Rio
de Janeiro (RJ) - Mais de 50 personalidades da área socioambiental e de outros
setores de diferentes países divulgaram hoje uma carta onde deixam clara sua
completa insatisfação com o texto final da Rio+20. A carta será encaminhada aos
chefes de Estado reunidos no Rio de Janeiro, como uma declaração da sociedade
civil. Entre os signatários do documento estão Ashok Khosla, Ignacy Sachs,
Thomas Lovejoy, Vandana Shiva, Yolanda Kakabadse, Ricardo Abramovay, Marina
Silva, Jim Leape, Megaron Txucarramãe, José Goldemberg, entre outros. Várias
outras personalidades continuam aderindo à iniciativa, como Fabien Cousteau,
neto do oceanógrafo Jacques Cousteau. O texto explicita uma “profunda decepção
com os chefes de Estado” e afirma que a “sociedade civil não compactua nem
subescreve esse documento”. “A Rio+20 passará para a história como uma
conferência da ONU que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por graves
omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação
socioambiental do planeta”, diz a carta. Confira a íntegra ao lado. A ativista
canadense Severn Suzuki, que comoveu o mundo com seu depoimento na Rio92
(assista no atalho ao lado), também assinou o manifesto. “Passei os últimos
vinte anos imaginando que as minhas palavras tinham sido ouvidas”, reclamou.
Segundo ela, os últimos dias foram muito tristes, mas contou ter esperanças na
juventude para construir um novo futuro, "diferente daquele imaginado
pelos chefes de Estado no Rio de Janeiro nos últimos dias". Proteção da
Amazônia - Iniciativa lançada hoje por Ministério do Meio Ambiente (Brasil),
WWF-Brasil, WWF-EUA, Funbio, Fundação Gordon e Betty Moore e Linden Trust for
Conservation irá arrecadar US$ 250 milhões do setor privado, de agências
bilaterais e multilaterais e Fundo Amazônia, além de orçamentos governamentais
e outras fontes para implantar parques nacionais e outras unidades de
conservação que somam 40 milhões de hectares. A iniciativa está atrelada à
terceira fase do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). “O anúncio feito
pelo Ministério do Meio Ambiente é muito positivo para conseguirmos o
financiamento necessário para garantir a proteção de uma porção importante da
Amazônia brasileira e promover seu desenvolvimento sustentável. Nesse sentido,
a liderança do governo é essencial. Agora passaremos para a fase de captação
dos recursos”, comentou a secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de
Brito. Cúpula dos Povos - Movimentos socioambientais presentes na Cúpula dos
Povos da Rio+20 levaram à assembléia realizada hoje a seguinte proposta, no
intuito de contribuir para as soluções apontadas pela sociedade civil à crise
planetária: Rechaçamos o retrocesso promovido por governos e corporações nas
políticas e no arcabouço legal socioambientais, se apropriando dos bens comuns
e flexibilizando os direitos dos povos. Chamamos todos os movimentos a
colocarem a defesa dos recursos naturais e dos bens comuns como aspecto central
de suas agendas, por sua importância para a sobrevivência dos povos. Os
documentos produzidos nas plenárias da Cúpula podem ser conferidos em http://cupuladospovos.org.br/2012/06/confira-os-documentos-produzidos-nas
plenarias-da-cupula/ Confira a agenda do WWF-Brasil nesta sexta (22),
último dia de Rio+20: Das 8h às 18h, em evento aberto ao público na Fundação
Planetário (Rua Vice Governador Rubens Berardo, 100 / Gávea), o WWF-Brasil
participa da oficina para formação de professores em educação ambiental
Investigando a Biodiversidade, onde apresentará o conceito e a ferramenta da
Pegada Ecológica, o jogo Reciclando (criado em parceria com o Movimento
Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis) e o Pequeno guia de consumo em um
mundo pequeno. A atividade foi organizada em parceria com Instituto
Humanitare/Unesco, Instito Supereco, Prefeitura do Rio de Janeiro e outros
parceiros. Das 9h às 11h, lançaremos a publicação Combate à devastação
ambiental e ao trabalho escravo na produção do carvão de uso siderúrgico no
Brasil no Fórum Amazônia Sustentável na Rio+20. O evento acontecerá das 9h às
10h30 no Teatro Maria Clara Machado (Rua Padre Leonel Franca, 240 / Gávea) e é
organizado pelo Fórum Amazônia Sustentável (www.forumamazoniasustentavel.org.br).
A publicação revela conexões inéditas da degradação ambiental e do trabalho
escravo que alcançam Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga,
bem como grandes grupos empresariais, no Brasil e no Exterior. E das 12h às
13h45, no EU Pavilion do Parque dos Atletas (Zona Oeste, ao lado do RioCentro),
apenas para previamente inscritos, o WWF-Brasil fará parte de uma mesa de
debates sobre certificação de commodities agrícolas promovida pelo governo da
Holanda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário