ESPECIAL
SEMANA DO MEIO AMBIENTE// Cláudio Spínolla fala sobre projeto que estimula
práticas de compostagem doméstica com envolvimento de famílias paulistanas. A natureza é sábia. Por si só,
transforma tudo o que lhe cai nas teias. Mas não custa nada ao homem dar uma
mãozinha e colocar sua inteligência a serviço da renovação da vida, como é o
caso da compostagem de resíduos orgânicos. “Esta é a proposta”, confirma o
artista plástico Cláudio Spínolla, criador da entidade Morada da Floresta e
autor do Projeto Composta São Paulo, destinado a estimular a compostagem
doméstica entre os moradores da capital paulista. Cláudio Spínolla é um dos
palestrantes da conferência "Ideias que merecem ser disseminadas",
realizada nesta sexta-feira (3/6) pela programação da Semana do Meio Ambiente, promovida pelo Ministério do
Meio Ambiente. Como educador e articulador socioambiental, Cláudio Spínolla se
dedica, desde 2004, a atividades voltadas à sustentabilidade. E adotou essa
filosofia de vida como fonte de inspiração para os cursos e palestras que
ministra sobre os sistemas de decomposição de material orgânico, desenvolvidos
para pequenos, médios e grandes geradores desse tipo de resíduo. SUSTENTABILIDADE
- Além de oferecer consultoria em gestão de resíduos, o diretor da Morada da
Floresta, mesmo sendo artista plástico, decidiu assumir novos desafios. A
pergunta é: por que resolveu seguir por esse caminho? Cláudio responde: “Foi
por uma necessidade interna. Eu conheci a permacultura (um sistema voltado para
a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e
harmonia com a natureza) em 2008 e ela transformou a minha vida”. E revela: “Eu
percebi que tinha de ter práticas sustentáveis no meu dia a dia”. Ele conta que
morava numa casa alugada e começou a plantar e compostar ainda em 1999 e, a
partir daí,”nunca mais parei e senti que poderia fazer mais”. Foi assim que
surgiu a instituição Morada da Floresta: “Eu precisava compartilhar esse
conhecimento e passei a ensinar, a fazer vídeos, a mostrar como se faz
compostagem”. Esse processo biológico de valorização da matéria orgânica deu
tão certo que Spínolla decidiu ousar e criou o Projeto Composta São Paulo. A
proposta, que já está em curso, é uma composteira doméstica em 2,5 mil
domicílios da cidade de São Paulo, de perfis diferenciados. Os selecionados
participaram de oficinas de compostagem e plantio, “gerando informações e
aprendizados capazes de impulsionar e fomentar a elaboração de uma política
pública que estimule a prática da compostagem doméstica entre os paulistanos”,
explica o fomentador da ideia. MATERIAL ORGÂNICO - A proposta
do artista plástico brasiliense, Cláudio Spínolla, é reaproveitar o material
orgânico, que corresponde a mais de 50% dos resíduos descartados nas cidades,
como restos de comida e podas de jardim. O problema é que, na maioria dos
casos, esse tipo de material descartado acaba fazendo ainda mais volume nos
lixões e aterros sanitários, lamenta Spínolla. “Geralmente, o resíduo orgânico
está fora do radar dos consumidores, das ações das empresas e das políticas de
governo”, insiste. E utiliza essas informações para fazer um alerta: “As
possibilidades de ganhos futuros são muito promissoras, por isso decidi mostrar
as vantagens de se reciclar os resíduos orgânicos ainda no seu local de origem,
as residências”. Não é por acaso que a empresa Morada da Floresta se tornou uma
aposta rentável, a partir da transformação dos restos de cozinha e das podas de
jardim em adubo orgânico. Hoje, diz Cláudio, “por baixo, acredito que mais de
dez mil famílias passaram a fazer compostagem em São Paulo”. –Secom
tvgazetalife@hotmail.com
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