Cúpula dos Povos é o palco onde símbolos do turismo
nacional se transformam em personagens da diversidade
Rio
de Janeiro (RJ) – Ambientalistas, políticos, poetas, feministas, professores,
hippies. Na Cúpula dos Povos, arena social instalada no Aterro do Flamengo com
programação paralela à Rio+20, o exercício da diferença tem um ponto em comum:
a paixão pelo Rio de Janeiro. Das curvas do calçadão de Copacabana à
inconfundível silhueta do morro do Pão de Açúcar, as referências do turismo
carioca estão por toda parte e desfilam em roupas e souvenirs que dão vida à passarela
democrática da Rio+20. Os comerciantes Paulo Junior e Gabrieli Bolzan levaram
80 miniaturas do Cristo Redentor para o local nesta quinta-feira (21). As peças
em gesso, de diversos tamanhos, são vendidas a preços que variam de R$ 10 a R$
20. “O Cristo é uma das sete maravilhas do Brasil e os turistas adoram, é a
primeira coisa que eles lembram quando o assunto é o Rio de Janeiro”, afirma o
dono do negócio. Segundo Junior, “os pontos turísticos mais amados do Rio
continuam sendo o Cristo e o Pão-de-Açúcar”. Além dos estrangeiros, que
tradicionalmente procuram pequenas réplicas do monumento para levar de
lembrança, agora são os brasileiros que impulsionam o negócio: “o que faz girar
dinheiro para nós, hoje, é o turismo brasileiro”, garante. Encantos feitos à
mão - Enquanto alguns usam o turismo para gerar renda, outros geram renda
fazendo turismo. É o caso do pernambucano Paulo Silva, 32 anos, que nos últimos
10 anos percorreu 20 estados brasileiros montado sobre uma “magrela” de duas
rodas. De Florianópolis (SC) a Belém (PA), perdeu a conta de quantos chapéus de
folha de côco já vendeu nas andanças pelas praias, metrópoles e pequenas
cidades do país. Mas garante que a atividade é o sustento da família, que ficou
no Nordeste cheia de saudades. “Aqui na Rio+20 estou vendendo em média 10 unidades
por dia, a R$ 15 cada. Dá pra tirar bem,
dá pra ser feliz”, diverte-se o artesão. O índio Taquari Tupinambá, 45 anos,
veio de Ilhéus (BA) em defesa da demarcação das terras indígenas, mas não só.
Trouxe também na bagagem adornos especialmente produzidos para o evento.
Colares, souvenirs e peças com elementos típicos da cultura indígena, como a
casca de biriba, estão entre as peças mais procuradas por turistas em visita ao
tapete de vendas. “Os Tupinambá são muito poucos no Brasil hoje... mas, enquanto
restar algum de nós, vamos lutar pelo que é nosso. Semente que fica no chão
brota de novo”, defendeu. Outros produtos legitimamente brasileiros – como
cachaça, mel, pulseiras de pedras nativas, geleias de frutas, cadernos com capa
de couro ecológico e até relíquias do cinema nacional – também têm espaço
garantido nas ruas que formam um 'mini-shopping' a céu aberto na Cúpula dos
Povos. A arena ficará aberta até o próximo sábado (23). A estimativa da
organização é que mais de 50 mil pessoas de 150 países circulem pelo espaço até
amanhã.
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