Pesquisa divulgada agora, no I Congresso Brasileiro
de Mulheres do Agronegócio¹, revela que 13% dos gestores que “atuam em
empreendimentos agropecuários ativos” são do gênero feminino. Um contingente da
ordem de 650 mil mulheres, empreendendo ou desenvolvendo trabalhos executivos
em um setor visto tradicionalmente como masculino, e o curioso é que muitas
delas – segundo o estudo – nem sequer se percebem assim, como gestoras de um
negócio ou de um sistema produtivo, embora exerçam a liderança em operações desse
tipo. Isto por si só já é um fato razoavelmente disruptivo, na tradição do
agronegócio. Mas a pesquisa revela ainda outro aspecto interessante: 55% das
mulheres gestoras do agro fazem uso regular da internet e das mídias sociais e
– dentro desse grupo – 60% fazem “posts” diários nas redes. Enquanto isso, o
uso regular das redes está em 48% na média brasileira, ou seja, no novo mapa
decisório do campo, o comando feminino vem crescendo e vem casado com maior
inclusão digital, formando uma combinação de alto potencial transformador. Mas
a perspectiva de um novo estilo gestor por parte dessas mulheres vai além, pois
segundo os resultados da pesquisa 83% das gestoras do agro participam de
organizações de integração ou articulação sócio econômica – como cooperativas,
sindicatos e associações profissionais ou setoriais. De acordo com o estudo, em
média cada uma participa de mais de uma entidade (na verdade, 1,5 conforme o
levantamento), indicando um perfil de gestora conectada no mundo digital e na
mobilização social. Hiper participativa. Ainda segundo as conclusões da
pesquisa, as mulheres gestoras do agro equacionam melhor a sucessão familiar,
pois treinam mais os filhos para gerenciar os negócios, enquanto os homens
costumam deixar isso um pouco de lado. E elas também manifestam uma visão mais
holística sobre suas atividades e empreendimentos, ponderando que os bons
resultados do seu trabalho tem que beneficiar a todos – da própria família a
seus pares do campo e às populações das cidades. Perguntadas sobre os aspectos
que mais poderiam impactar positivamente o progresso e o crescimento de seus
negócios, as três coisas que receberam maior número de citações foram: genética
(57%); rotação de culturas (55%); e ILPF – Integração Lavoura Pecuária Floresta
(54%). São fatores hoje associados a uma gestão moderna da produção
agropecuária, indicando que as nossas gestoras do agro estão com a cabeça no
século XXI. Mais ainda: denotam atitude realizadora e foco forte em seu
trabalho, sem buscar bodes expiatórios em outras dimensões de governança ou da
sociedade. Parecem mais sensíveis à mudança, mais permeáveis, e tentam fazer as
coisas de um modo diferente, experimentando e testando novas alternativas, com
tranquilidade e mais ousadia. É o que diz a pesquisa. Tudo temperado com um
olhar mais social na condução das equipes e nas opções estratégicas de
negócios. “Acho que o agro está ganhando uma nova geração de ‘locomotivas
expressas’ dos negócios”, resumiu a coordenadora da pesquisa, Adélia
Franceschini. E eu ainda acrescentaria: são mulheres que tem pressa,
conscientes, dispostas a brigar mais por seus planos e pela sustentabilidade.
“Perfil das Mulheres do Agronegócio / 2016”, pesquisa organizada por
Transamerica Expo Center e PWC, realizada pelo instituto Fran6 e divulgada no I
Congresso Brasileiro de Mulheres do Agronegócio – São Paulo, 25/10/2016. Sobre
o CCAS - O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da
Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no
município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas
relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira
clara, sobre o assunto. O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa,
sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e
transparência, sempre valorizando o conhecimento científico. Os associados do
CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na
área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade
da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas
atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos,
lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das
atividades agrícolas. A agricultura, apesar da sua importância fundamental para
o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção,
alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É
preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e
discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É
importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições
de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da
agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. Mais
informações no website: http://agriculturasustentavel.org.br/. Acompanhe também o CCAS no
Facebook: http://www.facebook.com/agriculturasustentavel. - Secom
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