A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE)
divulga o boletim n° 10 de dengue, zika e chikungunya, com dados referentes até
a Semana Epidemiológica n° 11 (1º de janeiro a 19 de março de 2016). Dengue -
No período de 1º de janeiro a 19 de março de 2016 foram notificados 5.856 casos
suspeitos de dengue em Santa Catarina. Desses, 1.883 (32%) foram confirmados
(1.506 pelo critério laboratorial e 377 pelo critério clínico epidemiológico),
2.512 (43%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e
1.461 (25%) casos estão em investigação pelos municípios. Do total de casos
confirmados (1.883) até o momento, 1.690 (90%) são autóctones, com transmissão
dentro de SC, 136 (7%) são importados (transmissão fora do Estado) e 57 (3%)
estão aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI) (Tabela 1).
Conforme informações sobre o Local Provável de Infecção (LPI), até o momento
existe confirmação de transmissão autóctone de dengue em 17 municípios de Santa
Catarina: Balneário Camboriú, Bom Jesus, Caibi, Chapecó, Coronel Freitas,
Descanso, Itajaí, Itapema, Itapoá, Modelo, Pinhalzinho, São José do Cedro, São
Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Saudades, Serra Alta e Xanxerê (Tabela
2). O município de Pinhalzinho apresenta, até agora, o maior número de casos
autóctones (1.336) no Estado, apresentando uma taxa de incidência de 7.145,9
casos por 100 mil habitantes. Além de Pinhalzinho, Serra Alta possui uma taxa
de incidência de 1.570,0 casos por 100 mil habitantes, Descanso 811,3 por 100
mil/hab, Bom Jesus 638,1 por 100 mil/hab e Coronel Freitas 509,8 por 100
mil/hab. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como nível de
transmissão epidêmico, taxas de incidência acima de 300 casos de dengue por 100
mil habitantes. Comparação de casos notificados e autóctones em 2015 e 2016: Em
2015 foram notificados 11.333 casos de dengue, dos quais 3.619 casos foram
confirmados (32%), 6.875 (61%) foram descartados e 839 (7%) permanecem como
inconclusivos. Do total de casos confirmados, 3.281 (91%) eram autóctones, 275
(7%) importados e 63 (2%) não definiram o local provável de infecção. Em Santa
Catarina, no ano de 2016, até SE 11 (19/03) o número de casos notificados de
dengue (5.856 casos) está acima do registrado no mesmo período em 2015 (4.201
casos), representando um aumento de 28% no registro de um ano para outro. Já em
relação aos casos autóctones, em 2016, também considerando até a SE 11, foram
confirmados 1.690 casos, enquanto que no mesmo período em 2015 haviam sido
confirmados 1.323 casos, representando um aumento de 22% no número de casos
autóctones confirmados de um ano para outro. Em relação aos focos do
mosquito Aedes aegypti, em 2016, até a SE 11 (19/03), foram identificados
3.252 focos, em 116 municípios. Neste mesmo período em 2015, tinham sido
identificados 2.916 focos em 83 municípios. Há 33 municípios considerados
infestados pelo mosquito Aedes aegypti: Anchieta, Balneário Camboriú, Bom
Jesus, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã,
Descanso, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema,
Joinville, Maravilha, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de
Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, Quilombo, São Bernardino, São
José, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Santo Amaro da Imperatriz,
Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim. Em comparação com o último
boletim, houve a inclusão do município de Santo Amaro da Imperatriz (bairro de
Varginha). A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e
manutenção dos focos. Os municípios de Bom Jesus e Descanso, embora não tenham
detectado até o momento disseminação e manutenção dos focos de A. aegypti,
foram considerados infestados em função da elevada taxa de incidência de dengue
em seus territórios (autoctonia). O que é Dengue? A dengue é uma doença
infecciosa febril causada por um arbovírus. É transmitida pela picada da fêmea
do mosquito Aedes aegypti infectado. A infecção pelo vírus dengue pode ser
assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e
dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves (oligossintomáticas)
até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Todos os quatro sorotipos de
vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os
mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico.
O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil
passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que
a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e
epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: Dengue, Dengue com
sinais de alarme e Dengue grave. Sinais e sintomas - Normalmente, a primeira
manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem
duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no
corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão
presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas.
Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes. Com a
diminuição da febre, entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença,
grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado
geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a
forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que
podem indicar o deterioramento clínico do paciente. Febre de Chikungunya - No
período de 1º de janeiro a 19 de março de 2016, foram notificados 244 casos
suspeitos de Febre de Chikungunya em Santa Catarina. Desses, 12 (5%) foram
confirmados, 60 (25%) foram descartados e 171 (70%) permanecem em investigação.
