De acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), em parceria
com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ambos ligados à
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, cana de açúcar,
batata, amendoim, soja e feijão são algumas das culturas que apresentaram
ganhos de produtividade e/ou de produção na terceira previsão e estimativa da
safra agrícola 2012/13 para as principais culturas do Estado de São Paulo. Para
o café, os dados permanecem bem próximos aos apontados no ano passado, o que
não deixa de ser um ganho já que a presente safra pertence ao ciclo de baixa da
cultura. O levantamento foi realizado pelo método subjetivo – que consiste nas
informações fornecidas pelos técnicos das Casas de Agricultura, em cada um dos
645 municípios, de 1 a 25 de fevereiro de 2013. O incremento na safra das águas
de amendoim é resultado do aumento da área plantada (7,3%), especialmente nos
EDRs de Presidente Prudente e de Jaboticabal, e da produtividade (4,2%)
relacionada às condições de plantio e colheita, bem como do investimento do
produtor, motivado pelas boas perspectivas dos mercados externo e doméstico.
Para a safra da seca são esperados acréscimos de área plantada (8,8%), de
produção (17,7%) e de produtividade (8,2%), que reforça o bom desempenho da
safra das águas, afirmam os pesquisadores José Alberto Angelo, Ana Maria
Montragio Pires de Camargo, Carlos Roberto Ferreira Bueno, Denise Viani Caser,
Felipe Pires de Camargo, Mario Pires De Almeida Olivetti e Vera Lucia Ferraz
dos Santos Francisco. A sojicultura
paulista deve ser ampliada em 12% em área cultivada e alcançar 610,8 mil
hectares, nos quais deve ser obtido 1,90 milhão de toneladas, quantidade que
representa aumento de 25,6% em relação à safra anterior. A considerar a
característica de elevada liquidez proporcionada pelo grão e seus derivados –
consumo de óleo e a crescente demanda por farelo para a produção de carnes –
especialmente nesta temporada, esse aspecto ganhou ainda maior importância em
virtude da quebra da colheita estadunidense. Dessa maneira, a alta nas cotações
externas exerce influência significativa para a tomada de decisões do
agricultor brasileiro, a exemplo do que vem ocorrendo na presente temporada em
resposta às condições favoráveis de mercado. A cultura do milho de verão (primeira safra)
deverá apresentar redução de 3,9% da área plantada na safra 2012/13, sendo mais
acentuada essa queda no sistema irrigado (-9,8%) do que no sistema sequeiro
(-3,1%). Esta redução é explicada pela menor atratividade econômica da cultura
em relação à da soja, cuja área cresce. A produção esperada nesta safra é de
3.250,6 mil toneladas, com queda de 4,4%, relativamente à safra 2011/12.
Prevê-se ligeira redução da produtividade, em razão das condições climáticas
adversas, com períodos de escassez e de excesso de chuva, o que favoreceu a
incidência e severidade do ataque de pragas e doenças. A cultura do milho safrinha (segunda safra)
deve apresentar crescimento de 4,4% da área plantada na safra 2012/13, em razão
das expectativas favoráveis do mercado do cereal em 2013, tanto no âmbito
interno como no externo, ainda como reflexo da frustração da safra americana em
2012/13. Os preços de milho no primeiro bimestre de 2013 foram superiores aos
do ano precedente, fato que favorece a decisão de ampliação do cultivo pelo
produtor. Para cana-de-açúcar destinada à indústria, os números iniciais da safra
registram manutenção da área plantada (área nova e área em produção)
totalizando 5.994,2 mil hectares, com a produção de 428,3 milhões de toneladas,
sendo 0,8% maior que a safra passada, por conta dos ganhos de 1,2% na
produtividade, atingindo a marca de 80,2 t/ha. Contudo, deve-se observar que,
além das boas condições climáticas para a cana, a cultura teve maiores
investimentos nos tratos culturais, podendo influenciar nos próximos
levantamentos um aumento mais significativo na produtividade, notadamente se as
condições edafoclimáticas assim permitirem. Em fevereiro de 2013 foi realizado o segundo
levantamento subjetivo de previsão e estimativa de safra de café, safra
2012/13, em que se contabilizou colheita de 4,710 milhões de sacas de 60 kg de
café beneficiado. Essa quantidade praticamente não oscilou frente ao
levantamento realizado em novembro de 2012 em que se previa colheita de 4,761
milhões de sacas. Tampouco foi constatada alteração na área em produção,
estimada em 210 mil hectares. Embora a corrente safra pertença ao ciclo de
baixa, a produtividade média da cafeicultura paulista situou-se no satisfatório
patamar de 22,42 sc./ha. Os cinturões produtores de Franca e Marília exibem
produtividades médias estimadas acima das 24 sc./ha. Com 15,8 mil hectares em
formação, a cafeicultura paulista possui 7,5% da área produtiva em renovação
e/ou expansão, sendo esse indicador importante na avaliação do dinamismo
econômico dessa lavoura no estado. Os resultados provenientes deste
levantamento, em relação à safra passada, indicam redução de 12,1% no volume a
ser produzido, em função da menor produtividade em 12,9%. Em baixa - Apesar dos bons preços atuais da mandioca,
principalmente decorrentes da estiagem no Nordeste, a área cultivada com
mandioca industrial está se reduzindo em São Paulo, face à competição por área
com as culturas de milho, soja e cana para indústria. Os dados da previsão de
fevereiro indicam quedas na área (1,6%), na produtividade (0,1%) e na produção
(2,4%). A mesma tendência é detectada para a mandioca de mesa, com diminuições
na área plantada (4,2%), na produção (3,9%) e na produtividade (2,4%). O
mercado de tomate de mesa (envarado) em 2012 foi oscilante nas cotações durante
o ano. Para 2013 a área cultivada deve diminuir 3,9% e a produção será 5,0%
menor. O Estado de São Paulo é o maior produtor brasileiro de tomate para
consumo in natura. A previsão da
produção brasileira de tomate, feita pelas indústrias, indica que em 2013 será
de 1,67 milhão de toneladas, 11,2% menor, cultivada em 19,43 mil hectares, 8,8%
menor que em 2012. O Estado de São Paulo participará com 17,0% da produção
nacional de tomate industrial, enquanto Goiás produz cerca de 80,0%. A área
cultivada de tomate rasteiro em São Paulo está prevista em 3,5 mil hectares,
22,8% menor e a produção 285,56 mil toneladas, 20,9% menor que em 2012, de
acordo com o levantamento IEA/Cati. Quanto à cultura da laranja, os números da
safra serão avaliados com os resultados provenientes do levantamento amostral,
realizado em parceria com a SAA e a Conab, levado a campo em abril de 2013, que
fornecerá parâmetros descritivos da situação da cultura no Estado de São Paulo.
- Secom
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