quinta-feira, 21 de março de 2013

SEMANA MINEIRA DA ÁGUA DISCUTE USO EFICIENTE DOS RECURSOS HÍDRICOS



O uso eficiente da água na indústria, na agricultura e sua importância para o setor elétrico foram os assuntos do debate na tarde dessa quarta-feira (20/03), durante a programação da Semana Mineira de Cooperação pela Água. O gerente de meio ambiente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Wagner Soares Costa, apresentou um panorama do uso da água pela indústria. De acordo com ele, a indústria é responsável pelo uso de 18% da água no Brasil, ficando atrás dos setores urbano e da irrigação. “A água é um fator estratégico para a sobrevivência e crescimento do setor industrial”, disse. Soares mostrou também quais são os usos da água na indústria e quais são os fatores que afetam esse consumo tais como o ramo de atividade, a metodologia de produção, bem como a prática operacional e a inovação tecnológica empregada pelo setor. “Cada segmento industrial consome um volume de água, de acordo com os fatores que afetam o processo produtivo, sendo muito importante nesse processo, a idade das instalações e a tecnologia adotada pela indústria”, disse. Estudos apresentados pelo gerente mostram que o índice de empresas que monitoram o uso da água com indicadores e praticam o reuso vem aumentando significativamente. Em 2007, cerca de 44% das empresas faziam o reuso da água, passando para 61% em 2012. “Hoje sabemos que 75% dos 28 ramos de atuação pesquisados melhoraram suas políticas de gestão das águas”, frisou. Agricultura - O uso eficiente da água na agricultura foi apresentado pelo analista da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Amarildo Kalil. Segundo ele a água é essencial na agricultura, por isso, ela é a maior usuária do recurso. Kalil apresentou a porcentagem de distribuição de água nas regiões brasileiras, sendo que 68% da água está na Amazônia, onde se concentra 8% da população, enquanto que no Sudeste estão concentrados 43% da população e 6% da água disponível no país. Amarildo Kalil falou, também, da crescente demanda por alimentos no mundo sendo que as projeções apontam que até 2025, 40% do aumento na produção de alimentos se dará pelo Brasil. Outro dado apresentado por ele foi o avanço da agricultura brasileira na direção da sustentabilidade. “O setor da agricultura vem ao longo dos anos aperfeiçoando suas técnicas para que a água seja usada de forma racional”, disse. Barragens para reserva de água nas propriedades; bacias de contenção para que a água possa infiltrar no solo; a rotatividade no plantio de culturas; a adequação das estradas rurais; o plantio direto na palha e a proteção dos corpos d´água, foram algumas técnicas apresentadas, que estão sendo utilizadas pelo setor agrícola. O analista da Seapa apresentou, também, o Projeto Estratégico “Irriga Minas”, que prevê a realização de um Plano de Adequação socioeconômico e ambiental, desenvolvido, tendo em vista as 36 Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRHs). “O Projeto propõe um trabalho realizado por bacia hidrográfica, definindo a utilização do solo para conservação e produção em cada bacia”, frisou.  Água e energia - A situação energética e a importância da água no setor elétrico fizeram parte da explanação do engenheiro civil da Cemig, Ivan Sérgio Carneiro. O engenheiro afirmou que os maiores produtores de energia elétrica no mundo, na atualidade, são a China, os EUA e o Japão. No Brasil, 85% da produção de energia é hidroelétrica, sendo que 90% vem de fontes renováveis. “O Brasil é o segundo maior produtor de hidroeletriciade do mundo”, disse, completando que o sistema de energia elétrica deve levar em conta os demais usos da água pelos outros setores. No final das apresentações foi promovido um debate, que teve como mediador o professor e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Grande, Alexandre Augusto Moreira. O professor reforçou a ideia de que “a presença dos usuários de água é essencial para que se possa discutir os temas relacionados à água”.

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