Oito beneficiários do programa da Secretaria de
Estado de Esportes estiveram na última competição defendendo as cores do
Brasil. O Brasil alcançou, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, seu melhor
desempenho em número de medalhas na história da competição. O país ficou em 8º
no quadro geral, com 72 pódios, sendo 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes. A
delegação brasileira contou com 27 representantes de Minas Gerais: 17 atletas, 9
técnicos e um auxiliar técnico. Desses, oito são beneficiários do programa
Bolsa-Atleta e Bolsa-Técnico da Secretaria
de Estado de Esportes (Seesp):
quatro atletas e quatro técnicos. Entre os atletas beneficiados está Rodrigo
Parreira, que conquistou duas medalhas paralímpicas no atletismo: prata no
salto em distância e bronze nos 100m, ambas na classe T36, para pessoas com
paralisia cerebral. Quem também representou o esporte mineiro na Paralimpíada
do Rio de Janeiro foi o tenista Rafael Medeiros Gomes. Ele recebe o
Bolsa-Atleta desde o primeiro edital e é atleta do tênis em cadeira de rodas há
12 anos. “O esporte paralímpico entrou na minha vida quando tinha 10 anos e
fazia tratamento no Hospital Sarah Kubitscheck. Comecei no basquete em cadeira
de rodas e, aos 14 anos, fui praticar o tênis”, conta. Mesmo já tendo
participado da Paralimpíada em Londres 2012, o sentimento ao disputar a
competição em casa foi diferente, segundo Rafael. “Foi uma emoção indescritível
competir no meu país, com minha família e amigos torcendo por mim. É uma
lembrança que vou levar para o resto da vida”, garantiu. Medalhista de prata no
Parapan-Americano Juvenil em 2009, tricampeão de duplas da Copa Guga – uma das
principais competições de tênis em cadeira de rodas do país –, campeão de
simples do Barranquilla Open em 2015, na Colômbia, Rafael ressalta a
importância da Bolsa Atleta para sua carreira. “Sem essa ajuda não teria
condições de treinar, comprar materiais para competir, disputar torneios.
Agradeço muito ao Governo de Minas Gerais por continuar dando todo esse apoio
ao esporte paralímpico”, aponta. Após os Jogos Rio 2016, o foco de Rafael, cujo
treinador Leonardo de Oliveira, o Léo Butija, é beneficiário do Bolsa-Técnico,
está em novas competições. “Agora estou planejando o calendário do ano que vem,
de quais torneios vou participar. Semana que vem estou indo disputar a Doubles
Masters, nos Estados Unidos. Esse será o meu último torneio no ano”, encerrou o
paratleta 32º colocado no ranking de simples e 34º no ranking mundial de duplas
da Federação Internacional de Tênis, ao lado do também mineiro Daniel
Rodrigues. Outra esportista que defendeu as cores do Brasil nos Jogos
Paralímpicos Rio 2016 foi a campeã parapan-americana de judô e beneficiária do
programa Bolsa-Atleta, Deanne Almeida. A judoca esteve no evento de
apresentação dos contemplados com o benefício, no último dia 05 de outubro, e
agradeceu o Governo de Minas Gerais, lembrando que o programa contribuiu para sua
participação na Paralimpíada, na qual obteve a quinta colocação. “A Bolsa
Atleta é o maior incentivo que temos hoje e o fato de os atletas paralímpicos
receberem esse benefício nos coloca em situação de igualdade com os atletas
olímpicos. Isso é muito importante para o nosso segmento”, observa. Ela
ressaltou, também, a importância da extensão do programa aos técnicos. “Sem a
Bolsa-Técnico seria muito difícil conseguir uma pessoa que possa dedicar seu
tempo e seu trabalho para treinar a gente, como acontece no meu caso que meu
técnico Marcelo Mendes também recebe o benefício”, afirma. O quarto atleta
mineiro na Paralimpíada foi José Carlos Chagas, da bocha. Técnicos
paraolímpicos - Os profissionais mineiros beneficiados com a
Bolsa-Técnico que estiveram nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 são Alexandre
Vieira, da natação, Glênio Fernandes e Janaína Pessato, da bocha, além de
Leonardo de Oliveira, do tênis em cadeira de rodas. Técnico de Rafael Medeiros
e Daniel Rodrigues, Léo Butija também esteve em Londres 2012, convocado pelo
Comitê Paralímpico Brasileiro. Com inúmeras conquistas de seus atletas nos
últimos anos - medalhas de ouro simples feminino e duplas Parapan da Juventude
de Bogotá (2008), medalha de bronze nas duplas do Parapan-Americano de Guadajara
(2011), prata em duplas e bronze no simples masculino no Parapan de
Toronto (2015) - o profissional não entrou no esporte para trabalhar com
paratletas. "Aconteceu por acaso quando coordenava uma equipe de tênis
convencional e conheci Rafael Medeiros. Fiz o convite para ele treinar com essa
equipe e nunca mais deixei o tênis em cadeira de rodas", conta Léo que,
para continuar seu trabalho no paradesporto, diz depender do Bolsa-Técnico.
"Esse benefício é muito importante para ajudar minha permanência no paradesporto,
pois é o único apoio que recebo", reforça. Para Janaína, que atua na
Associação dos Deficientes Físicos de Uberaba (Adefu), diz que o programa da
Seesp reconhece a dedicação empreendida pelos profissionais que atuam com o
paradesporto. “Vejo a bolsa como um reconhecimento a todos os esforços
empreendidos pelos técnicos para o crescimento do esporte. É um fator de
motivação, já que temos dedicação exclusiva em nosso trabalho, trabalhando
sábados, domingos e feriados. Por meio desse benefício, o Governo valoriza e
reconhece a importância do profissional de Educação Física”, afirmou ela, que
também foi beneficiada pelo programa da Seesp nos dois editais anteriores. Sobre
o programa - O programa Bolsa-Atleta e Bolsa-Técnico tem o objetivo de
garantir a manutenção da carreira dos atletas e técnicos de alto rendimento,
buscando dar condições para que se dediquem ao treinamento esportivo e à
participação em competições para o desenvolvimento pleno de sua carreira
esportiva, de forma a manter e renovar periodicamente gerações de atletas com
potencial para representar Minas Gerais nas principais competições nacionais e
internacionais. Neste ano, foram disponibilizadas 109 bolsas e, como no edital
anterior, serão destinados R$ 1,13 milhão para o pagamento do benefício no
prazo de um ano, com repasses em parcelas bimensais, cujos valores variam de
acordo com categoria. - Secom
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