O
combate a incêndios florestais como auxílio às políticas de redução das
emissões dos gases de efeito estufa está entre os focos do Ministério do Meio
Ambiente (MMA). Em parceria com o governo da Alemanha, o MMA promoveu, nesta
quinta-feira (11/07), em Brasília, debate com gestores públicos e especialistas
sobre “Manejo Integrado do Fogo: Estado da Arte no mundo e aplicação no
Brasil”. O evento reuniu técnicos, bombeiros e brigadistas que atuam em áreas
de conservação do país. Apesar de ser considerado um fenômeno natural, o efeito
estufa tem sofrido alterações que se tornaram as causadoras do aquecimento
global. As mudanças decorrem do aumento descontrolado das emissões de gases
poluentes, entre eles o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas
substâncias na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas e
econômicas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura e a
pecuária. O diretor de Políticas e Combate ao Desmatamento do MMA, Francisco
Oliveira, destacou a importância do tema nas ações de combate à degradação
florestal e às mudanças climáticas. “Os incêncidos estão diretamente associados
às questões do desmatamento”, afirmou. “O manejo do fogo de forma adequada pode
reduzir as emissões de gases de efeito estufa e tratar o problema com
eficiência. É o momento dessa discussão se aprofundar.” ESFORÇOS - A degradação
ambiental por conta do fogo aparece entre os maiores problemas ambientais do
país. De acordo com o ministro para Assuntos Econômicos e Terras Globais da
Embaixada da Alemanha, Martin Eberts, o cerrado está entre os biomas
brasileiros mais afetados. “A cooperação entre o Brasil e a Alemanha e
iniciativas como o manejo integrado do fogo encaixam bem nos esforços para a
preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável dos dois
países”,analisou. O presidente do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Volney Zanardi, afirmou que, entre outras iniciativas, está a presença
ostensiva de brigadistas e equipes de fiscalização em reservas indígenas e
outras áreas de conservação. “Em muitos casos, o fogo faz parte de um processo
que culmina no corte raso de vegetação”, ressaltou. Por isso, é essencial um
trabalho de prevenção, manejo e, quando necessário, combate aos incêndios”. TECNOLOGIA
- O evento contou com palestra do especialista no assunto Johann Goldammer, do
instituto alemão The Global Fire Monitoring Center. Segundo ele, a tecnologia é
uma das principais aliadas nas ações de combate aos incêndios florestais. “A
ciência tem importância fundamental para as políticas ambientais”, afirmou.
Entre os exemplos citados pelo pesquisador, está o uso de imagens satélites no
monitoramento e manejo integrado do fogo. Com a presença de representantes da
Universidade de Brasília (UnB) e outros órgãos ambientais, o evento faz parte
do projeto de “Prevenção, Controle e Monitoramento de Queimadas Irregulares e
Incêndios Florestais no Cerrado”, o chamado Cerrado-Jalapão, estabelecido em
cooperação com a Alemanha. O programa é coordenado pelo MMA, em parceria com o
Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o governo estadual do
Tocantins.
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