A
operação de empreita, que consiste na realização de serviços na propriedade
agrícola mediante a contratação de pessoas físicas ou jurídicas, sob cuja
responsabilidade fica o fornecimento de mão de obra e, dependendo da natureza
dos serviços, de máquinas e equipamentos necessários à execução das operações,
impacta fortemente a formação do preço final do produto. De acordo com o
Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento de São Paulo, a aferição desses valores oferece informações
relevantes para analisar o mercado de trabalho e interessa tanto ao empregador
quanto ao trabalhador, pois constitui importante subsídio para as negociações
salariais entre sindicatos e empresas rurais, bem como para avaliações efetuadas
por instituições governamentais, ou não, sobre a situação econômica dos
trabalhadores. Com essa perspectiva, Carlos Eduardo Fredo, Maria Carlota Meloni
Vicente e Celma da Silva Lago Baptistella, pesquisadores do IEA, investigaram
as taxas de crescimento do valor das empreitas nas colheitas de algodão,
cana-de-açúcar, café, laranja, limão e tangerina no período de 2000 a 2012. Os
dados foram corrigidos por valores reais pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Ampliado (IPCA), do IBGE, e foram calculadas taxas de crescimento
com base nas médias anuais. O pagamento
de colheita para a maioria das culturas analisadas foi superior a 3% ao ano,
com destaque para o valor pago na colheita de café cereja que apresentou a
maior taxa de crescimento: 5,48%/ano, afirmam os pesquisadores. A exceção se
deu com a colheita da cana-de-açúcar que, em função do avanço da mecanização
nesta etapa do sistema produtivo, ou seja, a menor demanda por trabalhadores na
colheita manual impediu que a remuneração acompanhasse o mesmo dinamismo das
outras culturas. - Ascom
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