São Paulo, 13 de abril de 2016 - Ao que tudo indica, a expertise no
setor sucroenergético brasileiro terá o seu futuro garantido. Em diversas
partes do País, jovens estudantes do ensino médio à universidade vêm
desenvolvendo projetos acadêmicos usando a biomassa da cana como base para a
criação de produtos biodegradáveis. O consultor de Emissões e Tecnologia da
União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, cita duas destas
soluções inovadoras premiadas no exterior: um detergente de origem renovável
com potencial para ajudar no combate ao Aedes aegypti sem causar grandes
impactos ao meio ambiente, além de uma bandeja de bagaço e palha de cana que
pode substituir algumas embalagens de isopor usadas por padarias e
supermercados. “É estimulante notar como a cana continua contribuindo para o
futuro da ciência brasileira, motivando estes jovens pesquisadores a criarem
produtos cada vez mais alinhados com a questão ambiental”, avalia o executivo
da UNICA. Biodetergente - Reconhecido na premiação “Idea toProducts”,
organizado pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, um projeto criado
pelos alunos Paulo Franco e Guilherme Fernando Dias Perez, do campus de Lorena
da Universidade de São Paulo (USP), concebeu um detergente “verde”. Com
características de aplicação semelhantes a outros produtos fabricados a partir
de derivados do petróleo, o biodetergente apresentou o diferencial de ser menos
agressivo ao meio ambiente graças a presença do bagaço de cana em sua
composição. Segundo o professor orientador do trabalho, Silvio Silvério da
Silva, a utilização deste resíduo de origem renovável, abundante em nosso País
e de menor custo operacional em relação às fontes fósseis, faz com que o
produto tenha um grande potencial de preço reduzido em relação aos seus
concorrentes não biodegradáveis. “Além disso, sendo um produto natural
produzido a partir do bagaço de cana, há diversos estudos que apontam vantagens
como a biodegradabilidade e atoxicidade frente aos detergentes sintéticos, não
apresentando riscos ambientais e a saúde”, explica. Outra vantagem, de acordo
com Silva, é que ele também tem características de um larvicída biológico,
podendo ser usado para combater o mosquito transmissor da Dengue, vírus Zika e
febre Chikungunya. “Testamos sua eficácia no combate de larvas de Aedes, em
testes in vitro, demonstrando seu potencial neste sentido”, conclui o docente.
Após quatro anos de desenvolvimento, a novidade já foi patenteada e, por
enquanto, segue disponível nos laboratórios da USP para mais estudos. Bandeja -
Reduzir a quantidade de isopor descartado no meio ambiente, onde o processo de
decomposição do material pode durar até 300 anos. Especialmente aquelas
embalagens de carne, embutidos, frutas e verduras encontradas nas prateleiras
de padarias e supermercados. Motivada por este objetivo, a aluna do ensino
médio SayuriMiyamoto Magna criou uma solução sustentável inovadora: bandejas a
partir do bagaço da cana-de-açúcar. “Se mantida em estoque, com boas condições
de preservação, a embalagem se mantém boa para o uso por até dois anos. Quando
vai para os lixões e aterros sanitários, em menos de 6 meses já está
decomposta. E se ficar em contato constante com a água, em 4 horas já está
dissolvida”, informa a jovem de 16 anos. Apoiada pelo programa Iniciação
Científica do colégio Bom Jesus, em Curitiba, a estudante criou o produto a
partir de um processo de fabricação relativamente simples, em que utilizou
biomassa de cana, temperos naturais e uma cola caseira feita de água e farinha.
A ideia lhe rendeu medalhas na feira de ciências da Usina Itaipu, o terceiro
lugar na Olimpíadas dos Gênios, em Nova York, e o título “Jovens Inventores” do
programa Caldeirão do Huck, exibido no último sábado pela TV Globo. De acordo
com Sayuri, o maior desafio da sua invenção foi encontrar um modo para dar uma
função antimicrobiana à bandeja, garantindo mais segurança alimentar para o
consumidor. “Pesquisei nos produtos de limpeza, vi o que era utilizado, e
encontrei uma substância que não teria nenhum efeito tóxico sobre o bagaço de
cana”, explica, guardando segredo sobre o componente usado. “Há sempre algo que
você deve melhorar e que pode ser ainda mais refinado”, complementa a menina.
Segundo o orientador da pesquisa de Sayuri e coordenador do projeto, o
professor Cornélio Schwambach, no programa de Iniciação Científica do colégio
Bom Jesus estão em cursos outros projetos visando a redução do uso de adubos
químicos em monoculturas como a canavieira. “A cana tem um potencial fenomenal
que pode ser mais investigado. Creio que o Brasil tem potencial para fazer uma
revolução agrícola que considere fatores econômicos, sociais e ambientais”,
explica. “Sempre pergunto aos meus alunos: O que te incomoda? Crie soluções
simples para problemas simples. Quantos problemas simples os produtores de cana
devem ter? Muitos. Isto é fazer ciência”, encerra Schwambach. SOBRE A ÚNICA - A
União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA -www.unica.com.br)
é a entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar,
etanol (álcool combustível) e bioeletricidade da região Centro-Sul do Brasil,
principalmente do Estado de São Paulo. As usinas associadas à UNICA são
responsáveis por mais de 50% da produção nacional de cana e 60% da produção de
etanol. Na safra 2014/15, o Brasil produziu aproximadamente 571 milhões de
toneladas de cana, matéria-prima utilizada para a produção de 32 milhões de
toneladas de açúcar e 26 bilhões de litros de etanol. –Secom
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