Em evento em Nova Lima, governador de Minas Gerais
falou sobre o atual cenário político-econômico do país e descartou clima para
golpe de Estado no plano federal. O governador Fernando Pimentel afirmou nesta
sexta-feira (17/9) durante evento com empresários e lideranças políticas em
Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que vai trabalhar
junto a representantes de outros Estados pela aprovação da CPMF com alíquota de
0,38%. Pela proposta apresentada pelo governo federal, 0,20% da CPMF ficaria
com a União - e o restante seria distribuído entre estados, Distrito Federal e
municípios.“O que nós vamos fazer agora, e aí não depende de nenhuma ação da presidenta
Dilma Rousseff, é trabalhar pela aprovação da CPMF com alíquota de 0,38%,
porque o governo federal está mandando a CPMF de 0,20% apenas para a União,
para fechar o orçamento da União. Mas abriu-se a possibilidade de os Estados
também receberem recursos - nesse caso, aumentando a CPMF para 0,38%, que era o
percentual até 2007, quando foi extinta”, afirmou, em entrevista à
imprensa.Segundo o governador, os recursos serão importantes “para todos os
estados e municípios que hoje estão em situação financeira muito difícil - e
Minas Gerais não é exceção, estão todos em uma situação financeira muito
difícil”.Lembrando a boa relação que mantém com parlamentares de todos os
partidos com representação no Congresso Nacional e a autonomia dos Poderes,
Pimentel disse que, entre deputados e senadores de vários partidos, não só da
base governista, há uma sensibilidade em relação à crise financeira dos
municípios e em relação à opinião pública. “Cada um dos deputados, ao olhar a
sua base, que é constituída de municípios, enxerga a realidade dessas cidades e
sabe que é necessário reforçar a arrecadação delas”, observou.Questionado sobre
a possibilidade de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o governador de
Minas Gerais defendeu a maturidade da democracia brasileira. “O clima, às
vezes, fica muito acirrado, tanto do lado da oposição quanto do lado de alguma
parcela de apoiadores do governo federal. Mas eu tenho ido a Brasília, tenho
conversado com deputados, senadores. Não é esse o sentimento geral das Casas. O
sentimento geral do parlamentar hoje é de uma preocupação muito grande com a
crise, com a condução das coisas, mas não é um sentimento de atropelar a
Constituição com qualquer ação que desrespeite o resultado das urnas. Essa não
é a nossa tradição, não tem sido a prática do Brasil pelo menos desde o último
afastamento de presidente, que foi o presidente Collor. Então não vejo muito
espaço para de fato, no plenário, uma medida como essa ser aprovada”.Pimentel
ressaltou a existência de “debates acalorados” que rendem “dividendos
publicitários” para quem os faz. “Então, a gente tem de separar um pouco as
coisas”, acrescentou.Legislativo -Durante o evento, o presidente da Assembleia
Legislativa, deputado Adalclever Lopes, parabenizou o governador pela
instalação dos Fóruns Regionais de Governo, como uma medida para incentivar a
regionalização e a participação popular na administração pública, e pontuou que
a harmonia entre os Poderes em Minas é exemplo para o restante do país. “Se tem
uma palavra de ordem que tem que ser dada ao Brasil, um exemplo que tem que ser
dado por Minas Gerais, é o da humildade. Temos de dialogar o tempo inteiro. É
muito mais fácil do que a desarmonia”, disse.Participaram do encontro os
secretários de Estado de Governo, Odair Cunha, de Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, Miguel Corrêa, o líder de governo na Assembleia, deputado Durval
Ângelo, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
(Fiemg), Olavo Machado, deputados da base e da oposição em Minas Gerais,
vereadores, diretores de empresas, entre outros. - Secom
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