Objetivo é promover uso sustentável na região que
abrange quatro estados, promovendo o diálogo entre ambientalistas e
agronegócio. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participou, nesta
terça-feira (29/03), do Painel sobre o Programa de Abordagens Integradas para
Commodities e Programa Matopiba 2020, realizado em Brasília. O evento reuniu
governo, sociedade civil e empresariado rural com foco nos projetos apoiados
pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no Brasil. Matopiba é o nome
dado a uma região agrícola de 91% de bioma Cerrado que abrange parte dos
estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (o nome é resultado da junção da
primeira sílaba de cada estado). “Estamos aqui numa agenda de
convergências com base em soluções”, afirmou a ministra. “Vamos mostrar que é
possível produzir protegendo, ter desenvolvimento com inclusão social e
conservação ambiental”. Izabella Teixeira destacou que a agricultura é um setor
estruturante da economia brasileira, mas que é preciso fazer a transição para
tecnologias e práticas de baixo carbono. Ela citou a importância do Cadastro
Ambiental Rural (CAR), maior base de dados do meio rural brasileiro, para a
conservação e a recuperação ambiental de áreas degradadas. Segundo a
presidente do GEF, NaokoIshii, o grande desafio da humanidade é como lidar com
demandas da população mundial em crescimento sem comprometer a saúde do
planeta. “O mundo inteiro está em busca de uma solução”, disse ela, citando o
Acordo de Paris firmado na COP 21, em dezembro de 2015. No Brasil, uma das
apostas do GEF é tornar sustentável a produção das commodities, responsáveis
por 25% dos gases de efeito estufa. DIÁLOGO - A secretária de Biodiversidade
e Florestas do MMA, Ana Cristina Barros, explicou que a meta é manter 40% da
cobertura vegetal em Matopiba, o dobro previsto no Código Florestal, em esforço
de diálogo entre ambientalistas e agronegócio. A região é recorde em produção
de soja – com safras 60% maiores do que a média nacional, commodity da qual o
Brasil é maior exportador mundial. “É preciso atuar enquanto ainda é tempo”,
alertou Ana Cristina Barros. O Brasil está pleiteando, junto ao GEF, U$
13,9 milhões para investir no programa de Commodities e Programa Matopiba 2020.
A confirmação desse apoio será em julho. Caso positivo, o programa começará a
ser implementado. Até o momento, o Brasil já teve 57 projetos aprovados pelo
GEF, num total de U$ 451,23 milhões em doações, além de 41 projetos regionais e
globais, que totalizam U$ 495,9 milhões de dólares. Participaram do debate o
subsecretário geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do
Itamaraty, José Antônio Marcondes de Carvalho, o presidente da Sociedade Rural
Brasileira, Gustavo Junqueira, o vice-presidente da Conservação Internacional
(CI-Brasil), Rodrigo Medeiros, o diretor executivo da Fundação Brasileira para
o Desenvolvimento Sustentável, Fabio Scarano, o diretor de programas do GEF,
Gustavo Fonseca, e o diretor sênior da CI-Brasil, Cristiano Vilardo. A Fundação
Mais Cerrado também estava presente no evento. –Secom
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