quinta-feira, 28 de abril de 2016

AGRICULTOR BRASILEIRO NÃO PRODUZ COMO O CORONEL AFRÂNIO

A novela Velho Chico está muito bonita e, em sua história, aborda temas de muita importância para o agronegócio brasileiro, e acima de tudo, para a imagem do nosso agricultor e da produção agropecuária perante a grande opinião pública do País. A novela está sob comando de um  grande autor, Benedito Ruy Barbosa com quem já fizemos belos trabalhos na época da famosa Rei do Gado. E com o velho Benedito estão seus filhos talentosos a Edmara e o Bruno. Quer dizer, até que enfim uma novela que nos traz o campo, o interior e fugimos das tramas aceleradas das grandes cidades. E está muito gostosa de ver e impossível de não  se envolver na sua competente trama de emoções e enredo. Parabéns Benedito e família. Porém, preciso, por destino deste meu ofício, de comentarista do agronegócio, ajudar com algumas correções, importantes para todo o País e que, de forma alguma, interferem na muito capaz trama dos personagens. Um exemplo que mexe com o agronegócio foi num capítulo da semana passada, quando a personagem , a linda Maria Tereza, Camila Pitanga, a filha do coronel Afrânio Vilela, o grande ator Fagundes, esmaga uma manga, da fazenda do coronel, ensopada de defensivos e manda o pai comer. O coronel responde “eu não planto para comer, eu planto para vender”. Seria simples a personagem da rebelde e brava filha do coronel apenas acrescentar por exemplo: “coronel, o senhor precisa saber que para colher e comer a fruta, só pode pulverizar tendo uma semana de antecedência” - e claro, aí não daria para explicar que se for com alguns produtos pode ser de 0 a 3 dias, a maior parte dos piretróides de 7 dias, dos organofosforados pode chegar a 21 dias, ou mais pedagogicamente mencionar o produto e qual a carência legal do rótulo ou melhor ainda o receituário agronômico e suas corretas orientações , pois cada produto tem sua especificação de uma, duas, três semanas etc. Fica a  percepção de que toda a produção brasileira que recebe defensivos está contaminada e envenenada, mesmo para quem segue o rigor da lei, e da rastreabilidade, e os padrões  exigidos pela regulamentação cientifica. E, ainda mais, eu gostaria de conhecer algum produtor de frutas do vale do São Francisco, que ainda se pareça com o estereotipo do maldoso coronel Afrânio. Se você conhecer um assim, me avisa, que irei lá pessoalmente para entrevista-lo. Um homem desse não sobrevive mais na área da fruticultura de exportação, com suas exigências e alta tecnologia. E, claro, adoraria também encontrar uma produtora rural, com um belo vestido esvoaçante pelos campos, como se num desfile de moda estivesse acontecendo. As nossas jovens e mulheres do agro são de bota, jeans, chapéu, e coragem com tecnologia, como a Marcela Porto Costa, por exemplo, lá da fazenda Santa Brigida, e muitas outras jovens do novo campo brasileiro. A novela está linda e eu adoro. São apenas alguns pequenos detalhes para proteção dos nossos agricultores e agricultoras que em nada se parecem com o coronel Afrânio. Sobre o CCAS - O Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto. O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico. Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas. A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. Mais informações no website: http://agriculturasustentavel.org.br/. Acompanhe também o CCAS no Facebook: http://www.facebook.com/agriculturasustentavel. –Secom

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