotelaria. Podemos
dizer: um hotel, pra ter uma estrela, tem que ter pelo menos 5%, ou mesmo 10%
da sua força de trabalho com uma certificação ABNT.” Participaram ainda do
encontro os secretários de Programas de Desenvolvimento do Turismo e de
Políticas para o Turismo do MTur, respectivamente, Fábio Mota e Paulo André, o
diretor de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Ítalo Mendes, o
subsecretário de Ações Estratégicas da Presidência da República, Ricardo Paes
de Barros, a gerente de Treinamento da empresa TAM, Melissa Casagrande, o
consultor Mikal Gartenkraut e os empresários Alexandre Sampaio e Jorge
Ferreira.
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