Todos os casos confirmados (12) são importados (Tabela 3 e 4). Em 2015 foram
notificados 134 casos suspeitos de Chikungunya, dos quais oito (6%) foram
confirmados, 98 (73%) foram descartados e 28 (21%) permanecem
inconclusivos. Do total de oito casos confirmados, um foi autóctone do
município de Itajaí e outros sete foram importados de outros
estados. Esses casos foram identificados em Blumenau, Cunha Porã, Itajaí,
Jaraguá do Sul, Joinville e São José. O que é Febre de Chikungunya? É uma
infecção viral causada pelo Vírus Chikungunya, que pode se apresentar sob forma
aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de
cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as
fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência
de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão
usada na Tanzânia que significa "aquele que se curva". Pessoas que
estiveram nos últimos 14 dias em cidade com presença do Aedes
aegypti ou com transmissão da febre de chikungunya e apresentar os
sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e
tratamento adequado. Zika Vírus - No período de 1º de janeiro a 19 de março de
2016 foram notificados 179 casos suspeitos de Febre do Zika Vírus em Santa
Catarina. Desses, 14 (7%) foram confirmados (13 pelo critério
clínico-epidemiológico e um pelo critério laboratorial), 73 (41%) foram
descartados e 92 (52%) permanecem em investigação. Todos os casos confirmados
são importados. Esses casos foram identificados em Belmonte, Braço do Norte,
Brusque, Camboriú, Florianópolis, Ipuaçu, Luiz Alves, Paraíso, São João do Sul,
São Francisco do Sul, Videira e Xanxerê. Os prováveis locais de infecção foram
os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco,
Rondônia, São Paulo e Sergipe. Situação das Salas Municipais para o combate ao
Aedes aegypti/SC - A Sala Estadual para o combate ao Aedes aegypti/SC informa
que, dos 33 municípios considerados infestados, 30 implantaram a sala de
situação municipal. Os municípios de Bom Jesus e Descanso ainda não informaram
sobre a implantação da sala, e Santo Amaro da Imperatriz está sendo orientado
para implantação da mesma. Esses municípios foram estimulados a iniciar os
ciclos de visitas a todos os imóveis existentes nas áreas infestadas e a
repassarem informações diariamente à Sala Estadual sobre as ações realizadas.
Além disso, os 28 municípios considerados em situação de risco, por
apresentarem aumento do número de focos e de área de detecção, introdução do
Aedes aegypti devido à proximidade com municípios infestados com transmissão ou
infestados, ocorrência de casos isolados ou por serem polos nas regiões em que
estão inseridos, foram orientados a implantarem salas de situação. São eles:
Sombrio, Canoinhas, Porto União, Concórdia, Palhoça, Tijucas, Jaraguá do Sul,
Dionísio Cerqueira, Mondaí, Palma Sola, Tubarão, Caçador, Blumenau, Brusque,
Cunha Porã, Nova Erechim, Criciúma, Bombinhas, Balneário Piçarras, Camboriú,
Ilhota, Luís Alves, Navegantes, Penha, Porto Belo, São Bento do Sul, Ipuaçu e
São Domingos. Esses municípios receberam repasse financeiro estadual em 2015
para qualificar as ações de vigilância e controle vetorial. O objetivo das
salas, nesses municípios, é de desencadear ações intersetorias, visando
diminuir o risco de infestação ou mesmo introdução do vetor. Os municípios de
Bombinhas, Camboriú, Canoinhas, Criciúma, Dionísio Cerqueira, Ipuaçu, Luís
Alves, Mondaí, Navegantes, Nova Erechim, Porto União, São Domingos e Tijucas já
informaram a implantação de suas salas. Informações sobre as visitas aos
imóveis continuam sendo repassadas diariamente para a Sala Estadual, por 28 dos
33 municípios infestados. Os municípios de Bom Jesus, Descanso, Quilombo, Santo
Amaro da Imperatriz e São José não repassaram nenhum dado sobre as visitas aos
imóveis até o momento. Assim, dos 333.010 imóveis em área infestada, que
deveriam receber visita até o dia 13 de fevereiro (1º ciclo), foram realizadas
visitas em 278.339 imóveis, representando 83,6% do total. Os imóveis fechados
ou que a visita foi recusada totalizam 82.221, sendo que desses já foram
recuperadas as visitas em 17.852, permanecendo 64.369 como pendentes (19,3% do
total de imóveis existentes). Nesse ciclo, foram eliminados 135.173 recipientes
(pequenos depósitos móveis como pratinhos de plantas, pneus e lixo). No 2º
ciclo de vistas, que se iniciou em 15 de fevereiro, dos 333.359 imóveis em área
infestada, já foram realizadas visitas em 127.569 imóveis, representando 38,3%
do total. Os imóveis fechados ou que a visita foi recusada totalizam 48.953,
sendo que desses já foram recuperadas as visitas em 13.000, permanecendo 35.953
como pendentes (10,7% do total de imóveis existentes). O município que ainda
não encaminhou os dados referentes ao segundo ciclo de visitas é somente
Chapecó. Já foram eliminados 33.721 recipientes. Os municípios de Balneário
Camboriú, Chapecó, Florianópolis, Itajaí, Itapema, Pinhalzinho e Xanxerê,
formalizaram à Sala Estadual de Santa Catarina a solicitação de apoio das
Forças Armadas. Em Florianópolis, o contingente do Exército vem desenvolvendo
ações de orientação à população e eliminação de possíveis criadouros. Os
pedidos dos demais ainda aguardam o retorno da Sala Nacional. Além da
intensificação nas visitas aos imóveis das áreas infestadas desses 33
municípios, a Coordenação da Atenção Básica da SES/SC emitiu a Nota Técnica nº
001/2016 e a Sala Estadual realizou uma webconferência em janeiro com os
Agentes Comunitários de Saúde de todos os municípios catarinenses. A orientação
repassada foi que, na rotina das visitas aos imóveis, devem ser priorizadas as
ações de orientação para população sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti,
bem como formas de evitar e eliminar seus potenciais criadouros. Nestes
municípios, os Agentes Comunitários de Saúde visitaram 661 mil residências até
o dia 19 de março. Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:
Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo; Mantenha lixeiras tampadas;
Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura,
principalmente as caixas d’água; Plantas como bromélias devem ser evitadas,
pois acumulam água; Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por
semana; Mantenha ralos fechados e desentupidos; Lave com escova os potes de
comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana; Retire a água acumulada
em lajes; Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;
Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário; Evite acumular entulho, pois podem
se tornar locais de foco do mosquito da dengue. Denuncie a existência de
possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde; Caso
apresente sintomas de dengue, chikungunya ou Zika vírus, procure uma unidade de
saúde para atendimento. –Secom
tvgazetalife@hotmail.com
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