Protegida por tombamento, local é considerado um dos
mais representativos exemplares da arquitetura rural mineira. O Governo de Minas Gerais, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e
Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), está requalificando a Fazenda Boa Esperança,
situada no município de Belo Vale e que faz parte do patrimônio
estadual. O custo total dos investimentos é da ordem de R$ 5 milhões. Na
última quinta-feira (30/6), foi publicado edital de licitação para a
recuperação integral da Fazenda Boa Esperança, com custo estimado de R$
2.339.909,55. Serão executadas obras de restauração arquitetônica e de
instalações complementares da sede da Fazenda com o objetivo de garantir a
preservação e integridade física do bem cultural, de inquestionável valor
histórico, artístico, arquitetônico e paisagístico, além de criar infraestrutura
para ampliar as possibilidades de uso. A restauração terá como premissa básica
a consideração aos valores estéticos e históricos da edificação, assegurando
adequação e compatibilidade aos seus elementos construtivos originais, de
acordo com os critérios de intervenção em bens culturais.Desde a nova gestão do
Governo do Estado, o Iepha-MG está investindo na requalificação da Fazenda Boa
Esperança. Uma primeira ação foi realizada em 2015 com a restauração da capela
e obras emergências da edificação. Foram gastos nas duas intervenções R$1,6
milhões. Outra importante iniciativa já em andamento é o Refazenda
- projeto de revitalização da Fazenda Boa Esperança -, ação conjunta do
Iepha-MG com o Instituto Inhotim, que contempla ações integradas para a ocupação
do local, por meio de plano de gestão, residência artística, educação
patrimonial e relacionamento com as comunidades tradicionais de Belo Vale,
potencializando seus desdobramentos em geração de renda para a região.A
presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo, fala sobre diversas ações que
contemplam o projeto Refazenda. “Além das intervenções físicas realizadas na
fazenda Boa Esperança, uma proposta de modelo de gestão do bem cultural está
sendo debatida com a comunidade de Belo Vale, que contará também com o
inventário das comunidades tradicionais da região e com material educativo que
será utilizado nas visitas guiadas à fazenda”, diz Michele.A expectativa é de
que, após esses investimentos e conclusão das obras, a Fazenda Boa Esperança
esteja com infraestrutura adequada para receber visitantes do estado e do país,
sendo referência de turismo em Minas Gerais. Além disso, o espaço também
contará, pela primeira vez, com programa educativo para receber escolas da
região.Patrimônio cultural - A edificação da casa sede da
Fazenda Boa Esperança possui proteção por tombamento pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1959, e pelo
Iepha-MG, em 1975.Situada em ponto estratégico da antiga província, a
Fazenda Boa Esperança é um dos mais conhecidos exemplares da arquitetura rural
mineira. No seu auge também era bastante conhecida, não só por sua riqueza
econômica, mas também pela hospitalidade, servindo de pousada para Dom Pedro I
quando em viagem pelo interior das Minas ou como doadora da madeira para a
construção das igrejas de São Francisco de Assis em Ouro Preto e de
Bom Jesus em Congonhas. A propriedade teve grande importância econômica na
região, chegando a abrigar mais de 800 escravos.A casa da fazenda foi
construída em estrutura autônoma de madeira sobre fundações de pedra, com
vedações em pau-a-pique e forros em esteiras de taquara. Sua varanda abriga uma
capela, cujo padroeiro é o Senhor dos Passos, com retábulo que preserva
trabalhos ornamentais apurados em talha e pinturas com características do
estilo rococó. Teto e paredes da capela são revestidos por painéis cuja pintura
é atribuída a João Nepomuceno, discípulo de mestre Ataíde, e que representam
cenas do Evangelho, como a Anunciação de Nossa Senhora, a Adoração dos Pastores,
o Sacrifício de Isaac e a Santa Ceia.Histórico das obras - A
Fazenda foi restaurada do período de 1976 a 1979, porém sem uma definição de
ocupação e uso. Houve após essa época a instalação elétrica, captando energia
do arraial de Boa Morte.Na década de 1980 foi feita parceria entre Governo e a
Escola de veterinária da UFMG com o objetivo de implantar e desenvolver um
centro de pesquisas de projetos do universo agrário mineiro, bem como promover
a preservação do monumento. O projeto foi cancelado depois de um ano por estar
degradando o entorno da sede, com instalação inadequada de pocilga junto ao
córrego, apreensão ilegal de aves silvestres, entre outros.Ainda na mesma
década tentou-se dar novo uso à propriedade, com arrendamento de pequenas
áreas, mas que novamente deteriorava o terreno, deixando espaços de possíveis
vestígios arqueológicos destruídos.Em 1997 firmou-se um convênio entre
Iepha-MG e Instituto Metodista Izabela Hendrix, para realização do Curso
de Arqueologia Histórica, objetivando realizar prospecções arqueológicas, no
entorno da sede. Durante o período de 1995 a 1997, aconteceram três cursos.Em
1998 foi feita intervenção na Fazenda, com recomposição dos muros de pedra,
recuperação dos beirais da cobertura da capela, imunização preventiva, com
realização de barreira química do entorno da sede, reconstituição da cobertura
da sede, substituição do forro em esteira e sua pintura, substituição de parte
do piso em madeira e instalação de piso de concreto em parte de cômodos que
eram em terra batida.Desde então, vêm sendo realizadas ações pontuais de
recuperação de partes deterioradas, sem intervenções mais abrangentes, sem uso
específico do espaço. - Secom
tvgazetalife@hotmail.com
JORNAL GAZETA LIFE
“A notícia levada a sério”
(34) 3427-1384
(34) 9929-5718 - VIVO
(34) 8424-0417 – CLARO
(34) 9177-6477 – TIM
(34) 9971-4879 - CTBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário