Com
a entressafra, os preços do leite no Estado de São Paulo continuam a subir,
porém em ritmo menos acelerado. No varejo, os aumentos em relação ao mês de
maio alcançaram 1,1% para o leite UHT (longa vida) e 1,0% para os leites B e C,
de acordo com levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola
(IEA-Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Para o
produtor, os preços recebidos levantados pelo IEA mostraram alta superior que o
varejo. Em maio, tanto o leite C como o B, tiveram alta, afirma Rosana de
Oliveira Pithan e Silva. “Observa-se que apesar da expectativa de que as altas
no varejo, de maio em relação a abril, alcançassem em peso esse mercado, em
função do maior aumento nos preços pagos aos produtores em maio, essas foram
menores que o esperado, provavelmente devido à pressão do setor
supermercadista. No entanto, a expectativa é de alta, não só para o leite como
para os seus derivados, até o final da entressafra, em novembro. No entanto, a
forte onda de frio dessa semana deve piorar ainda mais a situação das pastagens
dos estados do Sul e Sudeste contribuindo para altas mais expressivas nos
preços do leite, tendo em conta que nessas regiões estão os principais estados
produtores de leite do país. Ou seja, o mercado, como um todo deve sentir o
impacto do tempo, pois com pastagens comprometidas, o produtor tem que
suplementar mais a alimentação do gado”, esclarece a pesquisadora. Segundo
Pithan e Silva, apesar da alta ser justificada devido ao início da entressafra,
alguns fatores vem influenciando esses aumentos, sendo uma das razões a falta
de produto no mercado internacional. Os principais exportadores de lácteos
tiveram uma redução da produção, com destaque especial para a Nova Zelândia,
maior exportadora mundial de leite, devido à seca. Apenas os Estados Unidos
mantiveram sua produção dentro do esperado, e a combinação das situações afetou
todo mercado elevando as cotações do produto. Outro fator é o aumento da
demanda internacional pelo produto, com destaque para a China, da qual se
espera um crescimento da ordem de 50% nas importações, o que reflete em uma
valorização ainda maior para o produto. A valorização do dólar aliada à firme
demanda pelo produto, afeta os preços pagos aos produtores devido à grande
procura pelas indústrias, afirma a pesquisadora. Esse cenário,
concomitantemente com a elevação dos custos de produção, devido à necessidade
de suplementação na dieta do rebanho. O aumento dos preços pagos aos produtores
que já refletindo nos preços do varejo, deverá ser inferior para o leite longa
vida, em relação aos leites pasteurizados por conta da pressão dos supermercados
para a colocação do produto em suas gôndolas.
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