sábado, 23 de março de 2013

FALTA DE INVESTIMENTOS PODE COMPROMETER OFERTA DO SETOR SUCROENERGÉTICO, DIZ PRESIDENTE DA UNICA


Farina defende novos investimentos e políticas públicas para o setor A definição de metas públicas é o  fator primordial que permitirá a recuperação da competitividade do setor sucroenergético no Brasil. Sem regras claras e de longo prazo, dificilmente a indústria terá um aumento vigoroso em sua oferta, que depende fundamentalmente de novos investimentos, essenciais para atender as necessidades do Brasil e do mundo pelos produtos da cana. A posição foi reiterada pela presidente-executiva da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elizabeth Farina, durante participação na conferência Sugar and Ethanol Brazil 2013, na terça-feira (19/03) em São Paulo (SP). O evento, que contou com o apoio da UNICA, foi organizado pela consultoria alemã F.O.Licht’s em parceria com a International Business Communications (IBC), foi o primeiro que Farina se pronunciou publicamente no Brasil ao fazer uma análise da atual situação do setor sucroenergético. Segundo Farina, o setor apenas atenderá à demanda projetada para o ano de 2020 se a atual produção dobrar. Mas para tanto, é necessário um amplo investimento em novas tecnologias e em usinas. “Na safra 2014/2015, a capacidade máxima de processamento de cana do setor será atingirá e apenas com a construção, não de uma ou duas, mas de 100 unidades produtoras, a indústria conseguirá produzir o suficiente para suprir as necessidades do País por açúcar e etanol,” explicou.  Ela acrescentou que o etanol celulósico, também conhecido como de segunda geração, poderá ser uma alternativa de incremento na produção de etanol. Farina acredita que um conjunto de regras claras que restaurem a competitividade do etanol pode mudar o sentimento negativo do setor, que já gerou o fechamento de mais de 10% das usinas nos últimos anos. “Esses casos não representam o fim da atividade canavieira, mas é o reflexo de um penoso processo de reestruturação produtiva. Espero que através de políticas tributárias, que reconheçam os amplos benefícios econômicos, sociais e ambientais do biocombustível de cana, e regras que estabeleçam um modelo de precificação dos combustíveis, o setor poderá iniciar um processo de retomada de crescimento,” afirmou. Para ela, os empresários do setor também precisam fazer a lição de casa, reduzindo custos de produção, gerando ganhos de eficiência e investindo em novas tecnologias. Etanol no mundo e por aqui - As conquistas do setor no contexto internacional, como a queda no final de 2011 da tarifa imposta pelos Estados Unidos ao etanol brasileiro e o reconhecimento pela agência de proteção ambiental dos Estados Unidos, a Environmental Protection Agency (EPA), que definiu o etanol brasileiro de cana como um biocombustível avançado, também foram assuntos abordados na apresentação. Comparando o cenário favorável ao etanol de cana encontrado lá fora, com a atual situação no Brasil, Farina pontuou o momento distinto vivido pelo setor. “Há alguns anos a indústria clamava por um tratamento mais justo para seus produtos por parte do mercado externo. Hoje, o desafio é manter o status positivo conquistado. Já no Brasil, a luta é para conseguir a implementação de um programa com regras objetivas que deem sinais claros do que o País espera de sua matriz energética,” defendeu. “O Brasil é referência no mundo por sua tecnologia em energia limpa, mas internamente o tratamento, infelizmente ainda não é o mesmo,” finalizou a presidente-executiva da UNICA. Voto de confiança - Falando a uma plateia de cerca de 200 empresários e consultores, Farina relembrou o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em 27 de fevereiro, durante a última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDes) em Brasília. Na oportunidade, Rousseff afirmou que apesar das diversidades negativas vividas pela indústria da cana, o setor precisa dar um voto de confiança ao governo. “Em seu discurso, a presidente sinalizou que o biocombustível de cana é estratégico para o País, portanto, temos que confiar. Caso contrário, muitos anos de conquistas correm o risco de serem abandonados,” destacou. Além de Farina, o consultor em Emissões e Tecnologia da UNICA, Alfred Szwarc, também participou do evento da F.O Lichts, que contou ainda com palestras do vice-presidente de Açúcar e Etanol da Raízen e conselheiro da UNICA, Pedro Isamu Mizutani, do coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e do presidente da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Ismael Perina Junior, entre outros. - UNICA

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