O
uso eficiente da água na indústria, na agricultura e sua importância para o
setor elétrico foram os assuntos do debate na tarde dessa quarta-feira (20/03),
durante a programação da Semana Mineira de Cooperação pela Água. O gerente de
meio ambiente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg),
Wagner Soares Costa, apresentou um panorama do uso da água pela indústria. De
acordo com ele, a indústria é responsável pelo uso de 18% da água no Brasil,
ficando atrás dos setores urbano e da irrigação. “A água é um fator estratégico
para a sobrevivência e crescimento do setor industrial”, disse. Soares mostrou
também quais são os usos da água na indústria e quais são os fatores que afetam
esse consumo tais como o ramo de atividade, a metodologia de produção, bem como
a prática operacional e a inovação tecnológica empregada pelo setor. “Cada segmento
industrial consome um volume de água, de acordo com os fatores que afetam o
processo produtivo, sendo muito importante nesse processo, a idade das
instalações e a tecnologia adotada pela indústria”, disse. Estudos apresentados
pelo gerente mostram que o índice de empresas que monitoram o uso da água com
indicadores e praticam o reuso vem aumentando significativamente. Em 2007,
cerca de 44% das empresas faziam o reuso da água, passando para 61% em 2012.
“Hoje sabemos que 75% dos 28 ramos de atuação pesquisados melhoraram suas
políticas de gestão das águas”, frisou. Agricultura - O uso eficiente da água
na agricultura foi apresentado pelo analista da Secretaria de Estado de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Amarildo Kalil. Segundo ele a água
é essencial na agricultura, por isso, ela é a maior usuária do recurso. Kalil
apresentou a porcentagem de distribuição de água nas regiões brasileiras, sendo
que 68% da água está na Amazônia, onde se concentra 8% da população, enquanto
que no Sudeste estão concentrados 43% da população e 6% da água disponível no
país. Amarildo Kalil falou, também, da crescente demanda por alimentos no mundo
sendo que as projeções apontam que até 2025, 40% do aumento na produção de
alimentos se dará pelo Brasil. Outro dado apresentado por ele foi o avanço da
agricultura brasileira na direção da sustentabilidade. “O setor da agricultura
vem ao longo dos anos aperfeiçoando suas técnicas para que a água seja usada de
forma racional”, disse. Barragens para reserva de água nas propriedades; bacias
de contenção para que a água possa infiltrar no solo; a rotatividade no plantio
de culturas; a adequação das estradas rurais; o plantio direto na palha e a
proteção dos corpos d´água, foram algumas técnicas apresentadas, que estão
sendo utilizadas pelo setor agrícola. O analista da Seapa apresentou, também, o
Projeto Estratégico “Irriga Minas”, que prevê a realização de um Plano de
Adequação socioeconômico e ambiental, desenvolvido, tendo em vista as 36
Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRHs). “O Projeto
propõe um trabalho realizado por bacia hidrográfica, definindo a utilização do
solo para conservação e produção em cada bacia”, frisou. Água e energia - A situação energética e a
importância da água no setor elétrico fizeram parte da explanação do engenheiro
civil da Cemig, Ivan Sérgio Carneiro. O engenheiro afirmou que os maiores
produtores de energia elétrica no mundo, na atualidade, são a China, os EUA e o
Japão. No Brasil, 85% da produção de energia é hidroelétrica, sendo que 90% vem
de fontes renováveis. “O Brasil é o segundo maior produtor de hidroeletriciade
do mundo”, disse, completando que o sistema de energia elétrica deve levar em
conta os demais usos da água pelos outros setores. No final das apresentações
foi promovido um debate, que teve como mediador o professor e presidente do
Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Grande, Alexandre Augusto Moreira. O
professor reforçou a ideia de que “a presença dos usuários de água é essencial
para que se possa discutir os temas relacionados à água”.
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