Feira é palco de encontro inédito entre dirigentes
de empresas de máquinas agrícolas, que fizeram um balanço da evolução e
desafios para o setor.
Ribeirão
Preto – 1º de maio de 2013 - O feriado de 1º de maio está sendo marcado pela
presença de um público recorde na AGRISHOW, que se realiza em Ribeirão Preto
até sexta-feira, 3 de maio. De acordo com a organização do evento, mais de 35
mil pessoas vieram para a maior feira do agronegócio da América Latina. A
AGRISHOW foi palco nesta quarta do 1º Encontro de Dirigentes de Empresas de
Máquinas Agrícolas do Brasil. Gigantes mundiais, players recém-embarcados no
País e fabricantes nacionais compareceram ao encontro, que relembrou as
conquistas do setor nos últimos 20 anos e listou os principais desafios para o
futuro. John Deere, AGCO, Tatu Marchesan, Montana, LS Mtron, Agrale, Mahindra e
Fiat CNH foram as empresas participantes, além da Câmara Setorial de Máquinas e
Implementos Agrícolas (CSMIA) e a direção da Agrishow. O encontro foi realizado
no estante do Canal Rural, em parceria com a revista Agriworld. Na primeira
parte da reunião, foram apresentados os avanços do setor nas duas últimas
décadas. “Antes, o agricultor brasileiro recebia apenas os produtos
descontinuados na Europa e nos Estados Unidos. Hoje, os lançamentos são
simultâneos, muitos deles antecipados aqui. Operamos com a mesma tecnologia que
o resto do mundo”, argumentou o presidente da John Deere Brasil, Paulo
Herrmann. Outros destaques lembrados foram o crescimento na aceitação da
agricultura de precisão na mentalidade do produtor nacional, a grande
participação da agricultura familiar, que detém 75% das propriedades agrícolas
do Brasil, o auxílio do Governo Federal na criação de linhas de crédito
agrícola, a importância de institutos de pesquisa, como a Embrapa, para o
avanço das técnicas de cultivo, bem como a força dos órgãos de classe, como a
CSMIA. “Um ponto a ser considerado também é a capacidade de inovação das
empresas nacionais, em especial as de menor porte, que estão mais próximas do
produtor e conseguem captar mais rápido suas necessidades”, lembrou o
presidente da CSMIA e da Montana, Gilberto Junqueira Zancopé. Desafios - Para o
futuro, foram levantados vários desafios, tanto macroestruturais, dependentes
de políticas públicas, quando internos de cada empresa. Dentre os problemas
mais lembrados, estão a alta tarifação brasileira, a carência de
infraestrutura, o déficit de armazenamento e o encolhimento nas exportações. “Há
dez anos, a fábrica da Massey Ferguson no Rio Grande do Sul exportava 60% da
produção. Hoje, é menos de 20%. Ainda bem que o mercado interno cresceu, pois
os problemas de infraestrutura no País fazem com que os nossos preços sejam um
dos mais elevados do mundo, inviabilizando as compras externas”, exemplificou o
vice-presidente sênior da AGCO Brasil, André Carioba. “Quem quer sofrer fortes
emoções, escolheu o setor certo”, brincou o diretor da Tatu Marchesan, João
Marchesan. Segundo ele, é preciso investir nos estoques reguladores de grãos
para que não haja perdas desnecessárias. “Não armazenamos 60% do que
produzimos. Nos Estados Unidos, eles têm capacidade para 120%.” O diretor
também lembrou da necessidade de se desenvolver seguros agrícolas eficientes,
para que o produtor tenha mais tranquilidade para trabalhar. Já o gerente de
negócios da Mahindra Brasil, Sérgio Borges, lembrou que toda cadeia produtiva
deve se fortalecer e trabalhar em um mesmo ritmo, para que o tempo de entrega
das máquinas ao comprador não seja comprometido. “Da fábrica de parafusos ao
porto, o diálogo deve ser fortalecido.” Aquecendo o debate, o presidente da
John Deere Brasil, Paulo Herrmann, lembrou que cabem às empresas simplificar os
processos. “Chegamos a ter uma infinidade de plantadeiras, customizadas de
acordo com os pedidos de várias demandas diferentes. É preciso reduzir esta
complexidade de produtos, efetuar uma melhor gestão dos artigos e impedir que
os estoques fiquem parados.” Mesmo com todos os desafios a superar, os
diretores acreditam que o Brasil é seguramente um dos países que encabeçam a
agricultura mundial. “Somos criativos, temos capacidade de nos reinventar e
superar os problemas que se apresentam”, pontuou o diretor de vendas e
marketing da Agrale, Flavio Crosa. Incentivo - O presidente da Agrishow,
Maurílio Biagi Filho, ressaltou a garantia de permanência da AGRISHOW no local
por mais 30 anos e pediu que os diretores das fabricantes de máquinas e
implementos considerem levantar estandes permanentes no local. Cooperativas
devem aumentar participação na AGRISHOW - Empolgados com o contrato de
concessão da área para a realização da AGRISHOW por 30 anos, o setor de
cooperativas espera ampliar sua participação nas próximas edições. Segundo o
assessor de imprensa da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São
Paulo), Fernando Ripari, já existe dentro da entidade um embrião para trazer
mais cooperativas para a AGRISHOW. “O contrato de concessão de 30 anos deu mais
segurança para o Ocesp pensar em ampliar a participação de cooperativas na
feira”, disse. Segundo ele, hoje a Organização tem 1.000 cooperativas afiliadas
que atuam em diferentes ramos. Juntas, essas cooperativas têm 3,5 milhões de
cooperados. Também otimista com os próximos 30 anos da AGRISHOW, o
diretor-presidente da Coopercitrus, Raul Huss Almeida, espera ampliar sua
participação a partir de 2014. Este ano, o Shopping Rural da Coopercitrus
trouxe pela primeira vez todos os itens da cooperativa. “No ano passado
trouxemos apenas máquinas e este ano trouxemos insumos e outros artigos”, disse
Almeida. Hoje o Shopping Rural tem 45 boxes de parceiros que devem gerar
negócios de cerca de R$ 300 milhões. Desse total, de R$ 70 milhões a R$ 80
milhões serão realizados com máquinas e o restante em negócios com insumos
agrícolas. “Essa feira vai ser o ponto alto para a atividade cooperativa”,
disse Almeida. Livro comemorativos aos 20 anos da AGRISHOW é lançado - Na noite
desta terça-feira (30 de abril) foi lançado o livro comemorativo aos 20 anos de
história da AGRISHOW. Apresentado pela primeira vez ao público no Centro de
Eventos Pereira Alvim, em Ribeirão Preto, o livro está sendo comercializado na
feira em diversos pontos, como a loja AGRISHOW, em frente ao estande das
entidades e na Jacto Club, localizada no estande da Jacto. O livro custa R$
150,00. Sobre a AGRISHOW - A AGRISHOW é uma realização da ABAG – Associação
Brasileira do Agronegócio, ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos, ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos e
SRB – Sociedade Rural Brasileira. A organização é feita pela BTS Informa. – Mariele Previdi -
Attuale
Mais informações:
20ª AGRISHOW – Feira Internacional de Tecnologia
Agrícola em Ação
Data: 29 de abril a 03 de maio de 2013
Local: Rodovia
Antônio Duarte Nogueira, Km 321 - Ribeirão Preto (SP)
Horário: das 8h às 18h
www.agrishow.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário