Está em vigor há pouco mais de um mês a nova tarifa
do segmento industrial, solicitada pela SCGÁS e homologada pela agência
reguladora, que reduziu em média 17,2% o preço que os industriais pagam pelo
gás natural. Com a redução, Santa Catarina ampliou a competividade da tarifa
industrial, sendo a mais baixa do país a partir do consumo de 71 m³/dia, o que
inclui 80% das indústrias atendidas no estado. As informações estão disponíveis
nos sites das distribuidoras de gás e das agências reguladoras estaduais. A
tarifa industrial é aplicada por “efeito cascata” conforme políticas comerciais
das distribuidoras do país, e quanto maior o consumo de gás natural menor é o
valor a ser pago pelo consumidor por m³. Por conta de não haver uma tarifa
fixa, a vantagem em Santa Catarina pode ser maior ou menor dependendo da faixa
de consumo. Para as indústrias de baixo consumo, como 100 m³ por dia, o preço
cobrado no estado é R$ 0,13 mais barato por m³ em comparação a segunda menor
tarifa do Brasil, no caso a da Bahia, o que equivale a 10% de vantagem. A
tarifa aumenta também a competitividade das indústrias catarinenses na
concorrência com outros estados. O segmento cerâmico, que consome muito gás
natural em razão dos processos termoitensivos, paga de R$ 0,02 a R$ 0,17 menos por
cada m³ quando consome mais de 140 mil m³ por dia, com economia mensal que pode
variar de R$ 84 mil a R$ 714 mil. Isso garante competitividade em comparação às
indústrias instaladas no Polo Cerâmico Santa Gertrudes, região concorrente em
São Paulo. A situação é a mesma para as empresas do setor metal mecânico quando
comparadas com a região do ABC Paulista e semelhante com as do Polo Industrial
de Camaçari, na Bahia. As novas tarifas do gás passaram a ter validade no
momento em que a indústria catarinense está retomando gradativamente o seu
crescimento. Segundo pesquisa do IBGE divulgada na última quarta-feira, 10, a
indústria do estado aumentou 5,4% a sua produção em junho na comparação com o
mês anterior. O percentual é o segundo maior entre os 14 estados pesquisados e
fica bem acima do aumento da produção nacional, que foi de 1,1%. A última vez
em que esse indicador sinalizou aumento de produção em Santa Catarina foi em
julho do ano passado. Para o presidente da SCGÁS, Cósme Polêse, ter a tarifa
mais barata do país contribui para aumentar a competitividade das indústrias
catarinenses, atrair novos empreendimentos e desenvolver a economia estadual.
“A recente redução tarifária foi muito importante para as empresas locais,
ainda mais num momento em que a indústria catarinense começa a mostrar sinais
de reação. Buscamos uma tarifa que consiga manter a competitividade da
indústria catarinense e que também possibilite mais investimentos para a
interiorização do gás. Dessa forma, podemos atrair novos empreendimentos para
Santa Catarina e desenvolver mercados em outras regiões do estado”, afirmou.
Com a redução tarifária, o gás natural também aumentou a competitividade em
comparação aos energéticos concorrentes. Mesmo para baixos consumos, como 1.000
m³ por dia, o gás natural é mais barato quando comparado ao Gás Liquefeito de
Petróleo (GLP) e óleos em geral, perdendo em preço apenas para a lenha e o
carvão mineral, alternativas energéticas poluentes e que provocam transtornos
operacionais como a necessidade de gestão de estoque, maior manutenção de
equipamentos e descontrole do processo térmico. O assessor de segurança, meio
ambiente e saúde da SCGÁS, engenheiro Willian Anderson Lehmkuhl, explica que as
indústrias ainda têm outros motivos para escolher o gás natural além do preço.
“O carvão, apesar do preço mais baixo, emite grandes quantidades de poluentes e
serve apenas para processos mais básicos e em pequenas quantidades. Para
grandes volumes de consumo a melhor opção é o gás natural, pois tem
abastecimento contínuo, não necessita de estoque e pode ser utilizado para
processos técnicos mais complexos, como a produção de porcelanato”. – Secom
tvgazetalife@hotmail.com
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