· Novo espaço, que será aberto neste
sábado, abrigará mais importante coleção de livros e manuscritos formada por um
particular no Brasil - Com apoio não reembolsável do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Universidade de São Paulo (USP)
inaugura neste sábado, 23, a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. O
presidente do BNDES, Luciano Coutinho, participará da cerimônia, que acontece
às 16h, com a presença do governador do Estado, Geraldo Alckmin, do prefeito
Fernando Haddad, da ministra da Cultura, Marta Suplicy, e do reitor João
Grandino Rodas. A operação, no âmbito do
programa BNDES Procult, destinou R$ 17,2 milhões do Fundo Cultural do Banco à
Fundação de Apoio à USP (FUSP). Os recursos correspondem a 26,4% do custo da
biblioteca Brasiliana Mindlin. O novo espaço abrigará a coleção acumulada ao
longo de 80 anos pelo bibliófilo José Mindlin e sua esposa, Guita. O expressivo
conjunto de livros e manuscritos, muitos raros e especiais, é considerado a
mais importante coleção do gênero formada por um particular no Brasil. Advogado
e jornalista, José Ephim Mindlin também foi empresário do setor metal-mecânico,
tendo fundado e presidido a Metal Leve. Autor de três livros, foi membro da
Academia Brasileira de Letras. Morreu aos 95 anos, em fevereiro de 2010.
Pioneira nas ações de restauro de livros e documentos no Brasil, Guita faleceu
em agosto de 2006, aos 89 anos. Raridades – O acervo do casal reúne 38 mil
títulos, perto de 60 mil livros e documentos, entre eles 10 mil obras raras. Em
maio de 2006, cerca de 17 mil títulos de temática brasileira integrantes da
coleção, em 40 mil volumes, foram doados à USP. Parte deles pertenceu ao bibliófilo
Rubens Borba de Moraes. Entre as raridades da Brasiliana estão obras do século
17, os primeiros exemplares de livros produzidos pela Imprensa Régia no Brasil,
do início do século 19, os originais das primeiras edições de diversos clássicos
da literatura brasileira, como os de Machado de Assis, José de Alencar,
Gonçalves Dias, Olavo Bilac e Joaquim Manoel de Macedo, além de sermões do
padre Antônio Vieira. Também fazem parte da coleção os originais datilografados
de Vidas Secas, de Graciliano Ramos e Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães
Rosa, além de peças raras de artistas como Goeldi, Leskoschek, Lívio Abramo e
Iberê Camargo e gravuras de Jean-Baptiste Debret. Conservação – A nova
biblioteca conta com um centro de conservação e restauro do livro e do papel,
que possibilitará a recuperação e conservação preventiva de acervos. Outro
objetivo é a criação de curso de pós-graduação lato-sensu, inédito no Brasil,
para qualificação de pessoal técnico. Como especialista em restauro e conservação,
Guita formou uma importante biblioteca de referência sobre o assunto, instituindo
o acervo técnico do centro. Haverá ainda um laboratório de digitalização, que
disponibilizará o acervo em serviços de busca, com dados compartilhados pelos
repositórios digitais de forma universal. Qualquer usuário poderá pesquisar,
consultar, descarregar, imprimir, copiar e distribuir o texto integral de
artigos, imagens e outras informações. O laboratório terá 41
computadores e 100 tablets com conexão WiFi.
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