Edivaldo Resende, representante da Copasa, garantiu
que obras do novo sistema de abastecimento serão concluídas em agosto
Há
vários anos, moradores de São José da Lapa (Região Metropolitana de Belo
Horizonte) convivem com cortes diários no abastecimento de água, que às vezes
se prologam por dias, em alguns bairros. Para discutir o problema, a Comissão
de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais esteve no município nesta segunda-feira (14/5/12). Representante da
Copasa, o gerente distrital Edivaldo Resende disse que uma solução definitiva
deve chegar em agosto de 2012. Autor do requerimento para realização da
reunião, o deputado Rogério Correia (PT) disse que a Copasa informou que está
investindo R$ 82 milhões na construção da adutora de integração, que ligará a
rede de distribuição de São José da Lapa ao Sistema Integrado da Bacia do Rio
Paraopeba. “Apesar disso, foi relatado que algumas comunidades já ficaram mais
de dez dias sem água”, criticou. Ele acrescentou que a reunião tinha o objetivo
de atender o apelo feito pelo vereador Carlos Fagundes de Freitas (PT). Sílvia
Helena Moreira, moradora do bairro Vila Ical, disse que aos sábados nunca há
água no bairro e que muitas vezes tem que acordar de madrugada para limpar a
casa. "Sofremos com isso há 16 anos", afirmou. O prefeito de São José
da Lapa, Francisco Fagundes de Freitas (PT), disse que os problemas de
abastecimento são mais graves em bairros mais altos, como Maravilha, Dom Pedro
I e Jardim Encantado. Apesar de reconhecer que a Copasa está realizando obras
para corrigir as deficiências, ele cobrou celeridade nas soluções. Os
vereadores Rogério dos Santos (DEM) e Francisco Reis (PMDB), o Maranguape,
criticaram a Copasa pelo descumprimento dos prazos estabelecidos para resolver
os problemas. Em outubro de 2011, segundo os vereadores, representantes da
empresa assumiram o compromisso de concluir, até o final daquele ano, um
reservatório que garantiria o abastecimento de diversos bairros. Isso não
aconteceu. O presidente da Câmara Municipal, Antônio Batista (PR), também
participou da reunião. O município vizinho de Vespasiano também enfrenta
problemas com a Copasa, segundo a vereadora Adriana Lara (PT), daquela cidade.
“Nossos municípios estão crescendo rápido, por causa da proximidade da Cidade
Administrativa. Se a Copasa não está conseguindo atender a população atual, o
que vai acontecer?”, questionou. Ela criticou a terceirização de serviços e a
qualidade do trabalho realizado pelas empreiteiras contratadas. A mesma crítica
foi feita pelo representante do Sindicato dos Trabalhadores do Saneamento de
Minas Gerais (Sindágua), Vagner Xavier. Prazo – Representando a Copasa, o
gerente do Distrito do Médio Rio das Velhas, Edivaldo Resende, disse que a
empresa espera resolver definitivamente o problema em agosto. A Copasa programou
para este mês a conclusão das obras e o início dos testes operacionais do novo
sistema de abastecimento. Ele admitiu que as obras do novo sistema sofreram
atrasos por causa de demandas judiciais e dificuldades em travessias de
rodovias e ferrovias. “Isso foi resolvido e agora as obras estão a pleno
vapor”, afirmou. Resende explicou que, atualmente, os municípios de São José da
Lapa, Vespasiano e Lagoa Santa são abastecidos por meio de poços artesianos. As
obras em andamento ligarão essas cidades ao sistema do Rio Paraopeba, que é
abastecido pelas fontes do Rio Manso, Serra Azul e Várzea das Flores. “São R$
84 milhões investidos. Em agosto, o problema desses bairros mais altos será
resolvido. Antes disso, solução paliativa não há, pois não há como perfurar
mais poços artesianos”, afirmou o gerente. Ele acrescentou que a integração tem
também o objetivo de viabilizar uma resposta ao crescimento acelerado das três
cidades da região. Sobre as críticas às empreiteiras, Resende afirmou que a
região vive uma carência grave de mão de obra, que prejudica a qualidade do
trabalho. Moradores que participaram da reunião também se queixaram do valor da
tarifa de esgotamento sanitário. O gerente afirmou que o valor é o mesmo para
todo o Estado e segue normas da agência reguladora.
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