Trabalhadores falam de seu crescimento profissional
em micro e pequenas empresas de Cuiabá; pequenos negócios são a maior fonte de
empregos e carreira do país. Pedro Carlos da Penha é gerente do Choppão,
tradicional restaurante cuiabano com 42 anos de atividades, localizado na
principal praça do bairro Quilombo. Ele começou a trabalhar lá como operador de
caixa, em 1974. Norma Martins Pereira trabalha há 28 anos na Razão
Contabilidade, onde foi admitida como técnica e, depois de se formar em
Ciências Contábeis e atuar em diversas áreas da empresa, se tornou gerente.
Jociney Rodrigues Silva está na mesma empresa, há 19 anos, e ingressou como
auxiliar de escrituração. Hoje é uma das principais contadoras da Razão.
Edimares de Assunção Souza foi admitida como secretária da DDMAT
Desinsetizadora, há 21 anos e, nos últimos cinco, assumiu a gerência geral da
empresa. A história dessas quatro pessoas ilustra uma situação muito comum em
nosso país: o crescimento e a evolução profissional de trabalhadores nos
pequenos negócios. Se considerarmos que mais de 95% das empresas
brasileiras são micro e pequenas e que este setor gera 52% dos empregos e 41%
da massa salarial do país (segundo o estudo Pequenos Negócios no Brasil do
Sebrae Nacional, 2011), concluiremos que esta é a principal fonte de empregos e
opção para carreira profissional no território nacional. “Trabalhar em grandes
organizações pode até ser o sonho de muitos trabalhadores, significa status,
mas nas pequenas empresas você tem mais condições de demonstrar seu potencial e
ter oportunidade para crescer e ousar. Nas grandes empresas são muitos degraus
e pode ser que você nem chegue lá. As oportunidades são menores e a
instabilidade maior”, argumenta Edimares. E nem sempre significa salários
menores trabalhar nos pequenos negócios, acrescenta. Em momentos difíceis, ela
acredita que empresários de pequenos empreendimentos tentam realocar os
colaboradores, antes de demitir, coisa que dificilmente acontece nas grandes
organizações. Jociney concorda e diz que o fato de saber que não será
‘descartada’ de hora para outra, gera mais comprometimento. “A gente se envolve
com a empresa e a empresa se compromete com o trabalhador. Temos de fazer dar
certo”, afirma. O relacionamento mais próximo entre patrão e empregados é um
diferencial significativo, apontam os entrevistados. “ A gente convive com eles
diariamente, daí são mais leais, têm mais interesse pelos funcionários, são
mais solidários. Nas grandes empresas, os empregados conhecem, no máximo, o
gerente”, compara Pedrinho (como é conhecido) do Choppão. Clientes - O
conhecimento dos clientes é uma enorme vantagem dos colaboradores antigos dos
pequenos negócios, segundo os empresários. “Norma e Jociney conhecem a história
da empresa e da clientela. Temos clientes fidelizados há 40 anos. Elas cuidam
da empresa e eles até preferem falar com elas do que comigo”, conta Luiz Carlos
Taques de Andrade, dono da Razão Contabilidade. “Os funcionários antigos fazem
parte da identidade do negócio”, resume Fernando Quaresma, proprietário do
Choppão. “Temos garçom com 25 anos de casa. Eles adivinham até o que o
cliente vai pedir”, brinca Pedrinho. Qualidade de vida - Edmares
diz que faz o que gosta, tem horário flexível e pode trabalhar remotamente. A
remuneração é justa e tudo o que conquistou (formação em Administração, casa,
carro, etc) foi graças ao trabalho na DDMAT. “Se você for uma pessoa dedicada
na pequena empresa, é mais fácil ser notada do que na grande. Você está mais próxima
da diretoria. Desde que tenha um diferencial, independe do tempo de casa.
Depende muito mais de seu interesse, ideias, iniciativa para construir uma
carreira na pequena empresa”, dá a dica. Para Norma, poder proporcionar boas
escolas para seus dois filhos é o principal fruto de sua carreira na Razão.
“Uma já está na universidade e outro está se preparando para o vestibular. Tudo
o que consegui foi trabalhando aqui”, diz orgulhosa. Quando estava na faculdade
de Administração, teve colegas que trabalhavam em uma multinacional, mas mal
tinham tempo para estudar e acabaram desistindo, conta. O desejo de
trabalhar em grandes organizações pode ser só um mito, segundo Norma. “ Começar
numa empresa pequena é mais fácil. Nas grandes, você já tem que chegar com bagagem
e experiência. Exigem muito e não há tempo para nada além de trabalhar. Tive o
privilégio de trabalhar numa empresa pequena, boa e de crescer”. Confiança
- Flexibilidade de horário é outro diferencial, segundo a gerente da
Razão. Isto só é possível, devido ao grau de confiança entre colaboradores e
empresário. Como mãe sempre há necessidade de acompanhar os filhos ao colégio e
a médicos e na pequena empresa é possível conciliar. Em contrapartida, a
gerente conta que se dedica além do horário para compensar as saídas para
cuidar de assuntos pessoais. O relacionamento é de comprometimento com a
empresa e não de cobrança ou apenas de cumprimento da jornada de trabalho,
explica. Para Wilson Freitas, diretor da DDMAT, Edimares é o braço direito e
esquerdo da empresa. “Ela é dinâmica e sempre demonstrou muita responsabilidade
e dedicação. Nasceu para coordenar”, elogia. A gerente recebeu outras ofertas
de emprego, inclusive em empresas maiores, mas optou por continuar na DDMAT.
“Acho que as grandes focam no lucro e crescimento dos negócios, enquanto nós
pequenos temos o lado humanístico mais elevado. Temos de valorizar as pessoas e
oferecer oportunidade de crescimento”, afirma Wilson, apesar de ressaltar que,
claro, depende do tipo de líder que está à frente do negócio. O empresário diz
que fica feliz ao saber que seus filhos e dos colaboradores estudam nos mesmos
colégios e faculdades e que se interessa pela vida deles. Outra grande
diferença é durante períodos turbulentos, como o atual, quando é comum
empresários e colaboradores de pequenos negócios se unirem para enfrentar os
desafios juntos, se mantendo firmes no timão e no navio. Até o temporal passar
e todos sobreviverem. –Secom
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