Cepea, 28 – Na safra 2015/16, além das preocupações
com controle de lagartas e percevejos, produtores de soja de Mato Grosso e de
Goiás enfrentaram também o aumento da incidência de mosca branca (Bemisiatabaci).
Com isso, cresceu o gasto do produtor. Conforme cálculos do Cepea (Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA
(Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), relativos aos dois estados,
o dispêndio com inseticidas na safra 2015/16 foi estimado em 37% maior que na
passada – considerando-se a compra dos insumos entre os meses de novembro/15 e
fevereiro/16.Em Campo Novo do Parecis (MT), o produtor de soja que gastou em
média R$ 385,02/hectare com inseticidas na safra passada, agora despendeu R$
508,90/ha, aumento de 32%. Em Primavera do Leste (MT), o gasto foi de R$
391,78/ha na última safra para R$ 543,69/ha na temporada 2015/16, aumento de
39%, de acordo com cálculos do Cepea/CNA. Em Sorriso (MT), os gastos médios
subiram de R$ 302,56/ha para R$ 377,73/ha, elevação de 25% de uma safra para a
outra. Embora em Mato Grosso o inseto já tenha sido um problema na safra
anterior, as principais causas do aumento do gasto foram a valorização do dólar
frente ao Real e a alta procura por inseticidas, que estavam escassos em
algumas revendas. Nas praças de Campo Novo do Parecis, Primavera do Leste e
Sorriso, o controle especificamente de mosca branca representou, nesta ordem,
32%, 34% e 42% do gasto com inseticidas.Na região de Rio Verde (GO) o surto foi
ainda maior, causando aumento de 51% no dispêndio com inseticidas, que
passou de R$ 223,68/ha para R$ 337,86/ha nesta safra. Do total gasto com
inseticidas 34%
foi com o controle da mosca branca, segundo dados do Cepea/CNA.Do ponto de
vista econômico, em Campo Novo do Parecis, Primavera do Leste e em Sorriso, o
produtor precisou em média de 3 sacas/ha para cobrir o aumento dos custos só
com o controle da mosca branca. Na região de Rio Verde, o gasto extra com esse
inseto equivaleu a 2sc/ha. Nesse cenário, os inseticidas se tornaram o segundo
item de maior representatividade no custo operacional efetivo (COE), ficando
atrás apenas dos gastos com fertilizantes e ultrapassando herbicidas e fungicidas.A
participação dos inseticidas no COE vem aumentando já há alguns anos. Na safra
2012/13 de Goiás, o inseticida já era a categoria de defensivo com maior peso
nos custos. Na temporada 2014/15, o gasto com esses produtos só era menor do
que o valor despendido com os fertilizantes. Em Mato Grosso, foi na safra
2013/14, com o aparecimento da Helicoverpa, que os inseticidas se tornaram o
segundo item de maior gasto da soja.–Secom
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