Em
audiência pública promovida na manhã desta quarta-feira (20), na Comissão de
Participação Popular da Assembleia Legislativa, por proposição do deputado João
Fischer (PP), os representantes das associações comerciais e industriais da
região foram unânimes em reafirmar a importância da construção urgente da RS
010 para o Estado do Rio Grande do Sul. Os dirigentes das instituições
regionais fizeram um apelo dramático ao governo para que priorize, de forma
urgente, a realização da obra. Entre as principais definições da reunião está
um pedido de audiência com o governador Tarso Genro. Para o deputado João
Fischer, a construção da RS-010 é fundamental para desafogar a BR-116. Segundo
ele, todos os levantamentos feitos até agora mostram que, além do tempo normal
de trajeto, gasta-se, em dias de trânsito normal, entre 30 e 45 minutos a mais
que o necessário entre Novo Hamburgo e Porto Alegre, pela BR 116. Em dias com
acidentes, esse tempo sobe para uma hora, em média. Segundo o parlamentar, por
ano, isso representa a perda de R$ 716 milhões em engarrafamentos. “A BR 448
até pode ajudar, mas não resolve, pois atualmente a BR tem diversos pontos de
congestionamento entre Ivoti e Porto Alegre”, esclarece. “A forma como vai ser
feita a rodovia, com recursos próprios – que não existem, ou parceria público
privada, não importa para comunidade, que quer a obra para já”, acrescenta. O
presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre
(Grampal), prefeito João Carlos Brum, de Alvorada, enfatizou que os prefeitos
da região querem celeridade no processo de construção da RS-010, dada a sua
importância para a região. O representante da Secretaria de Infraestrutura,
diretor da pasta, Álvaro Woiciechoski, afirmou que o assunto é antigo e que o
secretário Beto Albuquerque tem manifestado publicamente a necessidade dessa
rodovia e a importância que ela tem para toda a região. Para o deputado Giovani
Feltes (PMDB), o governo não tem como investir isoladamente, com recursos
próprios, nas obras. “É sabido que o governo do estado não tem as mínimas
condições financeiras de acenar para a população e para os interessados com os
recursos para viabilizar a RS-010, independente do valor que ela custar”,
disse. Nessas condições, afirmou ter certeza que o Executivo não conseguirá
construir a rodovia, ou por não ter recursos ou por não conseguir superar
certas posições ideológicas. O presidente da Confederação das Associações
Comercias do Brasil, José Paulo Cairoli, disse que, como gaúcho, está
insatisfeito, pois segundo ele, se discute ideologia, mas não se discute
desenvolvimento. Afirmou que o projeto da RS-010 é um exemplo típico do que
ocorre no estado, nesse sentido. “É hora de dar um basta para esse processo
atrasado do Rio Grande do Sul”, afirmou.
Segundo ele, não há justificativa para que essa obra ainda não tenha
iniciado. A presidente da Associação Comercial e Industrial de Canoas, Simone
Leite, defendeu que a construção da RS-010 seja deve ser um projeto e um objetivo
de todo Estado, ressaltando a importância da futura rodovia para o
desenvolvimento econômico da região. O representante da reitoria da Unisinos,
João Hermes Junqueira, disse que é preciso haver uma decisão política,
independentemente da instância, para que a obra aconteça de fato. Para o
presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Sapiranga ,
Araricá e Nova Hartz (ACISA), Ardi
Hugentobler, a comunidade da região do Vale dos Sinos não entende o porquê de
tanta demora para o início das obras. Afirmou que a falta de estrutura viária
prejudica o crescimento do local, pois o aumento do custo de produção, pela
dificuldade logística, reduz a competitividade das empresas. O presidente da
ACI de Sapucaia, Fernando Silva de Paula, apelou para que a comunidade seja
chamada a participar mais do processo. A presidente da ACI de São Leopoldo,
Rosângela dos Santos, cobrou dos representantes políticos presentes uma ação
firme com relação à RS-010. O representante da Federasul, Valdir de Mattos,
disse que a construção da RS 010 é o desejo soberano da comunidade dos
empresários do Vale do Rio dos Sinos. “Essa obra passa pela vontade política do
governador e beira ao desrespeito com quem quer produzir resultados para o Rio
Grande do Sul”, disse. O representante do Ministério Público, promotor César de
Araújo Faccioli, destacou a necessidade de aproximar as instâncias executivas
dos órgãos de controle, para que haja celeridade maior nesse processo e classificou
a situação da BR 116 como “esclerose viária”.
Manifestaram-se ainda os representantes dos Coredes, José Adamoli, o
vereador de Novo Hamburgo, José Jesus Maciel, o presidente do Setcergs, José
Carlos Silvano e o ex-ministro dos Transportes, Cloraldino Severo. Participaram
ainda os deputados Lucas Redecker, Frederico Antunes (PP), Jurandir Maciel
(PTB), Carlos Gomes (PRB), Luciano Azevedo (PPS) e a deputada Maria Helena
Sartori (PMDB).
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