segunda-feira, 28 de setembro de 2015

AUTOMÓVEIS ABANDONADOS SERÃO RECICLADOS EM MINAS GERAIS

Parceria entre Detran-MG e Cefet vai estudar e desenvolver tecnologia sustentável de reciclagem de carros. Dos mais de 200 mil veículos que estão hoje apreendidos nos pátios do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) em todo o estado, cerca de 20% não serão recuperados pelos proprietários, virando entulho sob a ação do sol, poeira, vento e chuva.E, apesar dos esforços do Governo de Minas Gerais para limpar esses pátios, com a realização de diversos leilões – só até agosto deste ano foram 116 eventos e quase 20 mil carros arrematados –, todos os dias novos carros chegam aos depósitos do Departamento de Trânsito.Para dar uma destinação sustentável a toda essa sucata, o Detran-MG e o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) assinaram um protocolo de intenções que objetiva desenvolver novas tecnologias para a reciclagem de veículos.A iniciativa é inédita na América Latina e está alinhada com a Lei Federal 12.997, conhecida como a Lei do Desmonte, que entrou em vigor em maio deste ano. A legislação regulamenta a atividade do desmonte de peças automobilísticas no país, visando o combate ao comércio clandestino.Segundo o coordenador administrativo do Detran-MG, Daniel Barcelos, o órgão vai atuar em duas frentes: uma consistirá no credenciamento das empresas interessadas na atividade de desmontagem, e a outra consiste na reciclagem das peças que, segundo a lei, não podem ser destinadas à reposição, isto é, não podem ser novamente comercializadas.“Não existem empresas especializadas e nem tecnologia para isso no Brasil. Assim, firmamos a parceria com o Cefet para buscar soluções sustentáveis e desenvolver novos estudos”, explica.Os itens de segurança do veículo, como peças de suspensão, sistema de freio e cintos, por exemplo, não podem voltar ao mercado. “Hoje, essas peças são destruídas artesanalmente. O Cefet trará o knowhow diretamente do Japão, que domina esse tipo de processo, para podermos reciclar este material”, conta Barcelos.O apoio vem da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), que já está trabalhando em parceria com o Cefet desde o ano passado na construção de uma planta piloto de reciclagem automobilística. A unidade seria instalada no campus do Cefet II, no bairro Gameleira, em Belo Horizonte.O coordenador geral do projeto no Cefet, Daniel Castro, destaca que o Brasil ganha muito com a iniciativa. “Além de reciclar veículos de uma forma ambientalmente correta e sustentável, daremos mais um passo no sentido de acabar com os desmanches ilegais, que prevalecem no país”, defende.Próximos passos - O Protocolo de Intenções entre Detran-MG e Cefet foi assinado na última sexta-feira (11/9). A próxima etapa será começar o cadastramento das empresas que hoje funcionam irregularmente e outras que estejam interessadas em reciclagem de veículos.Depois, o Cefet vai qualificá-las. “Isso deve acontecer nos próximos dois anos, e a planta piloto também será finalizada em 2017. A ideia é aproveitar essa tecnologia que já está sendo desenvolvida no processo de treinamento”, explica o coordenador geral do projeto e professor do Cefet, Daniel Castro.Lei do Desmonte - A Lei Federal 12.997, conhecida como Lei do Desmonte, entrou em vigor em maio deste ano e regulamenta e disciplina a atividade de desmontagem de veículos no país. O principal objetivo é combater o comércio clandestino de peças usadas, o que, por consequência, deverá refletir na diminuição dos roubos e furtos.Os ferros-velhos, por exemplo, serão regularizados e credenciados perante os Detrans, cumprindo, portanto, uma série de requisitos para tal. As peças de veículos usadas, por sua vez, serão fiscalizadas e cadastradas para serem comercializadas. Assim, o cidadão terá mais segurança e garantia de procedência. - Secom

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