Qualidade,
segurança e sustentabilidade são os benefícios dos fogões ecológicos, um tipo
de fogão a lenha que segue conceitos modernos de tecnologia, como combustão
mais eficiente e baixa emissão de fumaça. Para discutir políticas públicas e
iniciativas de difusão dessa nova tecnologia no meio rural, especialistas e
representantes do governo e sociedade reuniram-se, nesta quinta e sexta-feiras
(11 e 12/07), na sede da Universidade Federal Rural de Pernambuco, em Recife,
para o 1º Seminário Brasileiro sobre Fogões Ecológicos. “A questão energética
doméstica no Nordeste traz indicadores socioambientais que apontam para a
necessidade de uma ação voltada para a segurança energética familiar nas áreas
susceptíveis à desertificação”, detalha o diretor do Departamento de Combate à
Desertificação da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável
do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Francisco Campello. O MMA por meio de
parceria com o Núcleo Caatinga, Fundo Nacional de Meio Ambiente, Fundo Clima e
Caixa Econômica Federal vem promovendo iniciativas para a formulação de
políticas voltadas para segurança energética doméstica com alta eficiência,
como é o caso dos fogões ecológicos. “Essa ação faz parte dos compromissos do
Ministério do Meio Ambiente, no âmbito das ações para o combate à
desertificação, para a elaboração de Pactos Setoriais para Sustentabilidade da
Matriz Energética, apoiando iniciativas para segurança energética familiar e
domiciliar com fogões ecológicos”, afirma Campello. Segundo ele, o esforço é
compartilhado por meio de parcerias e cooperação técnica com organismos
internacionais como Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e Organização
das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). DADOS - No Nordeste do
Brasil, 85% das famílias das zonas rurais utilizam a lenha. Além da necessidade
de manejo adequado para extração da lenha, a preparação de comida nesses fogões
causam danos à saúde, devido ao alto índice de emissão de fumaça. “Além disso,
uma mulher precisa dedicar em torno de 18 horas semanais na busca de lenha para
o preparo dos alimentos, expostas em algumas situações que trazem riscos de
vida por acidentes”, contextualiza o diretor do MMA. O uso dos fogões
ecológicos, que são mais eficientes (utilizam menos lenha) e mais sustentáveis
do ponto de vista das emissões de gases de efeito estufa, surge como estratégia
de convivência sustentável do agricultor com o bioma onde habita. “O objetivo é
tornar o uso de lenha sustentável, além de evitar problemas de saúde, melhorar
a qualidade de vida destas famílias, e evitar a emissão de gases de efeito
estufa”, finaliza.
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