Pesquisador trabalha há mais de uma década na
construção de um ergômetro para treinamento de atletas cadeirantes. A prática
de esportes entre pessoas com deficiência está sendo cada vez mais difundida no
Brasil e no mundo. Nas Paralimpíadas de 2012, por exemplo, o país foi o 7º
colocado e conquistou 42 medalhas. Já nos Jogos Parapan-Americanos de 2015, no
Canadá, os brasileiros alcançaram o 1º lugar e 257 medalhas. Diante desse
cenário, o professor e coordenador do Núcleo de Habilitação e Reabilitação
em Esportes Paralímpicos (NH/Resp), da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU), Cleudmar de Araújo, trabalha há mais de 10 anos na construção de um
ergômetro para cadeirantes. O equipamento é capaz de avaliar a real condição
física da pessoa com deficiência e pode contribuir para o treinamento desses
atletas. O projeto é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (Fapemig).
Para que um atleta realize o teste de condicionamento com esforços de grande
intensidade, normalmente utiliza-se uma bicicleta ergométrica suspensa, na qual
se aplica o máximo de força e velocidade em um espaço de tempo. Para o
paraplégico ainda não há um protocolo, mas, ao invés de rodas, o equipamento
possui aros, para que a pessoa propulsione de forma semelhante à que faz numa
cadeira de rodas convencional. “A vantagem do ergômetro é que foi
desenvolvido um sistema eletromagnético acoplado a uma instrumentação que mede
os níveis de potência, regula a largura e inclinação dos aros e encostos,
define o nível de resistência a partir do peso, faz a análise e emite um
relatório do teste utilizando um aplicativo”, informa o pesquisador. O
ergômetro para cadeirantes é um equipamento independente, que simula uma
cadeira de rodas, composto por um módulo estrutural acoplado aos sistemas de
aquisição, resistência e instrumentação. Um dos diferenciais do equipamento
enfatizado na pesquisa é a possibilidade de utilização de diversas regulagens,
aliada a um baixo custo. De acordo com o pesquisador, até o momento, não foram
encontrados equipamentos projetados com estas características no exterior.
Existem produtos do tipo rolo e esteiras, porém o custo é elevado e de difícil
acesso para os centros de pesquisa, treinamento ou tratamento das pessoas com
deficiência. Processo de patente - Ainda em processo de
patente, não há uma estimativa do valor do produto, mas foram utilizados
sistemas e dispositivos mais econômicos na expectativa de conseguir um preço
abaixo dos equipamentos similares atuais. Segundo Cleudmar de Araújo, o
terceiro protótipo está previso para ser concluído e testado neste ano e o
intuito é disponibilizá-lo para os centros de treinamento em 2017. Além de
suprir uma carência no mercado nacional, o equipamento pode impulsionar a
criação de outros projetos voltados para as pessoas com deficiência. A partir
das ações do Núcleo de Habilitação e Reabilitação em Esportes Paralímpicos
(NH/Resp), da UFU, os pesquisadores já estão desenvolvendo equipamentos para
natação, atletismo e outras modalidades, seguindo o percurso utilizado para a
criação do ergômetro. – Secom
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