Em alta há
seis meses, o preço do leite
recebido pelo produtor atingiu em agosto o maior patamar deste ano, segundo levantamentos do Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O preço líquido, ou seja,
sem frete e impostos, foi de R$ 0,9964/litro na “média Brasil”, que é ponderada pelo volume captado em julho
nos estados de MG, PR, RS, SC, SP, GO e BA. Em comparação com o mês anterior,
houve elevação de 2,09%. Contudo, a média atual ainda é 10% menor que a de
agosto do ano passado em termos reais (deflacionados pelo IPCA de julho/15). O
preço bruto (inclui frete e impostos) foi de R$ 1,0843/litro, acréscimo de 1,9%
em relação a julho e queda de 9,6% frente aago/14, em termos reais.Segundo
pesquisadores do Cepea, a demanda pouco aquecida limitou a valorização do leite
na entressafra deste ano (predominantemente entre março e julho), o que diferiu
dos anos anteriores, quando foram registrados picos expressivos de alta nesse
período. Desse modo, a elevação dos preços ocorreu de forma mais gradual, se estendendo até agosto,
quando, tipicamente, a entressafra no Sudeste e Centro-Oeste se encerra e a
produção leiteira no Sul se consolida.Essa sazonalidade da produção não se
alterou. Em julho, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea)
aumentou 1,67% em relação a junho, puxado principalmente pelos estados da
região Sul. Com exceção do Goiás (que registrou queda de 0,59% no índice),
todos os outros estados da “média Brasil” tiveram aumento na captação, com
destaque para Rio Grande do Sul (4,34%), Santa Catarina (2%), Paraná (1,93%),
São Paulo (1,57%), Minas Gerais (0,96%) e Bahia (0,67%).A expectativa da
maioria dos agentes consultados pelo Cepea é de que, com o avanço da safra
Sulista e o aumento no volume de
chuvas no restante do País, a
produção leiteira se eleve e as cotações percam fôlego nos próximos meses. Em
números, 48,5% dos
laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea que representam 43,5% do leite
amostrado acreditam em queda nas cotações. Outros 27,3% (47,2% do leite
amostrado) sinalizam estabilidade e um grupo menor, de 24,2% dos pesquisados
(9,3% da amostra), indica continuidade das altas dos preços. O acompanhamento diário do mercado de
derivados feito pelo Cepea junto a laticínios e atacadistas do estado de São
Paulo indica que, em agosto, o consumo de leite UHT e queijo muçarela continuou
enfraquecido. Com isso, o preço do UHT teve nova desvalorização, de 4,84%
frente a julho, sendo negociado na média de R$ 2,3144/litro. A cotação média da
muçarela apresentou ligeira queda de 0,11% em relação a julho, a R$ 13,96/kg em
agosto. Este levantamento tem o apoio financeiro da Organização das
Cooperativas Brasileiras (OCB). - Secom
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