sábado, 23 de março de 2013

COM APOIO DO BNDES, USP INAUGURA BIBLIOTECA BRASILIANA, COM ACERVO DE GUITA E JOSÉ MINDLIN


·        Novo espaço, que será aberto neste sábado, abrigará mais importante coleção de livros e manuscritos formada por um particular no Brasil - Com apoio não reembolsável do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Universidade de São Paulo (USP) inaugura neste sábado, 23, a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, participará da cerimônia, que acontece às 16h, com a presença do governador do Estado, Geraldo Alckmin, do prefeito Fernando Haddad, da ministra da Cultura, Marta Suplicy, e do reitor João Grandino Rodas.  A operação, no âmbito do programa BNDES Procult, destinou R$ 17,2 milhões do Fundo Cultural do Banco à Fundação de Apoio à USP (FUSP). Os recursos correspondem a 26,4% do custo da biblioteca Brasiliana Mindlin. O novo espaço abrigará a coleção acumulada ao longo de 80 anos pelo bibliófilo José Mindlin e sua esposa, Guita. O expressivo conjunto de livros e manuscritos, muitos raros e especiais, é considerado a mais importante coleção do gênero formada por um particular no Brasil. Advogado e jornalista, José Ephim Mindlin também foi empresário do setor metal-mecânico, tendo fundado e presidido a Metal Leve. Autor de três livros, foi membro da Academia Brasileira de Letras. Morreu aos 95 anos, em fevereiro de 2010. Pioneira nas ações de restauro de livros e documentos no Brasil, Guita faleceu em agosto de 2006, aos 89 anos. Raridades – O acervo do casal reúne 38 mil títulos, perto de 60 mil livros e documentos, entre eles 10 mil obras raras. Em maio de 2006, cerca de 17 mil títulos de temática brasileira integrantes da coleção, em 40 mil volumes, foram doados à USP. Parte deles pertenceu ao bibliófilo Rubens Borba de Moraes. Entre as raridades da Brasiliana estão obras do século 17, os primeiros exemplares de livros produzidos pela Imprensa Régia no Brasil, do início do século 19, os originais das primeiras edições de diversos clássicos da literatura brasileira, como os de Machado de Assis, José de Alencar, Gonçalves Dias, Olavo Bilac e Joaquim Manoel de Macedo, além de sermões do padre Antônio Vieira. Também fazem parte da coleção os originais datilografados de Vidas Secas, de Graciliano Ramos e Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, além de peças raras de artistas como Goeldi, Leskoschek, Lívio Abramo e Iberê Camargo e gravuras de Jean-Baptiste Debret. Conservação – A nova biblioteca conta com um centro de conservação e restauro do livro e do papel, que possibilitará a recuperação e conservação preventiva de acervos. Outro objetivo é a criação de curso de pós-graduação lato-sensu, inédito no Brasil, para qualificação de pessoal técnico. Como especialista em restauro e conservação, Guita formou uma importante biblioteca de referência sobre o assunto, instituindo o acervo técnico do centro. Haverá ainda um laboratório de digitalização, que disponibilizará o acervo em serviços de busca, com dados compartilhados pelos repositórios digitais de forma universal. Qualquer usuário poderá pesquisar, consultar, descarregar, imprimir, copiar e distribuir o texto integral de artigos, imagens e outras informações. O laboratório terá 41 computadores e 100 tablets com conexão WiFi.

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