Incidência
geral da doença deve cair nos próximos dois anos - A Clorose Variegada dos
Citros (CVC), que foi a pior doença da citricultura paulista na década de 1990,
tem, ao longo dos últimos anos, apresentado queda de seus índices em pomares
jovens. O último levantamento realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura
(Fundecitrus), em 2012, registrou sintomas da doença em apenas 2,7% das árvores
com até três anos, em 8,4% das plantas com idade entre três e cinco anos e em
19% dos pomares com até dez anos. Em 1999, o índice de infecção era de 35,7%, 56,1%
e 45,1%, respectivamente. A incidência geral da doença – que tem oscilado entre
35 e 40% nos últimos cinco anos e em 2012 marcou 38,4% - só não teve a mesma
redução significativa porque 61% das árvores com mais de dez anos têm CVC.
Estas plantas foram produzidas, plantadas e manejadas antes das medidas de
controle serem estabelecidas e representa 50% do parque citrícola. “O
levantamento é feito com base em quatro faixas etárias, das quais três
apresentam redução, mas o peso proporcional da faixa mais velha é grande no
índice geral”, explica o pesquisador científico do Fundecitrus Renato Beozzo
Bassanezi. A queda da doença é reflexo do esforço conjunto do setor que
resultou em leis que proibiram a produção de mudas a céu aberto, que tinham
maior risco de contaminação; pesquisas que identificaram a causa da doença,
como ela é transmitida e como deve ser combatida; e a aplicação dos métodos de
controle no pomar pelo citricultor. “Atualmente, a CVC está bem manejada e com
tendência de queda nos níveis da doença nos próximos dois anos. Isso é reflexo
do desenvolvimento de pesquisas avançadas no setor e do empenho do produtor no
campo”, diz Bassanezi. CVC nas regiões - Segundo o levantamento, em 2012, a
região Noroeste apresentou a maior queda de CVC em relação ao ano anterior: foi
de 52,5% para 47,2%. O maior aumento vem acontecendo na região Leste que, nos
últimos cinco anos passou de 15% para 40,6% de contaminação. “Este crescimento
pode ser atribuído a falta ou menor manejo da doença. Os citricultores desta
região precisam ficar atentos para não irem à contramão do estado”, afirma o
pesquisador. Em 2011, a doença atingiu 45,1% das plantas da região. O Norte do
estado é a região com mais plantas doentes: 59,7% contra 58,3%, em 2011. Não
houve alteração nos índices de CVC na região central que registrou 42,2% de
plantas doentes, em 2012, e 42,4%, em 2011.
O Sul tem 3,8% das plantas doentes, segundo levantamento de 2012. Este
número era de 2% em 2011. A região Oeste, que estava com 1,1% de plantas
contaminadas em 2011, não apresentou casos da doença no último levantamento.
“Os níveis da doença sempre foram baixos nestas regiões devido à umidade. As condições
climáticas não favorecem a manifestação da doença”, ressalta. Controle - A CVC é causada pela bactéria Xylella
fastidiosa, que é transmitida por cigarrinhas. Na planta, a bactéria se
multiplica, obstruindo os vasos do xilema, responsáveis por levar água e
nutrientes da raiz para folhas e frutos, fazendo com que o tamanho do fruto
diminua. Os sintomas ficam mais evidentes entre março e julho, época mais seca.
O manejo é baseado em três medidas: uso de mudas sadias e certificadas,
controle das cigarrinhas e podas de ramos, no caso de plantas com mais de
quatro anos e sintomas iniciais, e eliminação de árvores contaminadas com até
três anos de idade ou severamente afetadas. Gabriela Marques - Ascom
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