Um
dos autores do roubo à Cooperativa do Sicredi, ocorrido em Nobres (146 km ao
Médio-Norte), foi preso na tarde desta quinta-feira (23.05), em Cuiabá. O
suspeito Ulisses Batista da Silva, 29, conhecido por “Negão”, era monitorado
por policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia
Judiciária Civil, e foi preso em cumprimento de mandado de prisão preventiva,
ao comparecer ao Fórum da Capital. O inquérito policial do assalto praticado em
janeiro deste ano, na modalidade “Sapatinho” - quando a família do gerente é
feita refém – foi concluído no começo de abril passado pelo delegado chefe do
GCCO, Flávio Henrique Stringueta, que indiciou cinco pessoas, entre elas
Ulisses, nos crimes de extorsão mediante sequestro e formação de quadrilha. Nas
investigações da operação “Sapatinho Nobre” também foram indiciados Heverlon
Rodrigues Campos, 21, o “Pepe”, Joas Santos Bruno, 19, e Paulo Terra Junior,
37, o “Paulista”. Eles também estão com prisão preventiva decretada pela Vara
Especializada de Combate ao Crime Organizado, Crimes Contra a Ordem Tributária,
Econômica e Contra a Administração Pública. As apurações do GCCO identificaram
Heverlon Rodrigues Campos, o “Pepe”, como o líder da quadrilha que planejou o
assalto, executado na manhã do dia 16 de janeiro. Ele tem mandado de prisão por
homicídio cometido em Nobres. Sua mulher, Laura Carla Figueiredo Torres, 21,
também foi indiciada no inquérito policial. As reuniões preparatórias
aconteceram na residência de Paulo Terra Júnior, que também tem passagem por
roubo. Ele dividia uma casa com Joas Santos Bruno, em Nobres. Ulisses Batista
da Silva é o único que não tinha residência fixa na região. Todos estão foragidos.
O crime começou às 6 horas e durou cerca de 3 horas. O gerente, sua mulher e o
filho de 15 anos foram rendidos em casa, por três suspeitos armados e
encapuzados. Primeiro, os assaltantes pegaram a mulher e a levaram no carro da
família, um Honda Civic, para uma região de mato, nas proximidades da cidade,
onde ficou vigiada por um dos bandidos. Depois retornaram com o automóvel até a
casa, colocaram o gerente e o filho no veículo e foram até a agência. O
bancário desceu do carro foi até a cooperativa e momentos depois entregou um
malote de cerca de R$ 100 mil aos bandidos, que fugiram no veículo levando o
adolescente. O veículo e o menor foram abandonados nas proximidades do local,
onde a mãe foi mantida. De acordo com o delegado Flávio Stringueta, desde o
início das investigações a Polícia Civil acreditava que os assaltantes eram
amadores e possivelmente pessoas da região, pois estavam encapuzados e agiram
de modo diferente de outros assaltos na modalidade “sapatinho”, iniciando a
tomada da família pela manhã e não à noite como na maioria dos casos
registrados. Segundo Stringueta, o bando também teve o azar de esquecer um
celular no bolso de uma roupa, deixada dentro do veículo da família abandonado.
“Pela agenda foi só cruzar os números que se falaram”, disse. O delegado Flávio
Stringueta critica a forma rápida como o dinheiro foi entregue a quadrilha, sem
nenhuma orientação da polícia. “Enquanto os bancos pagarem, os gerentes
continuarão sendo vítimas desses grupos”, alerta. - Ascom
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