Brasília, 10/05/2012 - Cerca de 500 militares das Forças
Armadas, três navios equipados com lanchas e unidade de atendimento médico,
oito lanchas das capitanias dos portos do Amazonas, além do Hospital de
Campanha da Força Aérea Brasileira (FAB) foram disponibilizados para atuar no
apoio à Defesa Civil do Amazonas, em auxílio às vítimas das chuvas. A informação foi confirmada nesta
quarta-feira pelo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA),
general José Carlos De Nardi, após reunião no Palácio do Planalto com a
presidenta Dilma Rousseff. A operação de apoio foi iniciada no dia 4 de maio,
com a participação de navios de assistência hospitalar da Marinha do Brasil. A ação mobiliza parte do efetivo
militar empregado na Operação Ágata 4, que combate ilícitos na fronteira com
Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa desde o início deste mês. No
apoio para lidar com as cheias, as Forças Armadas atuarão no resgate da
população em áreas de risco, cadastramento de famílias que tiveram prejuízos
com os efeitos da enchente e distribuição de medicamentos e cestas básicas. A
ajuda militar deve durar pelo menos 60 dias.
Mobilização no Amazonas - A
mobilização no Amazonas foi tema de reunião, nesta quarta-feira, realizada por
meio de videoconferência entre o Palácio do Planalto – onde se encontrava a
presidenta Dilma Rousseff e o general De Nardi, representando o Ministério da
Defesa – e o Palácio Rio Negro, em Manaus, onde estava o governador Omar Aziz. Segundo De Nardi, desde o início do
mês o governo amazonense vinha solicitando a ajuda das Forças Armadas. O
primeiro contato foi feito pelo vice-governador José Melo, numa reunião com
oficiais do Comando Militar da Amazônia (CMA). Na ocasião, José Melo informou que,
pelo menos, 39 municípios estavam em situação crítica em função das enchentes.
O transbordamento dos rios Negro, Solimões e Madeira teria desabrigado cerca de
70 mil famílias em todo o estado. A Marinha foi a primeira das Forças Armadas a
prestar auxílio. Desde o dia 4 de maio, três navios equipados para socorrer as
populações ribeirinhas foram colocados à disposição do governo estadual. O navio de assistência hospitalar
Soares está na região de Santo Antonio do Içá, situado na região do Alto
Solimões, com três lanchas de apoio. O navio de assistência hospitalar Monte
Negro foi posicionado nas proximidades do município de Tefé, no Médio Solimões,
também com três lanchas. Além deles, o navio fluvial Pedro Teixeira, equipado
helicóptero, se encontra em Manaus. A participação da Marinha engloba efetivo
de 260 militares, incluindo também oito lanchas da capitanias de Manaus,
Parintins, Tabatinga e Itacoatiara.
Na manhã desta quarta-feira, o Comando Militar da Amazônia (CMA) confirmou a
mobilização de 200 soldados do 1º Batalhão de Infantaria de Selva do Exército.
Os militares trabalharão em apoio aos funcionários da Defesa Civil no resgate
de moradores na região da enchente.
Hospital de Campanha - O
Hospital de Campanha (HCamp) da FAB, que apoiava as ações da Operação Ágata 4
no município de Barcelos e no distrito de Moura, também vai ser empregado pelas
Forças Armadas. O equipamento, que já foi utilizado nas tragédias do Haiti e
México, e no atendimento as flagelados das enchentes em Santa Catarina e no Rio
de Janeiro, estará à disposição do governo amazonense. Montado numa balsa da Comissão de
Aeroportos da Amazônia, o HCamp zarpou de Manaus na tarde do dia 1º de maio e
chegou a Moura no dia 3 de maio em direção ao lugarejo de Moura. Lá, prestou
cerca de 700 atendimentos e procedimentos médicos, entre exames e consultas,
nas especialidades de clínica médica, ortopedia, ginecologia, citopatologia,
pediatria, odontologia e dermatologia.
O hospital tem capacidade para realizar exames de ultrassom, raio-X e
hemograma. De Moura, o equipamento foi deslocado para o município de Barcelos.
Em quatro dias e meio de atendimentos nas duas localidades, o HCamp distribuiu
8,7 mil unidades de medicamentos. A ação é resultado de uma parceria com a
Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas, Secretaria Municipal de Barcelos e
laboratórios que doaram remédios para o atendimento da população ribeirinha. A
estimativa do diretor do hospital, tenente-coronel médico Roberto Thury, é de
realização de 3 mil consultas até a próxima sexta-feira. Esse aparato militar deve permanecer à
disposição do governo do Amazonas por dois meses. No entanto, o Ministério da
Defesa poderá estender o período caso haja necessidade. Recursos - O Ministério da Integração Nacional
anunciou, nesta quarta-feira, o repasse de R$ 7 milhões ao governo do Amazonas
para ações de socorro, assistência às vítimas e aquisição de produtos de
higiene e limpeza, medicamentos e alimentos. A autorização foi publicada em
portaria na edição do Diário Oficial de hoje. Até o momento, o governo do
Amazonas já recebeu, em repasses do governo federal, R$ 17,5 milhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário