quinta-feira, 24 de março de 2016

DIVE DIVULGA BOLETIM NÚMERO 10 SOBRE SITUAÇÃO DA DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA EM SANTA CATARINA

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) divulga o boletim n° 10 de dengue, zika e chikungunya, com dados referentes até a Semana Epidemiológica n° 11 (1º de janeiro a 19 de março de 2016). Dengue - No período de 1º de janeiro a 19 de março de 2016 foram notificados 5.856 casos suspeitos de dengue em Santa Catarina. Desses, 1.883 (32%) foram confirmados (1.506 pelo critério laboratorial e 377 pelo critério clínico epidemiológico), 2.512 (43%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 1.461 (25%) casos estão em investigação pelos municípios. Do total de casos confirmados (1.883) até o momento, 1.690 (90%) são autóctones, com transmissão dentro de SC, 136 (7%) são importados (transmissão fora do Estado) e 57 (3%) estão aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI) (Tabela 1). Conforme informações sobre o Local Provável de Infecção (LPI), até o momento existe confirmação de transmissão autóctone de dengue em 17 municípios de Santa Catarina: Balneário Camboriú, Bom Jesus, Caibi, Chapecó, Coronel Freitas, Descanso, Itajaí, Itapema, Itapoá, Modelo, Pinhalzinho, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Saudades, Serra Alta e Xanxerê (Tabela 2). O município de Pinhalzinho apresenta, até agora, o maior número de casos autóctones (1.336) no Estado, apresentando uma taxa de incidência de 7.145,9 casos por 100 mil habitantes. Além de Pinhalzinho, Serra Alta possui uma taxa de incidência de 1.570,0 casos por 100 mil habitantes, Descanso 811,3 por 100 mil/hab, Bom Jesus 638,1 por 100 mil/hab e Coronel Freitas 509,8 por 100 mil/hab. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como nível de transmissão epidêmico, taxas de incidência acima de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes. Comparação de casos notificados e autóctones em 2015 e 2016: Em 2015 foram notificados 11.333 casos de dengue, dos quais 3.619 casos foram confirmados (32%), 6.875 (61%) foram descartados e 839 (7%) permanecem como inconclusivos. Do total de casos confirmados, 3.281 (91%) eram autóctones, 275 (7%) importados e 63 (2%) não definiram o local provável de infecção. Em Santa Catarina, no ano de 2016, até SE 11 (19/03) o número de casos notificados de dengue (5.856 casos) está acima do registrado no mesmo período em 2015 (4.201 casos), representando um aumento de 28% no registro de um ano para outro. Já em relação aos casos autóctones, em 2016, também considerando até a SE 11, foram confirmados 1.690 casos, enquanto que no mesmo período em 2015 haviam sido confirmados 1.323 casos, representando um aumento de 22% no número de casos autóctones confirmados de um ano para outro. Em relação aos focos do mosquito Aedes aegypti, em 2016, até a SE 11 (19/03), foram identificados 3.252 focos, em 116 municípios. Neste mesmo período em 2015, tinham sido identificados 2.916 focos em 83 municípios. Há 33 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti: Anchieta, Balneário Camboriú, Bom Jesus, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Descanso, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema, Joinville, Maravilha, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, Quilombo, São Bernardino, São José, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Santo Amaro da Imperatriz, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim. Em comparação com o último boletim, houve a inclusão do município de Santo Amaro da Imperatriz (bairro de Varginha). A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos. Os municípios de Bom Jesus e Descanso, embora não tenham detectado até o momento disseminação e manutenção dos focos de A. aegypti, foram considerados infestados em função da elevada taxa de incidência de dengue em seus territórios (autoctonia). O que é Dengue? A dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. A infecção pelo vírus dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves (oligossintomáticas) até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Todos os quatro sorotipos de vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico. O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: Dengue, Dengue com sinais de alarme e Dengue grave. Sinais e sintomas - Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes. Com a diminuição da febre, entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente. Febre de Chikungunya - No período de 1º de janeiro a 19 de março de 2016, foram notificados 244 casos suspeitos de Febre de Chikungunya em Santa Catarina. Desses, 12 (5%) foram confirmados, 60 (25%) foram descartados e 171 (70%) permanecem em investigação. Todos os casos confirmados (12) são importados (Tabela 3 e 4). Em 2015 foram notificados 134 casos suspeitos de Chikungunya, dos quais oito (6%) foram confirmados, 98 (73%) foram descartados e 28 (21%) permanecem inconclusivos. Do total de oito casos confirmados, um foi autóctone do município de Itajaí e outros sete foram importados de outros estados. Esses casos foram identificados em Blumenau, Cunha Porã, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville e São José. O que é Febre de Chikungunya? É uma infecção viral causada pelo Vírus Chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa "aquele que se curva". Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da febre de chikungunya e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado. Zika Vírus - No período de 1º de janeiro a 19 de março de 2016 foram notificados 179 casos suspeitos de Febre do Zika Vírus em Santa Catarina. Desses, 14 (7%) foram confirmados (13 pelo critério clínico-epidemiológico e um pelo critério laboratorial), 73 (41%) foram descartados e 92 (52%) permanecem em investigação. Todos os casos confirmados são importados. Esses casos foram identificados em Belmonte, Braço do Norte, Brusque, Camboriú, Florianópolis, Ipuaçu, Luiz Alves, Paraíso, São João do Sul, São Francisco do Sul, Videira e Xanxerê. Os prováveis locais de infecção foram os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rondônia, São Paulo e Sergipe. Situação das Salas Municipais para o combate ao Aedes aegypti/SC - A Sala Estadual para o combate ao Aedes aegypti/SC informa que, dos 33 municípios considerados infestados, 30 implantaram a sala de situação municipal. Os municípios de Bom Jesus e Descanso ainda não informaram sobre a implantação da sala, e Santo Amaro da Imperatriz está sendo orientado para implantação da mesma. Esses municípios foram estimulados a iniciar os ciclos de visitas a todos os imóveis existentes nas áreas infestadas e a repassarem informações diariamente à Sala Estadual sobre as ações realizadas. Além disso, os 28 municípios considerados em situação de risco, por apresentarem aumento do número de focos e de área de detecção, introdução do Aedes aegypti devido à proximidade com municípios infestados com transmissão ou infestados, ocorrência de casos isolados ou por serem polos nas regiões em que estão inseridos, foram orientados a implantarem salas de situação. São eles: Sombrio, Canoinhas, Porto União, Concórdia, Palhoça, Tijucas, Jaraguá do Sul, Dionísio Cerqueira, Mondaí, Palma Sola, Tubarão, Caçador, Blumenau, Brusque, Cunha Porã, Nova Erechim, Criciúma, Bombinhas, Balneário Piçarras, Camboriú, Ilhota, Luís Alves, Navegantes, Penha, Porto Belo, São Bento do Sul, Ipuaçu e São Domingos. Esses municípios receberam repasse financeiro estadual em 2015 para qualificar as ações de vigilância e controle vetorial. O objetivo das salas, nesses municípios, é de desencadear ações intersetorias, visando diminuir o risco de infestação ou mesmo introdução do vetor. Os municípios de Bombinhas, Camboriú, Canoinhas, Criciúma, Dionísio Cerqueira, Ipuaçu, Luís Alves, Mondaí, Navegantes, Nova Erechim, Porto União, São Domingos e Tijucas já informaram a implantação de suas salas. Informações sobre as visitas aos imóveis continuam sendo repassadas diariamente para a Sala Estadual, por 28 dos 33 municípios infestados. Os municípios de Bom Jesus, Descanso, Quilombo, Santo Amaro da Imperatriz e São José não repassaram nenhum dado sobre as visitas aos imóveis até o momento. Assim, dos 333.010 imóveis em área infestada, que deveriam receber visita até o dia 13 de fevereiro (1º ciclo), foram realizadas visitas em 278.339 imóveis, representando 83,6% do total. Os imóveis fechados ou que a visita foi recusada totalizam 82.221, sendo que desses já foram recuperadas as visitas em 17.852, permanecendo 64.369 como pendentes (19,3% do total de imóveis existentes). Nesse ciclo, foram eliminados 135.173 recipientes (pequenos depósitos móveis como pratinhos de plantas, pneus e lixo). No 2º ciclo de vistas, que se iniciou em 15 de fevereiro, dos 333.359 imóveis em área infestada, já foram realizadas visitas em 127.569 imóveis, representando 38,3% do total. Os imóveis fechados ou que a visita foi recusada totalizam 48.953, sendo que desses já foram recuperadas as visitas em 13.000, permanecendo 35.953 como pendentes (10,7% do total de imóveis existentes). O município que ainda não encaminhou os dados referentes ao segundo ciclo de visitas é somente Chapecó. Já foram eliminados 33.721 recipientes. Os municípios de Balneário Camboriú, Chapecó, Florianópolis, Itajaí, Itapema, Pinhalzinho e Xanxerê, formalizaram à Sala Estadual de Santa Catarina a solicitação de apoio das Forças Armadas. Em Florianópolis, o contingente do Exército vem desenvolvendo ações de orientação à população e eliminação de possíveis criadouros. Os pedidos dos demais ainda aguardam o retorno da Sala Nacional. Além da intensificação nas visitas aos imóveis das áreas infestadas desses 33 municípios, a Coordenação da Atenção Básica da SES/SC emitiu a Nota Técnica nº 001/2016 e a Sala Estadual realizou uma webconferência em janeiro com os Agentes Comunitários de Saúde de todos os municípios catarinenses. A orientação repassada foi que, na rotina das visitas aos imóveis, devem ser priorizadas as ações de orientação para população sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, bem como formas de evitar e eliminar seus potenciais criadouros. Nestes municípios, os Agentes Comunitários de Saúde visitaram 661 mil residências até o dia 19 de março. Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti: Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda; Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo; Mantenha lixeiras tampadas; Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água; Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água; Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana; Mantenha ralos fechados e desentupidos; Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana; Retire a água acumulada em lajes; Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados; Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário; Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue. Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde; Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou Zika vírus, procure uma unidade de saúde para atendimento. –Secom

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