Seminário sobre comércio internacional reúne 60
pessoas no auditório CDL; começar pelos países vizinhos pode ser um bom caminho
para microempresas, empresas de pequeno porte e
produtores rurais de MT. CÁCERES – O mercado internacional está entrando na
pauta dos empresários de Cáceres. A possibilidade de implantação da Zona de
Processamento de Exportação (ZPE) na cidade, sonhada e desejada há cerca de
duas décadas e agora mais próxima de se tornar realidade, cria expectativa
positiva entre empreendedores e cidadãos em geral. Sessenta pessoas, entre
empresários, gestores e interessados, participaram do Seminário Mercado e
Negócios Internacionais, realizado na noite de ontem (31/5), pelo Sebrae MT em
parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Cáceres (Acec) e Sicredi.
O evento ocorreu no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de
Cáceres. Duas palestras abordaram os temas: "As pequenas empresas no
contexto global e o papel do Sebrae MT no caminho para a internacionalização”,
por André Schelini, gerente de Inteligência Estratégica do Sebrae MT; e
"Benefícios e vantagens para atuação no mercado internacional”, por Vítor
Galesso, economista e consultor especializado em comércio exterior. O gerente
do Sicredi em Cáceres, Elson Alves Ribeiro, apresentou a linha de crédito para
exportação da instituição. Hoje (1/6), será realizada a oficina "Saber
fazer exportação e importação – processos, operação, benefícios fiscais e estratégias
de negócios”, das 18 às 22h, na agência do Sebrae em Cáceres. Dezesseis
empresas estão inscritas. "Não vamos falar apenas de importação e
exportação. A visão de internacionalização é muito maior do que comprar e
vender produtos”, afirmou Schelini na abertura do seminário. A taxa de câmbio
do dólar acima de R$3 é um bom momento para ampliar os negócios em outros
países, ressaltou Galesso. Para Jorge Amedi, consultor em gerenciamento de
resíduos sólidos, Cáceres está cada vez melhor e o seminário veio em boa hora.
JuniteKondo, empresário da Vidraçaria Brilex gostou das palestras. "A
gente pensa que é impossível entrar neste mercado e saio com a cabeça aberta
para o mercado internacional. Vou pensar a respeito”, disse. Para Paulo Drager,
diretor da Cáceres Florestal "foi muito instrutivo principalmente para
quem quer se iniciar na exportação. Já exportamos madeira serrada e beneficiada
para o sudeste asiático, Alemanha e índia. Não está na cultura do brasileiro
exportar e temos de mudar isto”. "Este seminário foi muito oportuno, pois,
no momento, estamos vivendo a expectativa da implantação da ZPE em nossa
cidade”, afirmou Arthur Henrique Barbosa de Souza, presidente do CDL Cáceres. O
seminário revelou caminhos para empresários e empreendedores locais, permitindo
uma melhor visão sobre como ingressar no mercado internacional, segundo ele. No
mês passado, o governador Pedro Taques esteve na cidade e divulgou o início de
montagem da infraestrutura da ZPE, sinalizando a liberação de R$16 milhões,
ressaltou Arthur. O entusiasmo é grande entre empresários locais, comentou. O
Sebrae MT está realizando este seminário e oficina no interior e capital. O
Projeto Mercado e Negócios Internacionais da instituição, em andamento,
desenvolve diagnóstico, consultorias e acompanha empresários de microempresas,
empresas de pequeno porte (EPP) e produtores rurais interessados em ingressar
no comércio exterior. Mais
informações: 08005700800. Vocação histórica - A vocação cacerense para o
comércio internacional nasceu no período colonial, quando a região exportava
ouro, borracha e poaia para Europa e Japão. Tempos depois, erva mate, carne de
charque e madeira entraram na pauta de exportação, destacou Galesso. Ele
mostrou foto da Fazenda Descalvados, que produzia carne salgada, e de grande
usina de cana-de açúcar na região, que tinham negócios com os países europeus,
no final do século XIX. "Não eram grandes empresas. Eram empreendedores”,
salientou Galesso. A Companhia Mate Laranjeira, empresa muito rica do início do
século XX, que ficava às margens do Rio Paraguai em Porto Murtinho (MS),
exportava para Uruguai, Argentina e Paraguai, lembrou. O proprietário Joaquim
Murtinho construiu uma ferrovia de 19 km para facilitar o transportar o produto
até as embarcações e chegou a ser ministro. É preciso desmistificar a crença de
que exportação é para grandes empresas, disse o economista. "A realidade
está mudando rapidamente esta visão. Exportar tem a ver com coragem e espírito
empreendedor como os antepassados fizeram. É o que a história nos mostra”,
enfatizou Galesso. Em momentos difíceis da economia nacional e de retração do
mercado interno, exportar pode ser uma boa solução. Para ingressar no mercado
internacional, é aconselhável começar pelos países vizinhos, ao invés de querer
iniciar por países muito competitivos como os Estados Unidos, alertou. Vizinhos
- O analista do Sebrae MT, André Scheliini, também sugeriu aos empresários
começar a estudar a possibilidade de oferecer produtos e serviços para os
países fronteiriços de Mato Grosso. O Sebrae fez pesquisa de benchmarking
(casos de sucesso) na Itália e Espanha, dois países que se tornaram referência
em comércio exterior. Pequenos empresas e empreendedores italianos e espanhóis
perceberam as oportunidades para exportar produtos locais e prosperaram muito.
Hoje, são exemplos de empreendedorismo para todo o mundo. "Todo
relacionamento fora do mercado doméstico é internacionalização. Se você visita
outro país, recebe visitante estrangeiro, se vai a feiras fora do Brasil, entre
outros exemplos, são iniciativas de internacionalização dos negócios”,
esclareceu. É mais fácil começar por países com os quais empresários têm
identificação, foi assim com os empreendedores italianos e espanhóis. Produtos
certificados com indicação geográfica são bem-vindos ao mercado internacional,
informou Schelini. Em Mato Grosso, por enquanto, apenas o Mel do Pantanal
possui esta certificação, que abre portas para a exportação. "Temos os
produtos do Araguaia, Amazônia, entre outros, que podem ser certificados”,
sugeriu. As vantagens brasileiras e mato-grossenses para o comércio
internacional são muitas: rica biodiversidade, condições climáticas favoráveis,
ausência de guerras e conflitos, câmbio valorizado, riqueza cultural, fronteira
com países, etc. O idioma espanhol é o segundo mais falado no mundo, informou o
gerente do Sebrae MT. Empresários mato-grossenses deveriam falar esta língua
para ampliar negócios com os mercados argentino, paraguaio, boliviano, peruano
e chileno. No futuro próximo, será necessário dominar a língua espanhola. A
economia de MT está muito concentrada na exportação de commodities (grãos) e os
preços estão caindo no mercado internacional. A diversificação dos negócios
mato-grossenses é o caminho para fortalecer a economia do estado, ressaltou
Schelini. "Nenhuma grande economia dos países mais prósperos do mundo foi
desenvolvida exportando commodities”, argumentou. –Secom
tvgazetalife@hotmail.com
JORNAL GAZETA LIFE
“A notícia levada a sério”
(34) 3427-1384
(34) 9929-5718 - VIVO
(34) 8424-0417 – CLARO
(34) 9177-6477 – TIM
(34) 9971-4879 - CTBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário