Um
grupo de especialistas de vários países reúne-se durante dez dias a partir
desta segunda-feira (15/07), em Genebra, Suíça, para a 25ª Sessão do Comitê
Intergovernamental sobre Propriedade Intelectual e Recursos Genéticos,
Conhecimentos Tradicionais e Folclore (IGC, na sigla em inglês). O evento,
promovido pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, busca um acordo
sobre a concessão de direitos de propriedade intelectual no caso de pedidos que
utilizem recursos genéticos, conhecimentos tradicionais ou expressões culturais
tradicionais. “O Brasil tem defendido, não apenas na OMPI mas em diversos foros
internacionais, que os países usuários de recursos genéticos e/ou conhecimentos
tradicionais devem respeitar a legislação de acesso e repartição de benefícios
dos países provedores, de modo que nenhuma patente deve ser concedida sem a
correspondente autorização do país de origem e/ou da comunidade afetada”,
explicou o especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, Carlos
Roberto de Carvalho Fonseca, da Assessoria Internacional do Ministério do Meio
Ambiente (MMA). LONGO CAMINHO - Para alcançar esse objetivo, os representantes
dos países em desenvolvimento percorrem longo caminho. Desde 2001, quando foi
criado o IGC, seu mandato vem sendo renovado a cada dois anos, para debater
regras internacionais sobre o registro de patentes relacionadas a produtos e a
práticas ligadas aos conhecimentos tradicionais e aos recursos genéticos, geralmente
oriundos desses países. ”Essa já é a 25ª reunião e, muito provavelmente, não
vai concluir o processo”, destacou Fonseca. Ele explicou que no âmbito da OMPI,
o comitê vem negociando três documentos: Propriedade Intelectual e Recursos
Genéticos; Propriedade Intelectual e Conhecimentos Tradicionais; e Propriedade
Intelectual e Expressões Culturais Tradicionais. O desafio é avançar na consolidação das
minutas elaboradas até o momento, fazer um balanço de como estão as
negociações, e depois apresentar um relatório à Assembleia da OMPI, que será
realizada entre os dias 23 de setembro e 2 de outubro deste ano. “Estamos
negociando os textos para que os Cchefes de Estado e de Governo possam
adotá-los em uma futura conferência diplomática, mas ainda seria prematuro
estimar quando ela poderia ser realizada”, concluiu o especialista.
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