segunda-feira, 11 de junho de 2012

COAMA TRAZ À CONFERÊNCIA RIO+20 “JAGUAR DO YURUPARÍ”


A sabedoria dos jaguares de Yurupari - Este foi, segundo a lenda, o "conhecimento-poder" concedido pelos Deuses à Humanidade: um conjunto de leis para se saber viver na floresta Amazônica estabelecidas desde os primórdios da vida. Ainda hoje persistem nas mentes e nos atos dos "jaguares", os conhecedores tradicionais desta sabedoria. (fonte Visão) - Recentemente reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, os conhecimentos tradicionais dos “Jaguares do Yurupari”, denominados “sabedores tradicionais - Kumu” pelos povos da etnia Barasana da Amazônia colombiana terá um de seus porta-vozes e representantes de maior destaque presente na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Reynel Ortega, (41 anos em 14 de junho), coordenador tradicional do processo de meio ambiente de ACAIPI - Associação da Autoridade Indígena do rio Pirá Paraná, integra a comitiva que a articulação indígena Consolidación Amazônica – COAMA, que trabalha com os temas de meio ambiente e populações indígenas na Amazônia colombiana, traz ao evento. O conhecimento tradicional do Xamã Jaguar do Yuruparí representa a herança cultural de todos os grupos étnicos que vivem ao longo do Rio Pirá no Paraná, na região sudoeste da Colômbia. Especificamente na zona interior da Grandiosa Reserva Indígena de Vaupés. De acordo com esta sabedoria ancestral, o Pirá-Paraná (Hee Oko Ba ou águas do Rio de Yurupari) é o "coração" de um território especial chamado Hee Yaia Godo Bakari - território dos Jaguares de Yuruparí - em que os chamados "jaguares" não são animais, mas sim as pessoas dotadas desta sabedoria. No passado, todos os grupos humanos a viver neste território possuíam a sabedoria e os instrumentos de Yuruparí, e utilizavam-na em rituais para proteção espiritual do mundo. Os impactos nesta região, devido sobretudo aos contactos com o mundo ocidental, vieram fazer com que a maioria das comunidades perdessem este legado ancestral, ao ponto de hoje em dia ser quase exclusivo dos grupos étnicos do Pirá-Piraná, os quais ainda conservam e praticam esta herança cultural milenar de sabedoria tradicional para benefício da região da Amazônia. Hee Yaia Keti Oka refere-se ao conhecimento sagrado desde que a sua origem foi concedida aos grupos étnicos do Pirá-Paraná pelos seus criadores - os Ayawa - por estes terem tomado conta do território e da vida. As lendas contam como a criação do mundo foi um caos, mas também como os Ayawa criaram o conhecimento que gerasse a ordem. Segundo diz a lenda, os Ayawa apaziguaram e guardaram todo o mal que foi imposto sob a Terra, e estabeleceram linhas orientadoras para o tempo e para o território. Desta forma deram, mais tarde, origem ao Hee Yaia Keti Oka, que liga os ritmos do Universo e da Natureza às atividades e rituais diários dos humanos. Basicamente o seu objetivo foi e é estabelecer uma boa base para a vida, mantendo a integridade do cosmos e estabelecendo a ordem. Conta a lenda que Durante o surgimento da Humanidade, os Deuses passaram esta sabedoria para que a vida fosse regenerada para o bem-estar de todas as pessoas. Este foi o "conheciment- poder" concedido à Humanidade - um conjunto de leis para se saber viver na floresta estabelecidas desde os primórdios da vida - o qual foi e continua a ser gerido pelos conhecedores tradicionais (jaguares). Na candidatura a Patrimônio Imaterial da Humanidade é referido que "Com base nesta sabedoria ancestral, a saúde pode ser cuidada e os mecanismos de transmissão deste conhecimento ativados, para que a palavra, a história, a Terra e a Natureza sejam preservados com o poder de Yuruparí". No próximo dia 16, no pavilhão da União Européia, Parque dos Atletas, Rio de Janeiro, a partir das 17h, a COAMA apresenta o painel "Guardiães da Floresta - 20 anos de cooperação da União Européia na amazônica colombiana". Na ocasião será realizado o lançamento da publicação "Guardiães da Floresta - governabilidade e autonomia na amazônia colombiana" com relato dos avanços e desafios enfrentados pelos povos indígenas da Amazônia colombiana ao longo das últimas duas décadas.



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