O governador Beto Richa participou nesta sexta-feira
(8), em Curitiba, do encontro com o ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Blairo Maggi, promovido pela Organização das Cooperativas do
Paraná (Ocepar). Richa enfatizou a potência e os avanços do agronegócio paranaense
e lembrou que, no Brasil, o setor tem, historicamente, salvado a balança
comercial. “Em especial neste ano de recessão econômica sem precedentes, a
agricultura, mais uma vez, está presente para amenizar os efeitos da crise no
País e também em nosso Estado, que é um forte produtor agrícola”, afirmou o
governador no evento, com a presença de lideranças do setor. A importância estratégica do
setor também foi enfatizada pelo ministro Blairo Maggi. “A saída para tirar o
país da crise econômica é a agricultura e a pecuária”, afirmou ele. “O setor
industrial levará mais tempo para se recuperar deste cenário de recessão, por
isso é nossa responsabilidade tornar o setor agrícola mais competitivo, para
que o Brasil entre nos trilhos novamente”, disse. No Paraná, o setor conta com o
apoio do Governo do Estado, afirmou Richa. “Em especial as cooperativas, que
são responsáveis por parte significativa da nossa produção”, afirmou ele. A
agência paranaense do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)
bateu recorde de financiamento para as cooperativas agropecuárias nos últimos
cinco anos no Paraná. Foram contratados R$ 2,46 bilhões entre 2011 e 2015.
Neste ano, só para os produtores rurais foram liberados mais R$ 270,5 milhões. “Nosso apoio é total ao agronegócio,
o que não podia ser diferente, já que milhões de empregos são gerados na cadeia
do agronegócio e da agroindústria do Estado”, explicou o governador. “Todas as
cooperativas do Paraná receberam estímulos do nosso governo, seja pelo BRDE
seja pelo programa de incentivo fiscal Paraná Competitivo, para ampliar
estrutura e produção”. TRABALHO
CONJUNTO –
O governador também ressaltou que muitas políticas públicas estaduais foram
construídas a partir de sugestões das entidades do setor. “O diálogo é ponto alto
de nossa administração. Temos uma relação muito estreita com as entidades que
representam o agronegócio”, disse ele. Um exemplo é a criação da Agência de
Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que teve atuação decisiva para o Paraná
conquistar, em 26 de maio, o reconhecimento internacional como área livre de
peste suína clássica, o que abre possibilidade de ampliar o mercado para os
produtos do Estado. A agência, que atua na defesa da
sanidade animal e vegetal, ajudou a retomada de importantes mercados
internacionais, com a exportação de carnes para a Rússia e o Irã, o que
praticamente consolida o Paraná como área livre de aftosa com vacinação, rumo
ao status de zona livre sem a vacina. EXPORTAÇÃO –
Para o ministro Blairo Maggi, os principais desafios do agronegócio brasileiro
são ampliar a produção e se tornar mais competitivo no mercado externo.
“Sabemos produzir, mas precisamos ter condições de ampliar a área destinada à
agricultura no País. A tarefa do Ministério vai além de cuidar da produção, mas
trata, também, de vender os nossos produtos”, declarou. Maggi
explicou que o Ministério da Agricultura está atuando em conjunto com o
Ministério das Relações Exteriores para abrir caminho no mercado de exportação.
Entre as propostas, está a reestruturação da Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex) e da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
“Por isso, a proposta da Ocepar, de dobrar suas exportações vem ao encontro do
que o Ministério da Agricultura espera”, afirmou. PARANÁ -
As cooperativas do Estado fecharam 2015 com exportações de US$ 2,4 bilhões, o
que corresponde a 36% das exportações de cooperativas de todo o País,
contribuindo para o equilíbrio da balança comercial brasileira. No ano passado,
a Ocepar lançou o plano Paraná Cooperativo 100 (PRC 100), que planeja dobrar a
movimentação financeira do setor nos próximos anos. Cerca
de R$ 2 bilhões foram recolhidos em impostos pelas cooperativas paranaenses em
2015, que registraram um aumento de 12% em suas receitas com relação ao ano
anterior. A expectativa para este ano é de um novo incremento, agora de 8%. PROPOSTAS –
A Ocepar entregou ao ministro um documento com as propostas do Paraná para as
políticas públicas do agronegócio brasileiro. “É um momento oportuno de
contribuirmos com as discussões para a melhoria do setor agrícola brasileiro e
apresentarmos nossas sugestões”, afirmou o presidente da Ocepar, José Roberto
Ricken. Construído pelas entidades do setor, com a participação da Secretaria
de Estado da Agricultura e do Abastecimento, o documento aborda dez pontos:
política agrícola plurianual, planejamento estratégico do cooperativismo
paranaense, gestão de risco rural, infraestrutura e logística, programa
nacional de conservação de solos, políticas de comércio internacional, venda de
terras para estrangeiros, crédito rural, apoio à comercialização e defesa e
sanidade no agronegócio. COMPETITIVIDADE -
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que
são pontos importantes a serem discutidos para a melhoria da competitividade da
agricultura brasileira. “Não precisamos ensinar a missa ao vigário, o ministro
é um empresário rural e tem uma leitura real das carências das políticas
agrícolas, das nossas deficiências de infraestrutura”, disse Ortigara. “É
preciso que sejam feitos, por parte do poder público, os investimentos
necessários para devolver à sociedade o que é pago pelos tributos, de tal forma
que aquilo que é mais precioso ao Paraná e ao Brasil, que é o seu produto
agrícola, continue crescendo, oferecendo oportunidades ao cidadão e recuperando
empregos”, avaliou Ortigara. “Eu confio na capacidade do ministro de articular
grande parte do conteúdo que oferecemos hoje a ele como contribuições para o
aperfeiçoamento da política agrícola”, complementou. PRESENÇAS -
Participaram do encontro a vice-governadora Cida Borghetti; o diretor
Administrativo do BRDE, Orlando Pessuti; os presidentes do Instituto Paranaense
de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Rubens Ernesto
Niederheitmann; do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Florindo Dalberto;
da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), ÁgideMeneguette; e o
deputado federal Sérgio Souza. – Secom
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