Por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a
Tuberculose, no próximo dia 24, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive)
da Secretaria de Estado da Saúde (SES) se une à Organização Mundial de Saúde
(OMS) com a intenção de reforçar a importância de todos os setores da sociedade
atuarem em conjunto para pôr um fim a essa doença. Apesar de ter tratamento, a
tuberculose é uma das doenças infecciosas que mais matam no mundo, sendo
responsável, em 2014, por mais de 1,5 milhão de mortes. Dentre elas, cerca de
400 mil eram coinfectadas pelo HIV. Neste mesmo ano, foram registrados mais de
9,5 milhões de casos novos em todo o mundo. No Brasil, são notificados
anualmente cerca de 70 mil casos novos de tuberculose e ocorrem 4,6 mil mortes
em decorrência da doença. O Brasil ocupa o 18º lugar entre os 22 países com
alta carga da doença, responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no
mundo, segundo o último relatório da OMS. Em Santa Catarina, em 2014, foram
notificados 1.906 novos casos, dos quais 1,5 mil (78,7%) foram curados. Este
índice está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), que é curar
85% de todos os casos novos. Uma das dificuldades em alcançar essa meta é o
elevado índice de abandono de tratamento que ainda persiste no estado. Neste
mesmo ano, 156 pacientes abandonaram o tratamento, o que representa 8,2% do
total de casos novos em 2014, ainda acima do considerado aceitável pelo MS, que
é de até 5% de taxa de abandono. “A Dive, em conjunto com as gerências
Regionais de Saúde, buscam assessorar os municípios na execução de ações
estratégicas para vigilância e controle da doença no estado”, afirma Luís Henrique
da Cunha, responsável técnico do setor de tuberculose da Gerência de Vigilância
de Agravos Infecciosos, Emergentes e Ambientais da Dive. O maior desafio está
na atenção à saúde das pessoas com maior vulnerabilidade à doença, das quais se
destacam moradores de rua, portadores de HIV/AIDS, pessoas privadas de
liberdade e a população indígena. “Só os moradores de rua têm 44 vezes mais
chance de adoecer do que a população em geral, o que mostra que fatores sociais
como as más condições de vida, moradia precária, desnutrição e dificuldade de
acesso aos serviços públicos de saúde têm uma influência profunda no
prognóstico da doença”, complementa Luís Henrique. Outro importante alerta é
para a coinfecção TB/HIV/AIDS e tuberculose. Dos 1.906 novos casos registrados
em 2014, 1.688 foram testados para HIV. Desses, 359 apresentaram resultado
positivo, representando um percentual de coinfecção de 18,8%. A tuberculose tem
cura desde que o tratamento seja feito adequadamente e está disponível
gratuitamente nas unidades básicas de saúde. Sobre a tuberculose
- A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium
tuberculosis ou Bacilo de Koch, que afeta prioritariamente os pulmões, mas pode
afetar também outros órgãos, como ossos, rins e meninges. É transmissível pelo
ar, por meio da tosse e espirro. A tuberculose não se transmite por objetos
compartilhados. Sintomas - Os principais sintomas são tosse
persistente, por mais de três semanas, febre no final da tarde, cansaço fácil,
dor no peito, emagrecimento e suores noturnos. Pode existir catarro esverdeado,
amarelado ou com sangue. Alguns pacientes não exibem qualquer indício da
doença, e outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados
durante alguns anos (ou meses). Prevenção - Para prevenir a
doença, é necessário imunizar as crianças obrigatoriamente no primeiro ano de
vida ou, no máximo, até quatro anos, com a vacina BCG. Crianças soropositivas
ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a
vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes
fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. Diagnóstico e
Tratamento - O diagnóstico é feito a partir da análise dos sintomas e
da realização de exames clínicos e específicos, como a baciloscopia, a cultura
do escarro e raios-X de tórax. A tuberculose é uma doença curável em
praticamente 100% das novas ocorrências, desde que a pessoa receba e complete o
tratamento adequado, que consiste na observação diária da tomada dos
medicamentos por um profissional da equipe de saúde ou por alguém por ele
supervisionado. O tratamento da tuberculose dura, no mínimo, seis meses e deve
ser completado mesmo que a pessoa apresente melhora dos sintomas. É importante
lembrar que tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no
desenvolvimento de cepas resistentes aos fármacos. –Secom
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