Parceria entre Detran-MG e Cefet vai estudar e
desenvolver tecnologia sustentável de reciclagem de carros. Dos mais de 200 mil
veículos que estão hoje apreendidos nos pátios do Departamento
de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) em todo o estado, cerca de 20%
não serão recuperados pelos proprietários, virando entulho sob a ação do sol,
poeira, vento e chuva.E, apesar dos esforços do Governo de Minas Gerais para
limpar esses pátios, com a realização de diversos leilões – só até agosto deste
ano foram 116 eventos e quase 20 mil carros arrematados –, todos os dias novos
carros chegam aos depósitos do Departamento de Trânsito.Para dar uma destinação
sustentável a toda essa sucata, o Detran-MG e o Centro Federal de Educação
Tecnológica (Cefet) assinaram um protocolo de intenções que objetiva
desenvolver novas tecnologias para a reciclagem de veículos.A iniciativa é
inédita na América Latina e está alinhada com a Lei Federal 12.997, conhecida
como a Lei do Desmonte, que entrou em vigor em maio deste ano. A legislação
regulamenta a atividade do desmonte de peças automobilísticas no país, visando
o combate ao comércio clandestino.Segundo o coordenador administrativo do
Detran-MG, Daniel Barcelos, o órgão vai atuar em duas frentes: uma consistirá
no credenciamento das empresas interessadas na atividade de desmontagem, e a
outra consiste na reciclagem das peças que, segundo a lei, não podem ser
destinadas à reposição, isto é, não podem ser novamente comercializadas.“Não
existem empresas especializadas e nem tecnologia para isso no Brasil. Assim,
firmamos a parceria com o Cefet para buscar soluções sustentáveis e desenvolver
novos estudos”, explica.Os itens de segurança do veículo, como peças de
suspensão, sistema de freio e cintos, por exemplo, não podem voltar ao mercado.
“Hoje, essas peças são destruídas artesanalmente. O Cefet trará o knowhow diretamente do Japão, que domina
esse tipo de processo, para podermos reciclar este material”, conta Barcelos.O
apoio vem da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), que já está
trabalhando em parceria com o Cefet desde o ano passado na construção de uma
planta piloto de reciclagem automobilística. A unidade seria instalada no
campus do Cefet II, no bairro Gameleira, em Belo Horizonte.O coordenador geral
do projeto no Cefet, Daniel Castro, destaca que o Brasil ganha muito com a
iniciativa. “Além de reciclar veículos de uma forma ambientalmente correta e
sustentável, daremos mais um passo no sentido de acabar com os desmanches
ilegais, que prevalecem no país”, defende.Próximos passos - O
Protocolo de Intenções entre Detran-MG e Cefet foi assinado na última
sexta-feira (11/9). A próxima etapa será começar o cadastramento das empresas
que hoje funcionam irregularmente e outras que estejam interessadas em
reciclagem de veículos.Depois, o Cefet vai qualificá-las. “Isso deve acontecer
nos próximos dois anos, e a planta piloto também será finalizada em 2017. A
ideia é aproveitar essa tecnologia que já está sendo desenvolvida no processo
de treinamento”, explica o coordenador geral do projeto e professor do Cefet,
Daniel Castro.Lei do Desmonte - A Lei Federal 12.997,
conhecida como Lei do Desmonte, entrou em vigor em maio deste ano e regulamenta
e disciplina a atividade de desmontagem de veículos no país. O principal
objetivo é combater o comércio clandestino de peças usadas, o que, por
consequência, deverá refletir na diminuição dos roubos e furtos.Os ferros-velhos,
por exemplo, serão regularizados e credenciados perante os Detrans, cumprindo,
portanto, uma série de requisitos para tal. As peças de veículos usadas, por
sua vez, serão fiscalizadas e cadastradas para serem comercializadas. Assim, o
cidadão terá mais segurança e garantia de procedência. - Secom
Nenhum comentário:
Postar um comentário