Preços da raiz, da fécula e farinha têm apresentado
altas expressivas
Cepea,
25 – A oferta nacional de raiz de mandioca tem apresentado expressiva redução
desde meados de 2012 em consequência do clima desfavorável para a produção no
Nordeste. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
em 2012, a produção nordestina foi 24,5% menor que a de 2011, influenciando a
diminuição na oferta brasileira. Neste ano, a produção de mandioca no Brasil
deverá ser de 21,4 milhões de toneladas, com decréscimo de 8,4% em comparação à
de 2012. Se concretizada, será a menor oferta nacional desde 2003. Este cenário
leva agentes nordestinos a se abastecerem com farinha e até mesmo raiz
proveniente do Centro-Sul do Brasil, acirrando a disputa pelos produtos. No Paraná, a oferta deve ser a menor em cinco
anos, segundo dados da Seab/Deral (Secretaria da Agricultura e Abastecimento). Conforme
dados do IBGE, nos principais estados produtores e processadores de mandioca, a
produção deve ter expressiva quebra em comparação com a do ano passado. Na
Bahia, a diminuição deve ser de 43%, enquanto que, no Pará, a baixa deve ficar
em 2,5%. No principal produtor do Centro-Sul, o Paraná, apesar de ser maior a
área colhida, a oferta deve reduzir 4,5%, devido à menor produtividade. A
demanda por raiz e derivados, por outro lado, é crescente. Nesse contexto, os
preços da mandioca e dos derivados têm subido em todas as regiões acompanhadas
pelo Cepea. A alta nas cotações da raiz e dos derivados ganhou mais força em
julho do ano passado, persistindo até março de 2013, quando, em termos reais
(valores deflacionados pelo IGP-DI de jun/13), atingiu média mensal recorde, de
R$ 346,17/tonelada (R$ 0,6020/grama). Em seguida, houve melhora na oferta e os
preços foram pressionados até maio. Chuvas intensas a partir de junho, no entanto,
reduziram a oferta novamente, e os preços voltaram a subir naquele mês. As
altas também foram influenciadas pela menor disponibilidade de raízes de
segundo ciclo e pela opção de produtores em postergar a colheita. Em julho, a
disponibilidade de raízes de segundo ciclo segue baixa em parte das regiões
acompanhadas pelo Centro de Pesquisas. Ao mesmo tempo, produtores têm
demonstrado pouco interesse em colher a raiz de primeiro ciclo. Pesquisadores
do Cepea consideram que, no segundo semestre, a oferta poderá ser ainda menor,
resultando em dificuldades na produção de fécula e farinha e mantendo os preços
em patamares mais elevados. Fécula - Devido à oferta mais restrita da
matéria-prima, no primeiro semestre de 2013, a quantidade de raízes processada
nas fecularias foi apenas 0,5% superior à do semestre anterior, mas 5,8% abaixo
da do primeiro período de 2012. Segundo dados do Cepea, o volume processado foi
o menor em um primeiro semestre desde 2006. Assim, estima-se que a produção
anual de fécula poderá ficar abaixo da obtida em 2012 (519,67 mil toneladas),
uma vez que, neste semestre, a oferta de raízes poderá ser ainda menor. A
demanda por fécula de mandioca, por sua vez, esteve maior nos primeiros seis
meses de 2013, puxada pelo bom desempenho das vendas dos produtos que utilizam
o derivado como insumo. Com processamento menor e demanda aquecida, fecularias
não conseguiram formar estoques, que, em março, chegaram aos mais baixos níveis
da série do Cepea. Assim, os preços da fécula de mandioca também seguiram em
alta no primeiro semestre de 2013. Em termos reais, no período entre 15 e 19 de
julho, a fécula de mandioca atingiu a máxima de R$ 2.044,53/t, a maior média
semanal desde dezembro de 2004, sendo o sétimo recorde consecutivo, em termos
nominais. Farinha - O clima desfavorável no Nordeste impactou de forma mais
intensa a oferta de farinha de mandioca na região, fazendo com que compradores
passassem a se abastecer com o produto do Centro-Sul. Assim, as cotações da
farinha de mandioca branca crua/fina tipo 1 também apresentaram movimento de
alta a partir de julho de 2012, tendo continuidade até fevereiro de 2013,
quando o valor médio do produto (FOB farinheira) nas regiões acompanhadas pelo
Cepea atingiu R$ 128,37/saca de 50 kg, que, em termos reais, foi 118% acima da
média de mesmo período de 2012. A farinha de mandioca branca crua/grossa teve
comportamento de preços similar. Em fevereiro de 2013, a cotação média do
Centro-Sul atingiu R$ 102,18/sc de 40 kg, média que superou em 115% a de igual
período de 2012. Na parcial de julho (até o dia 19), a média da farinha de
mandioca branca crua/fina tipo 1
negociada no Centro-Sul foi de R$ 109,42/sc de 50 kg.
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