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Iniciativa Amazônia Viva do WWF lança nesta quarta-feira, 13 de junho, publicação
sobre os 20 anos que se passaram entre as conferências Rio 92 e Rio+20. O
lançamento na Arena
da Barra, de 11h às 13h, terá mesa-redonda e debate com o cientista político,
Eduardo Viola; o embaixador Flávio Miragaia Perri; a secreatária-geral do
WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito; e o líder da Iniciativa Amazônia Viva,
Claudio Maretti. Não é necessário credenciamento especial ou antecipado para
participar. Haverá serviço de tradução. Intitulada Rio
92, para onde foi? Rio+20, para onde vai? a publicação - em português,
inglês e espanhol - resgata o legado da conferência Rio 92, além de ouvir
desses especialistas as expectativas em relação à Rio+20. O objetivo foi contribuir
para evidenciar propostas e ideias por meio dos depoimentos e lições aprendidas
dos entrevistados e dar ênfase para as questões e soluções de futuro para a
Amazônia, o Brasil e a América Latina. O cientista político, Eduardo Viola,
considera que o Brasil poderia ter uma posição muito mais progressista e
coerente entre o que promove e as suas definições políticas e cita como exemplo
a nova política industrial. “Apesar de ter uma lei de mudanças climáticas
avançada, a nova política de produção industrial automobilística só promove a
produção de carro e não dá a menor importância à eficiência energética. Quando
vem uma política industrial é quase a mesma de 20 anos atrás”, critica. O
embaixador Flavio Perri, hoje aposentado, viveu intensamente a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 como
secretário-executivo do grupo de trabalho nacional que organizou o evento. Para
ele, a consciência da crise planetária gerada pelo modelo de
desenvolvimento adotado atualmente é também a oportunidade para se fazer da
Rio+20 uma conferência de destaque. “Trata-se de ousar na constatação de que é
tempo de revisão dos paradigmas econômicos, sociais e políticos que têm
orientado a ação humana sobre o planeta, esgotável em seus limites. A Rio+20
deve ser visionária; reformular nossa visão de mundo e de futuro. Está nas mãos
da liderança mundial atuar como Estadistas e apontar os equívocos e erros dos
modelos atualmente adotados”, afirma Perri. Em relação ao futuro do
Brasil e da Amazônia, Claudio Maretti lembra que a natureza
é que pode garantir sustentabilidade e equidade na oferta e acesso das
populações a comida, água e energia. “Temos que garantir sustentabilidade na
produção e oferta de alimentos, de forma que não prejudiquemos nem suas
possibilidades de produção futura, nem os serviços que prestam à sociedade, ou
seja, a produção de alimentos não pode mais ser baseada no desmatamento e outras
degradações”, afirma. Na opinião de Maria Cecília Wey
de Brito, secretária-geral do WWF-Brasil, é possível investir para desenvolver
mercados diferenciados, ciência para novos produtos e para o conhecimento de
potencialidades e funcionamento da região do ponto de vista ambiental e social.
“A solução de futuro para a Amazônia é o desenho de um plano de Estado. As
soluções para os problemas em curso não podem ser pensadas com um foco de curto
prazo”, afirma na entrevista.
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