O fenômeno El Niño prejudicou a produção de cebola
nos três Estados do Sul, que registraram severas perdas no volume colhido. Só o
Paraná teve perda de 21% do potencial produtivo, que equivale a um volume de
26,3 mil toneladas de cebola perdidas. Apesar disso, os preços animam os
produtores. Em clima de expectativa de bons ganhos para o setor, cerca de 700
agricultores participam nesta quinta-feira (31) do 26º Encontro Estadual de
Produtores de Cebola, no município de Campo Magro, na Região Metropolitana de
Curitiba. A abertura do evento será feita
pelo diretor presidente do Instituto Emater, Rubens Niederheitmann. O encontro
vai discutir como principal tema as Inovações Tecnológicas na Cadeia Produtiva
da Cebola. A cebola é uma das principais
hortaliças cultivadas no Paraná, com uma produção de 100.526 toneladas nesta
safra (2015/16). Está presente em 130 municípios do Estado, envolve cerca de
3.800 produtores, embora as áreas de cultivo mais importantes concentram-se nas
regiões de Irati e Metropolitana de Curitiba. A área cultivada soma 5,2 mil
hectares, sendo que a região de Curitiba concentra 54% do cultivo e a região de
Irati, concentra 30%. O município de Campo Magro é um importante produtor de
cebola, tem 110 produtores que na última safra plantaram 165 hectares e produziram
3.630 toneladas, com produtividade média de 22 mil quilos por hectare, o que
representa 3% da produção estadual. Segundo o engenheiro agrônomo
InibertoHamerschmidt, coordenador estadual do projeto Olericultura, da Emater,
embora a atividade tenha saído de uma produtividade média de 4,1 mil quilos por
hectare, no ano de realização do primeiro Encontro Estadual de Produtores de
Cebola, para 24 mil quilos na última safra, existe condições para um incremento
de até 100% neste rendimento, apenas com o uso de tecnologias que já estão à
disposição dos plantadores paranaenses. "São tecnologias como o plantio
direto, sementes de cultivares híbridos, irrigação e mecanização do plantio e
da colheita. Pelo menos duas delas estarão em destaque nos debates do encontro,
com a participação de especialistas e também numa exposição de máquinas e
insumos", explica o técnico. ALTA - De acordo com o engenheiro
agrônomo Carlos Alberto Salvador, do Departamento de Economia Rural (Deral), da
Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o quadro de escassez do produto
elevou o preço da cebola no mercado este ano, compensando as perdas aos
produtores. Em fevereiro, os agricultores
receberam em média R$ 38,66 a saca, bem acima do custo variável de produção é
de R$ 14,00 a saca. “Esse quadro está demonstrando bons ganhos para o setor”,
diz o técnico. As altas precipitações do último trimestre do ano passado
prejudicaram a qualidade, a formação e o desenvolvimento dos bulbos de cebola,
provocando escassez de produção e consequente elevação nos preços. Além disso,
com excesso de água a produção ficou vulnerável a ação de bactérias que
provocam doenças como a Camisa D'Agua e Podridão Mole que tornaram a cebola
ainda mais perecível. “Estes problemas geram perdas de produtividade e descarte
de bulbos durante a armazenagem, o que estimulou os produtores a
comercializarem a cebola antecipadamente”, diz Salvador. MÃO DE OBRA - Além dos problemas climáticos,
o setor produtivo enfrenta dificuldades como a escassez de mão-de-obra
especializada no meio rural. “Este é um dos gargalos na estrutura da cadeia
produtiva e traz, como consequência, o aumento no custo de produção”, conta
Salvador. Hamerschmidt explica que o fenômeno é consequência do êxodo de jovens
filhos de agricultores que deixam o campo em busca de melhores oportunidades de
renda na cidade e do envelhecimento daqueles que continuam vivendo no sítio.
‘Por isso, nossa preocupação é de colocar a tecnologia da colheita mecanizada
em discussão. Ela chegou ao Paraná há menos de quatro anos e ganhou simpatia
dos produtores", comenta Hamerschmidt. O tema será discutido na palestra
Colheita Mecânica de Cebola.Serviço - 26º Encontro Estadual de
Produtores de Cebola. Data: quinta-feira (31), às 9h. Local: Centro de
Convenções de Campo Magro (Travessa Benjamin Basso com rua Nossa Senhora
Aparecida, Centro). –Secom
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