A
UFMG em parceria com a Fundação Hospital de Olhos apresenta tecnologia
desenvolvida para rastreamento da saúde ocular durante a 7º Technology and
Medical Sciences International – TMSI. A inovação permite que a baixo custo e
fácil utilização equipamentos sejam utilizados para rastrear déficits de
aprendizagem relacionados à visão. Pela primeira vez no Brasil, o evento
acontece de hoje, 25, a 27 de julho no campus Pampulha, e terá presença de
especialistas do Japão, Estados Unidos e Suíça, além da pesquisadora Helen
Irlen, responsável pelos primeiros estudos sobre o distúrbio que leva seu
nome. As tecnologias vão além dos
problemas nos olhos e da acuidade visual. O Eyetracking faz o rastreamento do
globo ocular no momento da leitura e é utilizado para diagnosticar a Síndrome
de Irlen. Já o Keystone é capaz de mensurar a visão de cores, visão periférica,
contraste, lateralidades e foria (desvio dos olhos). O objetivo é padronizar a
realização dos exames de triagem e promover a identificação, monitoramento e
intervenção precoce nos casos de déficit relacionado à aprendizagem visando e,
futuramente também com o auxílio de novas tecnologias, criar um banco de dados
que possa ser integrado a outras informações médicas como, por exemplo,
vacinação, peso, altura e que irão acompanhar o desenvolvimento humano por toda
a vida, além de viabilizar relatórios de análises e estudos epidemiológicos que
poderão, por sua vez, auxiliar a gestão das políticas municipais e estaduais. Segundo
Ricardo Guimarães, diretor da Fundação Hospital de Olhos, dados dos ministérios
da Saúde e da Educação são preocupantes: 30% das crianças em idade escolar
sofrem com problemas visuais que podem influenciar negativamente no processo de
aprendizagem. Miopia, astigmatismo, estrabismo são apenas alguns desses
problemas. A Síndrome de Irlen é outro distúrbio de aprendizagem relacionado à
visão. Ela afeta 46% dos indivíduos com déficits específicos de aprendizagem e
leitura e 33% dos casos de Transtorno de Déficit de Atenção e de Dislexia, mas
ainda é pouco conhecida no Brasil e não é detectada por exames oftalmológicos
de rotina. “As tecnologias são capazes de diagnosticar os distúrbios de
aprendizagem relacionados à visão e são
uma forma de possibilitar que mesmo professores ou outros profissionais
da educação apliquem e descubram um possível distúrbio na criança precocemente,
permitindo que ela busque ferramentas que facilitem seu aprendizado e até mesmo
direcione esta criança para a busca da correta profissão. A nossa preocupação é
ajudar a educação por meio da melhoria das condições de saúde da criança”,
enfatiza. Para desenvolver as tecnologias
houve uma convergência de conhecimento. De acordo Marcos Pinotti, fundador do
Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão (Lappan) “foi um trabalho ombro a
ombro avançando na procura do conhecimento e cada um contribuiu com o que de
melhor sabia”, esclarece. Ele destaca ainda que o grande sucesso deste projeto
é a possibilidade de gerar, através da mensuração e acompanhamento de dados em
um banco único, a gestão de projetos e políticas públicas relacionadas à
educação e saúde. O 7º Technology and Medical Sciences International será
realizado juntamente ao 11º Irlen Internacional Conference que acontece entre
os dias 25 e 27 de julho, e visa esclarecer e desmistificar conceitos sobre a
Síndrome de Írlen. Mais informações no site www.irlen.com.br ou pelo (31)
3289-2052.
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