Mesmo com a crise econômica, os setores de serviços,
agropecuária e administração pública seguem contratando mais do que demitindo
no Paraná. Juntos, esses três segmentos acumulam, de janeiro a setembro, um
saldo positivo de 2.673 novos empregos com carteira assinada no Estado. Os
dados são de um levantamento do Observatório do Trabalho, da Secretaria de
Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos, com base nos números do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em um ano marcado pelo agravamento do
desemprego em todo País, esses segmentos destoam dos demais ao manter um fluxo
de contratações. O setor de serviços acumula, em nove meses, a criação de 1.255
novos empregos, seguido pela agropecuária, com 930 empregos, e administração
pública, com 488. “São setores
que vêm contrabalançando, no ano, o desempenho negativo do comércio, indústria
de transformação e da construção civil”, diz Suelen Glinski Rodrigues dos
Santos, economista do Observatório do Trabalho. SETORES - Na área de serviços, as
contratações foram em várias áreas, com destaque para atividades como ensino
fundamental, atendimento hospitalar, limpeza em prédios e domicílios e
atividades de atenção ambulatorial executadas por médicos e odontólogos. Na agropecuária, o destaque ficou por
conta de atividades de apoio à agricultura, produção florestal, cultivo de
laranja e de soja. A agropecuária vem ajudando a sustentar o emprego
principalmente no interior do Estado. Na administração pública, por sua vez, os
maiores saldos de contratações com carteira assinada foram em atividades como
professor de educação infantil e do ensino fundamental, serviços de
administração de edifícios e agentes comunitários de saúde. “O que observamos é
que alguns setores vêm exibindo uma resistência maior à crise ao longo do ano.
Nos últimos dois meses, porém, a indústria também dá sinais de melhora, o que
parece ser uma tendência para até o fim do ano”, diz Suelen. Após cinco meses
consecutivos de resultados negativos, a indústria da transformação voltou a
apresentar saldo positivo, com 457 postos gerados. Em todo o Estado, a ocupação
que mais contratou também foi da indústria no mês passado: alimentadores de
linha de produção criaram 1.639 postos. Com
os tombos do comércio, construção civil e indústria da transformação ao longo
do ano, o saldo acumulado no Paraná ainda está negativo em 21.184 vagas.
RETOMADA - De acordo com Suelen, no entanto, o mercado de trabalho paranaense
como um todo começa a dar sinais de reação, ainda que de forma tímida. Depois
de registrar saldos negativos desde fevereiro do ano, o Paraná vem, desde
agosto, exibindo um balanço geral positivo entre contratações e demissões. Em
agosto, o saldo final ficou em 533 vagas e, em setembro, de 413. Em setembro de
2015, esse balanço estava negativo em 4.435 postos. “Das 19 regionais do trabalho que
agrupam os 399 municípios do Estado, 14 tiveram saldos positivos em setembro.
Em agosto, apenas seis regionais tinham obtido balanços positivos. A
expectativa é que esses números melhorem ainda mais com as contratações do fim
de ano e os preparativos para a Páscoa”, diz Suelen. O Interior segue em
destaque na geração de empregos no Estado nos nove meses do ano. O município de
Capanema, no sudoeste do Estado, liderou a geração de vagas, com 2.713
empregos. A cidade foi a oitava que mais criou emprego no País no acumulado do
ano. – Secom
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