Deputados e representantes de diversos setores da sociedade
se reuniram hoje (16) no Plenarinho da Assembleia Legislativa para debater a
venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios do Paraná durante a Copa
do Mundo de 2014. Para o deputado Paranhos (PSC), a imposição da venda de
bebida feita pela FIFA fere a soberania nacional e vai contra a posição da
grande maioria da população paranaense. “Pesquisas recentes mostram que 85% da
população de Curitiba – cidade sede dos jogos no estado – rejeitam a venda de
bebida durante os jogos. Imagine então no interior, onde não haverá jogos e nem
investimentos em razão da Copa”, comenta. Representantes do setor da segurança pública e do
Ministério Público reforçaram o argumento de que a bebida nos estádios é um dos
motivadores de conflitos entre torcidas. Prova disso são os dados do Ministério
Público e da Polícia Civil, mostrando que após a assinatura de um Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC) entre as torcidas e a proibição da venda de
bebidas no interior dos estádios, houve uma redução de 70% nos incidentes
envolvendo torcedores em Curitiba. Projeto de Lei Já tramita na Assembleia Legislativa desde o dia 26 de
março, um projeto de lei do deputado Paranhos propondo a proibição da
comercialização, a distribuição gratuita e o consumo de bebidas alcoólicas nos
estádios, ginásios, arenas e praças esportivas do Paraná, incluindo os jogos da
Copa do Mundo de 2014. O projeto
também proíbe, em seu artigo segundo, o acesso aos estádios e praças esportivas
de pessoas portando qualquer tipo de bebida alcoólica e daqueles que, de forma
visível e comprovadamente, tiverem consumido níveis ilegais de álcool.
“Queremos restringir o acesso de bebidas e de pessoas alcoolizadas, unicamente
com o propósito de criarmos nos estádios um ambiente mais saudável e seguro
para as famílias”, resume Paranhos. A constatação do estado de embriaguez dos torcedores será feita pela
autoridade policial, que impedirá acesso do torcedor ao local dos jogos, sempre
que forem verificados, pelo uso do bafômetro, níveis de álcool superiores a
0,50g/l de sangue.
Para o deputado Paranhos, o argumento que
justifica a lei é bastante simples: “bebida alcoólica não combina com esporte.
Pelo contrário, o esporte talvez seja a alternativa mais importante para
afastarmos nossos jovens do álcool e das drogas. Mas precisamos sair do
discurso e partir para a prática, pois já está mais do que provado que a
mistura de bebida alcoólica com paixão esportiva tem provocado confrontos com
feridos e mortos dentro e fora dos estádios”. Ainda segundo Paranhos, é
fundamental que a legislação não seja pautada pelos interesses financeiros
ligados ao esporte, mas trate dos valores da pessoa humana e da segurança dos
torcedores nas arenas esportivas. O projeto não abrange a realização de eventos artísticos, como shows
musicais, quando realizados em estádios de futebol, praças ou arenas esportivas.
– Ivan Zuchi.
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