Quinze
integrantes da quadrilha de furtos a bancos, que utilizava guarda-sol para se
esconder das câmeras de vigilância e driblar o sensor de presença das agências
bancárias, foram interrogados na semana passada, em Campo Grande, Mato Grosso
do Sul, pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária
Civil de Mato Grosso. O bando começou a ser desarticulado no dia 14 de junho
deste ano, em ação conjunta do Grupo Armado de Repressão a Roubos, Assaltos e
Sequestros (Garras), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Polícia Civil do
Paraná e o GCCO. A quadrilha está envolvida em diversos arrombamentos de bancos
nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rondônia. Em Mato
Grosso o bando é investigado em oito furtos a agências bancárias, sendo 4 consumados. Em Cuiabá, o grupo atacou
agências do Banco do Brasil da Avenida da Feb, em Várzea Grande, Prainha e
Fernando Correa da Costa. No interior, obando furtou R$ 120 mil da agência do
município de Nova Olímpia (207 km a Médio-Norte) e de Rosário Oeste (128 km ao
Norte) levou R$ 35 mil. “Começamos a observar essa ação em janeiro deste ano. É uma quadrilha com
raízes aqui que atua em outros estados”, destacou o delegado titular do GCCO,
Flávio Henrique Stringueta. De acordo com o delegado, quatro dos presos
confessaram o furto na agência da cidade de Poxoréu (251 km ao Sul) e apontaram
envolvidos nos furtos as agências de Nova Olímpia, Rosário Oeste e Avenida da
Feb, em Várzea Grande. “Os interrogatórios vão ajudar no esclarecimento das
demais invasões ocorridas”, afirmou Stringueta. As agências bancárias eram
invadidas sempre aos finais de semana e no período noturno. A quadrilha
quebrava paredes a marretadas e abria o cofre com maçarico ou outras
ferramentas como furadeiras de alta pressão. Integram a quadrilha cinco pessoas
de uma mesma família com residência, em uma chácara na estrada do Distrito de
Nossa Senhora da Guia, em Cuiabá, que acabaram presas no Mato Grosso do Sul. Os
irmãos Jonas de Oliveira, Josias de Oliveira, Marilene de Oliveira e Joel de
Oliveira, que é cadeirante, foram presos pelo Garras em Campo Grande (MS) e a
mulher de Joel, Adriana Aparecida Miranda, no Estado do Paraná. Todos os presos
foram interrogados e indiciados em inquérito policial em andamento no GCCO, que
apura furtos qualificados praticados em agências bancárias no Estado de Mato
Grosso. Os interrogatórios foram colhidos na sede do Garras, em Campo Grande
(MS). Para o delegado Flávio Stringueta a modalidade criminosa é diferenciada,
mas gera lucro tão ou maior que as ações do ‘novo cangaço’. “É um crime cuja
pena é inferior ao ‘novo cangaço’, que oferece menos risco a quadrilha, que se
presa permanece por um tempo reduzido na cadeia”, observou o delegado. Stringueta
informou ainda que a quadrilha era investigada pelo GCCO em arrombamentos de
caixas eletrônicos. No entanto, foi a partir de informações do Garras de Mato
Grosso do Sul, que foram identificados nos furtos as agências com o uso do
guarda-sol. “Eles estavam com as investigações mais avançadas e nos auxiliaram
aqui”, disse. Em Mato Grosso do Sul a quadrilha furtou agências de Campo Grande
e Alvorada do Sul. Em um dos furtos um integrante deixou uma impressão digital
que foi possível chegar a Sérgio Antunes, natural de Maringá, no estado do
Paraná, e que já havia sido preso em Cafelândia (PR), por furto em banco
praticado como o mesmo “modus operandis”. Na ocasião, a Polícia do Paraná
prendeu 13 membros do grupo criminoso.
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