Entre
consumidores com renda de 3 a 10 salários mínimos, a principal causa é o
descontrole financeiro. São Paulo, 29 de maio de 2013 – O desemprego continua
sendo a maior causa da inadimplência, representando 31% dos casos, entre os
consumidores entrevistados pela Boa Vista Serviços, administradora do SCPC
(Serviço Central de Proteção ao Crédito), em sua tradicional pesquisa de
balcão, que observa, a cada trimestre, o perfil do consumidor inadimplente. A pesquisa
foi realizada no primeiro trimestre de 2013 e ouviu cerca de 1.100 consumidores
na cidade de São Paulo. O descontrole financeiro aparece em segundo lugar, mas
caindo de 26% para 24% em relação à pesquisa anterior. O desemprego é a causa
preponderante nas faixas de renda familiar de até 3 salários mínimos (39%).
Entre os consumidores que ganham de 3 e 10 salários mínimos, o principal motivo
é o descontrole financeiro (28%), mesma causa declarada entre as faixas acima
de 10 salários mínimos (17%). Em terceiro lugar, a pesquisa aponta o empréstimo
do nome a terceiros (10%). Mais da metade dos inadimplentes (55%) declaram
possuir uma conta em atraso que causou a restrição, 30% declaram possuir entre
duas ou três contas e 15% possuem quatro contas ou mais. A maioria (34%) das
dívidas não pagas está abaixo de R$ 500,00, mas 15% possuem dívidas abertas
acima de R$ 5.000,00. Trinta e seis por cento entre R$ 500,01 e R$ 2.000,00 e
16% entre R$ 2.000,01 e R$ 5.000,00. Meios de pagamento e causas da
inadimplência - O não pagamento da fatura do cartão de credito e das prestações
de carnês e boletos foi o principal fator da inadimplência. Segundo a pesquisa,
28% dos entrevistados declaram ter alguma restrição gerada por uma compra
realizada com cartão de crédito. Em seguida as restrições foram ocasionadas
devido ao não pagamento de carnê/boleto (26%), cheques sem fundos (19%),
empréstimo pessoal (14%), cartão de loja (7%) e cheque especial (6%). Nas
faixas de renda familiar até 10 salários mínimos a porcentagem de consumidores
que declaram o cartão de crédito como causador da restrição atinge 28%, e 25%
nas faixas acima de 10 salários mínimos. Uma diferença menor quando comparada
ao trimestre anterior, quando representavam 29% e 20%, respectivamente. Três
itens se mostraram igualmente importantes quando a pergunta refere-se ao
produto ou serviço que causou a inadimplência. Para 15% dos entrevistados uma
das dívidas não pagas originou-se da aquisição de móveis, eletrodomésticos e
eletrônicos. Da mesma forma, 15% citam a compra de produtos ou serviços
relacionados à alimentação como os causadores das dívidas, e outros 15% citam a
compra de vestuário e calçados e para 9% a origem foi do não pagamento de
contas de concessionárias de serviços públicos. Nas faixas de renda acima de 10
salários mínimos a compra de vestuário e calçados (18%) e a aquisição de
móveis, eletrodomésticos e eletrônicos (12%) lideram as citações, enquanto que
para a faixa de renda de até 3 salários mínimos a aquisição de móveis,
eletrodomésticos e eletrônicos (17%), a compra de produtos ou serviços
relacionados à alimentação (15%) e a compra de vestuário e calçados (15%) são
as líderes. Condições de pagamento e endividamento - Dos inadimplentes, 8%
declaram que não terão condições de pagar suas contas em atraso, contra 4% no
trimestre anterior. Dos outros 92% dos consumidores que possuem restrição e
esperam ter condições de pagar a dívida, total ou parcialmente, 39% deles pretendem
pagar à vista e 61% de maneira parcelada. Destes que esperam negociar as
parcelas, 79% pretendem pagar dentro dos próximos 30 dias, 15% entre 30 e 90
dias, e 5% negociaram prazos superiores a 90 dias. Quando perguntados sobre o
nível de endividamento e o comprometimento da renda das famílias com o
pagamento das dívidas, 20% dos consumidores inadimplentes se declaram muito
endividados, 31% acreditam estar mais ou menos endividados e 30% se declaram
pouco endividados. Em dezembro de 2012 eram mais consumidores muito endividados
(25%). Quanto à parcela da renda comprometida com dívidas (somando todas as
dívidas, com restrição ou não) 19% declaram que mais da metade da renda
familiar mensal está comprometida com o pagamento de dívidas. Esse número era
de 16% em dezembro de 2012. Quarenta e oito por cento declaram que até 25% da
renda está comprometida com o pagamento de dívidas e 33% declaram ter entre 25%
e metade da renda familiar comprometida. Situação atual e expectativas - O
percentual de inadimplentes que declaram que as dívidas de hoje aumentaram
quando comparadas com as do ano anterior. Vinte e nove por centro dos
entrevistados declaram que as dívidas aumentaram. Esses percentuais eram de 31%
em setembro e de 28% em dezembro de 2012. Para 35% as dívidas diminuíram. Diminuiu,
também, a proporção de inadimplentes que julga que a sua situação financeira é
melhor hoje do que no ano anterior. Em setembro de 2012 eram 56%, em dezembro
esse número aumentou para 64% e passou para 56% em março de 2013. A proporção
dos que acreditam que a situação está pior subiu de 13% para 18%. Também
diminuiu a porcentagem dos inadimplentes que acredita que a situação financeira
estará melhor no próximo ano (89%), contra 90% em setembro de 2012 e 92% em
dezembro, refletindo uma queda no otimismo do consumidor. Sobre a Pesquisa
Perfil do Inadimplente - A Pesquisa Perfil do Inadimplente da Boa Vista
Serviços é realizada trimestralmente com consumidores que procuram o balcão de
atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). A pesquisa traça
o perfil do inadimplente observando as causas da inadimplência, as formas de
pagamento utilizadas, a intenção de pagamento e o nível de endividamento. – Ascom
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