sexta-feira, 27 de julho de 2012

LONDRES RECEBE OBSERVATÓRIO DAS OLIMPÍADAS PROJETADO PELA UFMG


As Olimpíadas são em Londres, mas é no Brasil que os registros de todos os comentários sobre o evento, feitos em língua inglesa, na internet, estão sendo reunidos. A tarefa está a cargo do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, que decidiu levar ao público visão geral do "zum-zum-zum' sobre as competições, montando o Observatório da Web das Olimpíadas. O experimento captura as discussões sobre o evento nas redes sociais, blogs e portais da internet, além de tags georreferenciadas nos espaços das competições. O resultado é apresentado em site próprio: observatorio.inweb.org.br/olympics. Com acesso aberto, nele o público poderá acompanhar as tendências sobre os assuntos mais comentados e o sobe e desce das emoções sobre os fatos olímpicos registrados pelos torcedores. A repercussão do projeto foi reconhecida pelo governo brasileiro, que convidou os organizadores a apresentarem aos londrinos o Observatório das Olimpíadas em espaço expositivo da Embaixada do Brasil, durante todo o período do evento. A previsão é que, junto a outros 12 projetos digitais nacionais, ele seja aberto pela Presidente Dilma Rousseff, na quinta-feira, 26 de julho, data de início das Olimpíadas. Este é o quinto observatório coordenado pelo grupo do DCC. A iniciativa integra linha de pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Web (InWeb), que alia desafios científcos ao desenvolvimento de protótipos sobre fenômenos de informação na sociedade contemporânea. Nessa direção, os pesquisadores já colocaram online os observatórios do Brasileirão, da Dengue, das Eleições e da Copa, ambos de 2010. O diferencial dos projetos é que seus resultados são considerados consistentes pela comunidade científica e abrem frentes de pesquisa na academia em torno de experiências sociais relevantes. Com as Olimpíadas, um dos desafios para os cientistas decorreu de padrões de comunicação dos europeus. "O público europeu possui grande conectividade e já utiliza dispositivos móveis em maior escala do que em outros cenários que trabalhamos. Isso deverá gerar maior volume de discussões na web sobre os eventos em tempo real", antecipa Wagner Meira Jr., professor do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, coordenador do experimento. A análise de Meira tem fundamento: antes de lançar o Observatório das Olimpíadas, eles estudaram padrões da Eurocopa, que reuniu público de 1,27 milhão de torcedores. "Projetamos novos valores para as Olimpíadas e reservamos quatro potentes máquinas servidoras para processar os dados", relata o professor. Não será um trânsito comum de informação, a levar em conta o público de 11 milhões de pessoas aguardadas nos espaços onde as competições vão acontecer, incluindo as Paraolimpíadas, até 8 de setembro. De acordo com Meira, os robôs do Observatório foram treinados para capturar nomes de atletas, seus países de origem e modalidades esportivas, além de geotags e informações geradas nas regiões de Londres onde as disputas acontecerão. Para viabilizar esse tráfego para os computadores do DCC, o grupo teve acesso à lista de todas as delegações olímpicas e extraiu as coordenadas geográficas das arenas da competição. "A característica deste evento, em comparação aos outros Observatórios, é a diversidade de seus atores, o tamanho das delegações, a popularidade variável que um número de atletas pode obter e o uso intensivo de dispositivos móveis", sintetiza o professor.

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